A Citroen decidiu apostar no WRC em detrimento do WTCC, mas fará um ano sabático nos ralis em 2016, anunciou hoje a marca francesa em comunicado oficial. A marca afirmou que continuará no Mundial de Turismos próxima temporada com o modelo C-Elysée e com o argentino José Maria "Pechito" Lopez e o francês Yvan Muller, mas abandonará a competição no final da próxima temporada.
“Com oito títulos mundiais e um recorde de 94 vitórias, a Citroën, certamente, teve um sucesso inigualável no WRC”, começou por afirmar Linda Jackson, a diretora-executiva da marca. “O rali é uma modalidade fascinante, que testa a performance, a fiabilidade e a solidez dos carros e pilotos em configurações magníficas. A categoria está a ter um reavivamento com um aumento da cobertura televisiva e o regresso da China ao calendário de 2016”, listou.
“Em 2017 surgirá uma nova geração de carros, que têm o propósito de serem muito atrativos, vai coincidir com o nosso renovado envolvimento. Tudo estará, portanto, no lugar para escrevermos mais um novo capítulo na nossa história. Dada à grande herança da marca, esse desafio tinha de ser ambicioso. Nós, entretanto, seremos modestos em nossa abordagem, gradualmente intensificando nossos objetivos rumo ao topo”, concluiu.
Já Yves Matton, o chefe da Citroen, continuou a explicar a decisão da marca, afirmando que o foco é nos ralis, especialmente com o novo regulamento, que fará com que os carros sejam mais agressivos em termos visuais e sejam mais potentes na estrada. “Nós nunca escondemos o nosso interesse no regulamento de 2017 do WRC e o todos estamos extremamente motivados por este novo desafio”, começou por dizer. “Nós gostamos da liberdade concedida para fazermos carros mais espetaculares, mas também da possibilidade de reutilizarmos o trabalho de desenvolvimento feito no motor do Citroën C-Elysée do WTCC”, continuou.
“Com o objetivo de gerirmos nossos recursos de uma maneira eficiente, nós decidimos focar todos os nossos esforços no design e no desenvolvimento no nosso novo carro do WRC. É por isso que a Citroën não vai competir na competição em 2016 como uma equipa de fábrica”, justificou.
E isso vai alterar as coisas por lá. O norueguês Mads Ostberg foi dispensado da marca para a temporada de 2016, enquanto que Kris Meeke está a ser negociado para ver se continua na marca, embora com uma participação mais reduzida, ajudando a marca no desenvolvimento do novo carro para 2017.
"Mads quer um programa completo no Mundial de ralis para a próxima temporada e nós não vamos ser capazes de lhe oferecer isso”, começou por afirmar uma fonte da marca francesa à Autosport britânica. A mesma fonte confirmou ainda o potencial interesse de realizar parte do programa do mundial com um DS3 WRC mas essa é uma situação que ainda não está definida: "Nada está decidido em todo caso é muito cedo para falar sobre isso”, acrescentou.
Isso pode significar que o piloto norueguês poderá ir para a Ford, mas caso aconteça, e equipa de Malcom Wilson iria ter de dispensar um dos seus pilotos, o estónio Ott Tanak e o galês Elfyn Evans. Mas outra chance em cima da mesa seria o de montar uma estrutura privada, como fez no inicio da sua carreira, quando correu pela Adapta, onde em 2012 venceu o seu primeiro rali, em Portugal.
No final, este ano sabático irá significar que o WRC será mais forte do que nunca em 2017, pois haverão cinco marcas na estrada, onde para além da Citroen, ainda haverão Volkswagen, Toyota, Hyundai e Ford, este através da M-Sport, e todos terão máquinas adaptadas para a ocasião.
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