segunda-feira, 25 de março de 2019

A imagem do dia

Há precisamente 35 anos, em Jacarépaguá, a Formula 1 iniciava nova temporada, e de uma certa maneira, era o inicio de uma era na Formula 1. E não falo só da estreia de Ayrton Senna na Toleman. Também falo da estreia de Martin Brundle e Stefan Bellof na Tyrrell. Num ano em que os Turbo dominavam - excepto os Tyrrell, que ainda mantinham o motor Ford V8 atmosférico, cada vez mais desfasado - a corrida foi um desafio para todos, pois a então FISA decidiu colocar alguns obstáculos, do qual as equipas decidiram ser criativas.

Em 1984, o reabastecimento tinha sido proibido, e os depósitos foram limitados a 220 litros, o que colocaria os carros, com os V6 Turbo, no limite do consumo. É claro que muitos dos carros não chegariam ao fim porque os motores - e respectivos Turbos - quebravam pelo caminho. E debaixo do calor carioca, não foram muitos que chegaram ao fim.

Os Tyrrell-Cosworth não tinham motor Turbo. Mas tinham menos 220 cavalos, e as últimas filas estavam reservadas para eles. E foi o que aconteceu: Brundle foi 19º na grelha, Bellof o 22º. E na corrida, debaixo de calor, e sem os problemas que padeciam os outros, foram subindo na classificação. Se Senna desistiu na oitava volta, vítima do turbo no seu motor Hart, já Brundle estava na zona dos pontos, depois de ter visto o pelotão a encostar na berma, vitimas do calor e da fragilidade dos seus compostos.

E na última volta, o jovem britânico ainda viu parar Patrick Tambay, no segundo Renault, sem gasolina, fazendo com que logo na sua primeira corrida da sua carreira, conseguisse um quinto lugar e dois pontos. Contudo, a equipa tinha um segredo que poucos sabiam e reparavam: antes de pesar o carro, os mecânicos enchiam os depósitos de água. Eles diziam que era para arrefecer os motores, mas o propósito era outro... 

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