Acontece todos os anos e quase sempre, acaba em saco roto: os grupos dos direitos humanos pediram à Formula 1 e à FIA para que atuem junto do governo barenita. Estes pedem a libertação de dois ativistas dos direitos humanos, detidos por protestarem contra o governo local.
Neste caso em particular, organizações como a Human Rights Watch e o Bahrain Institute for Rights and Democracy (BIRD), pedem pela libertação de Najah Yusuf, que cumpre uma sentença de três anos de prisão, e o blogger e repórter Ahmed Humaidan, também por protestar contra o governo local. Ambas as organizações pedem que a FIA possa visitá-los durante o tempo do Grande Prémio.
Lord Scriven, membro da Câmara dos Lordes, afirmou aos repórteres na sede da Human Rights Watch que a Formula 1 não pode operar num "vácuo moral", se querem ser levados a sério.
"Se a liderança não mostrar que estão a falar sério [sobre a possibilidade de visitar e libertar os ativistas detidos], cabe aos pilotos e patrocinadores tomarem a decisão moral, ética e legal de dizer 'não vamos dirigir e não vamos participar'”, afirmou.
Do lado do governo barenita, estes afirmam que a prisão de Najah Yusuf não tem nada a ver com o Grande Prémio, embora a sua prisão tenha acontecido em 2017 depois do seu blog ter publicado um post que apelava ao boicote ao Grande Prémio.
"A defesa de Najah Yusuf não alegou durante o julgamento que seu direito à liberdade de expressão havia sido infringido", disse o governo num comunicado divulgado neste mês, quando os mesmos grupos de direitos autorais escreveram para a Fórmula 1 expressando preocupação.
“Protestos pacíficos de qualquer tipo são protegidos pela constituição do Bahrein e não constituem crime.”, concluiu.
O GP do Bahrein, que existe desde 2004, foi cancelado em 2011 depois de massivos protestos por parte da população local, maioritariamente xiita, contra a familia real, que é sunita. A competição voltou no ano seguinte, debaixo de fortes protestos da comunidade internacional, e tem lá estado desde então.
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