domingo, 20 de março de 2022

Formula 1 2022 - Ronda 1, Bahrein (Corrida)


Ficaram surpresos com a primeira qualificação o ano? Eu, nem tanto. Sejamos honestos, ver caras novas nas primeiras filas a grelha é algo bem-vindo, uma corria não significa toda uma primavera. Isso é a soma de diversos fatores, e muitos ainda são teorias. Por exemplo: ver Lewis Hamilton em sexto significa que está automaticamente afastado do título? E que chances temos que isto não seja outro 2012, onde as sete primeiras corridas nos deram sete vencedores diferentes? É que quando se mudam regras, verifica-se um "baralhar e voltar a dar", uma transição para outra nova era de domínio. 

Ou seja, uma série de voltas à pista, de modo lançado, é diferente de uma corrida com o máximo de duas horas, e não sabemos a fiabilidade desta gente toda. Temos umas ideias, mas falta a proa, ou o "smoking gun" que convença os céticos de que a temporada anterior não só representa o passado não só em termos de tempo cronológico, mas uma era passada. 

E é isso que precisa de saber à medida que as horas se aproximavam para a primeira corrida do ano, nas areias do Bahrein, uma das petro-monarquias do Golfo que decidiram fazer da Formula 1 o seu cartão de visita. 


Com o sol a se por neste dia de equinócio, os carros lá se alinharam e deram inicio à nova temporada. Os Ferrari mantiveram-se na frente, mas Max deu-se bem, passando Carlos Sainz Jr. e ficar com o segundo posto, indo atrás de Leclerc. Nas voltas seguintes, o monegasco começou a afastar-se do neerlandês, começando a mostrar que aquele carro era realmente aquele a abater para aquela corrida. Atrás de ambos, estavam os Mercedes, com Hamilton na frente de Russell, e sem poderem apanhar as duas equipas da frente. 

Hamilton foi o primeiro a parar, na volta 12, enquanto se ouviam queixas de que os pneus moles pediam tração a cada volta que passava. Trocaba para duros, e regressava em 11º... mas com dificuldades em aquecer os pneus, tanto que foi passado pelo Alfa Romeo do Guangyou Zhou. 

Entretanto, na frente, Max já estava em cima de Charles e a luta pela liderança aquecia. Precisamente na altura em que eles foram às boxes. O neerlandês primeiro, o monegasco depois, e colocou de novo macios. Quando voltaram à pista, Leclerc ficou com o primeiro posto, mas o piloto da Red Bull estava nos seus escapes.  O duelo continuava. 

E na volta 17, Max atacou... mas Charles resistiu. Novamente na volta 19, e o piloto da Ferrari sabia resistir. Claro, os espectadores em casa estavam bem felizes. Afinal de contas, valeu a pena terem mudado os regulamentos! Mas depois do ataque do piloto da Red Bull, Leclerc afastou-se, conseguindo uma vantagem de três segundos no final da volta 24. Já o outro piloto da Ferrari disse às boxes que considerava parar nas boxes... por três vezes. 


Quem parava na volta 26 era Alonso, que pela segunda vez, metia duros, porque com os outros... não funcionavam lá muito bem. E Hamilton parou duas voltas depois, trocando os seus duros por médios. E apenas no meio da corrida. Estes Pirelli estavam a dar parte de fraco nesta corrida. E claro, entre os queixosos estavam Max, que na volta 31, trocou para médios, caindo para quarto. Leclerc reagiu e fez a mesma coisa na volta seguinte, deixando Sainz Jr. na frente. 

As coisas acalmaram-se até à terceira ronda de paragens nas boxes, na volta 45, e as coisas corriam normalmente quando Pierre Gasly ficou parado na pista em posição perigosa, com o motor a pegar fogo, o suficiente para fazer entrar o Safety Car... primeiro virtual, depois real. E a nove voltas do fim, todos reagrupados e os pilotos atrasados a desdobrarem-se, todos esperavam para ver o que aconteceria com a relargada. 


Quando aconteceu, na volta 51, o monegasco manteve-se no comando, com o espanhol a tentar ficar com o segundo lugar, mas Max conseguiu defender-se, enquanto os Mercedes eram quinto e sexto. As coisas pareciam estáveis, mas na volta 54... o drama! Max começa a andar lento e é ultrapassado por todo o pelotão, indo lento para as boxes para abandonar. Começava mal a sua defesa do título. 

E com isso, Lewis Hamilton passou ao ataque, tentando ficar com o terceiro posto do "Checo", mas o piloto da Red Bull lá se defendia da melhor maneira possível. Mas no inicio da última volta, o mexicano rodou no final da reta e entregou o terceiro posto ao britânico. Aliás, a Red Bull iria sair do Bahrein sem qualquer ponto! Que golpe de teatro.

 E claro, Charles Leclerc aproveitou bem e ficou com tudo: a vitória e a volta mais rápida, com o seu companheiro em segundo. Os 44 pontos que conseguiram nesta corrida foram o resultado de um fim de semana perfeito, mas a temporada é longa e os problemas da Red Bull apenas foram a má sorte de acontecerem na hora errada, por muito que os "antis" tenham comemorado.

E atrás deles, algumas "doideiras": Magnussen foi quinto, no seu Haas, repetindo o seu melhor lugar de sempre com a equipa, Bottas logo a seguir, Tsunoda oitavo e o segundo Alfa, do Guangyou Zhou, ficou com o último ponto em disputa, na frente de Mick Schumacher. 


Na próxima semana há mais, em Jeddah. 

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