A equipa Williams conferencia em Monza, antes do GP de Itália de 1981. Frank Williams é mais de quebrar do que torcer, e ele provou isso vezes sem conta. Mas a sua vida de construtor, de 1976 até ao presente, deve-o a Patrick Head. E o próprio Frank já reconheceu isso, vezes sem conta.
Nascido a 5 de junho de 1946, no Reino Unido, a carreira dele no automobilismo começou em 1970, quando foi trabalhar para a Lola, após concluir o seu curso de Engenharia Mecânica. Mas antes disso, o sangue automobilista já corria nas veias da familia, graças ao pai, piloto da Jaguar nos anos 50. Logo, fez amizade com John Barnard - curiosamente, nunca trabalharam juntos na Williams! - mas até 1976, todos os projetos em que se envolveu foram um fracasso. Como Frank, que desde 1970 queria ser construtor.
Nesse ano, estava a trabalhar em barcos de recreio quando cruzou-se com Frank Williams. Ele tinha sido afastado por Walter Wolf, depois deste ter comprado 50 por cento da equipa no inicio do ano. Para piorar as coisas, Wolf venceu logo na primeira corrida de 1977, em Buenos Aires, com Jody Scheckter ao volante. Foi aí que ele estava realmente "na fossa", mas foi Head que o salvou. Um encontro selou uma parceria e juntos, a 8 de fevereiro de 1977, fundaram a Williams Grand Prix Engineering.
Começaram com um chassis March e o belga Patrick Néve, que tinha 250 mil libras do patrocínio de uma cerveja local, a Belle-Vue, mas foi no ano seguinte, quando construiram o FW06, arranjaram o patrocínio da Saudia, a companhia aérea saudita, e assinaram o veloz, mas rabugento australiano Alan Jones, que estavam assentadas as bases do sucesso, alcançado a 15 de julho de 1979, em Silverstone... com o suíço Clay Regazzoni ao volante.
A partir dali, Head esteve sempre ao leme da equipa, especialmente na parte da engenharia e do design. Trabalhou com projetistas como Adrian Newey, Frank Dernie, Neil Oatley, e engenheiros como Ross Brawn, ao longo de 35 anos. Com isso, alcançou nove títulos de Construtores e sete de pilotos, e lidou com os maus fígados dos pilotos, as brigas entre eles, os momentos altos e baixos, os domínios com os Honda 6 Turbo, nos anos 80, depois a Renault 10 aspirado, na década seguinte. Alguns desses que ajudou a treinar e a crescer foram depois para a concorrência, fazer melhor e batê-los no seu jogo.
Em 2012, Head retirou-se e três anos mais tarde, foi condecorado com o grau de Cavaleiro pelos serviços prestados ao automobilismo. Agora volta para salvar a marca da fossa onde se encontra. Veremos se conseguirá.
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