quinta-feira, 12 de julho de 2007

O piloto do dia - Guy Ligier

Eis a história de um homem versátil, que fez de tudo um pouco, e é mais conhecido pela sua faceta de construtor. Mas sabiam que ele foi piloto de Formula 1, a bordo de carros privados, e também foi jogador internacional de Rugby? Pois é, eis a história de uma home que calhou nascer no mesmo dia do que eu: Guy Ligier.



Nasceu a 12 de Julho de 1930 em Vichy (faz agora 77 anos). Filho de um criador de gado, ficou orfão de pai aos sete anos, e o seu espírito lutador serviu para escapar, de uma certa forma, a uma adolescência marcada pelas privações da guerra. Sendo assim, virou-se para o desporto. Com 17 anos, era um excelente jogador de rugby, onde chegou a ser internacional pela França. Também era um remador exímio, tendo sido diversas vezes campeão nacional. Em 1952, virou-se para o motociclismo, correndo aos comando de uma Norton 500, competindo contra pilotos como John Surtees, o unico campeão do Mundo em duas e quatro rodas. Em 1959 e 1960, ganhou os Internacionais de França.


Ao mesmo tempo que se establecia como um próspero homem de negócios. com grandes ligações ao mundo da politica. Um dos seus grandes amigos da adolescência era Pierre Coulon, seu companheiro no Rugby e no remo, que depois se transformou em deputado, para além de see "maire" de Vichy. Ligier faz uma empresa de construção civil, que se especializa na construção de auto-estradas, fazenmdo uma enorme fortuna. E foi com isso que Ligier financia a sua carreira automobilistica.


Em 1963, cxompra um Porsche para correr no Europeu de Montanha. Dois anos depois, compra um Cooper de Formula 2 para correr no Europeu da categoria e no ano seguinte, arranja outro, mas de Formula 1 para correr no Mundial. Estreia-se no GP do Mónaco, mas o melhor que consegue é um nono lugar, aontes de sofrer um horrendo acidente em Nurburgring, onde fica gravemente ferido (mais de 40 fracturas!). Chegou-se a considerar a amputação uma das pernas, mas Ligier recusou.


No ano seguinte, já recuparado, continua com um Cooper-Maserati, mas a meio da época adquire um Brabham, onde alcança o seu melhor resultado de sempre: um sexto lugar na Alemanha, no mesmo sítio onde uma ano antes quase tinha morrido. Termina o campeonato no 19º lugar, com um ponto.


A sua carreira na Formula 1 resume-se ao seguinte: 16 corridas, em duas temporadas, um ponto.


No inicio de 1968, decide largar um pouco a condução e construir uma equipa com o seu parceiro e grande amigo Jo Schlesser. Compram dois McLaren de Formula 2, mas a meio da época, Schlesser vai correr pela Honda, e sofre um acidente fatal em Rouen. Com isto, Ligier abandona as corridas como piloto e dedica-se a construir carros. Para isso, contrata o Eng. Michel Tetu, e constroi um chassis para correr em Sport-Protótipos.

O carro, o JS1 (as iniciais são uma homenagem a Schlesser) torna-se num sucesso, o que leva a que em 1974, compre a Matra Sports e embarque na aventura da Formula 1 dois anos mais tarde. Desde então e até 1996, a Ligier, considerada a "Ecurie de France", conquistando nove vitórias, nove pole-positions e onze voltas mais rápidas. Tiveram o seu auge nos fins da década de setenta e inicios da década de 80, apoiada pelas firmas francesas, muitas das vezes com apoio presidencial, principalmente nos anos Mitterrand...


O seu declinio começou em 1983, apesar de alguns picos de boa forma, como em 1986 (Laffite e Arnoux, com motores Renault Turbo), e em 1995 e 1996, onde ganham surpreendentemente o GP do Mónaco. Nessa altura, Guy Ligier vende a sua participação a Flavio Briatore, que por sua vez, é vendida a Alain Prost. A equipa muda de nome, e sobrevive até ao final de 2001.

Hoje em dia, a Ligier fabrica micro-carros na sua fábrica de Nevers, mas recentemente soube-se que desejam voltar aos Sport-Protótipos, através do JS49.

1 comentário:

Blog F1 Grand Prix disse...

Sua equipe de Fórmula 1 proporcionou momentos históricos na categoria. Lembro do carro que tinha uma entrada de ar gigante, parecendo até um bule. Isso sem falar na vitória do Panis em Mônaco/1996. Naquele dia, eu comecei a gostar de automobilismo.