sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O piloto do dia - Mark Donohue (2ª parte)

O ano de 1972 vai ser de glória para Donohue. Aos 34 anos, ganha as 500 Milhas de Indianápolis, a bordo de um McLaren-Offy, a primeira e única vez que a equipa de Woking ganha a mais importante prova americana. Para o seu amigo Roger Penske, foi a primeira das suas 14 vitórias na Indy 500.

Durante o ano de 1972, a Porsche pede a Penske e a Donohue para que desenvolvam o modelo 917/10. Graças aos conhecimentos de engenharia de Donohue, e à sua capacidade de piloto de testes, O 917/10 tornou-se numa máquina quase imbatível. Contudo, durante um teste na pista de Road Altlanta, quando testava uma modificação no sistema de travagem, o chassis do carro voou quando ia a mais de 210 km/hora, fazendo com que capotasse por sete vezes. Incrivelmente, Donohue safou-se com apenas uma perna partida.


O seu substituto foi o seu amigo e companheiro dos tempos da Trans-Am, George Follmer. Donohue sentia-se mal por não poder estar a testar com o carro. No seu jeito característico, comentou a Penske: “Vendo outra pessoa guiando um carro que conheces tão bem… não é justo. É como veres a tua mulher na cama com outro homem.”

A seguir, Porsche, Penske e Donohue decidiram desenvolver o modelo 30 do Porsche 917, para a temporada de 1973. Esse carro, com um motor turbocomprimido de 5.4 litros Flat-12, desenvolvendo a incrível potência (para aquele tempo) de 1100 cavalos vai ficar na história como o “Can-Am Killer”. Na temporada de 1973, Donohue vai ganhar todas as corridas do campeonato. Por causa disso, as regras tiveram que ser modificadas no ano seguinte, tentando evitar um domínio tão evidente…

Nessa altura, Donohue aventura-se na NASCAR, a bordo de um AMC Matador, onde ganha uma prova no circuito de Riverside. Torna-se também na primeira vitória da Penske nessa competição, o que provou não só a versatilidade de Donohue a bordo de qualquer máquina, como também a sua lealdade e amizade para Roger Penske.

Contudo, no final de 1973, Donohue, com 36 anos, decide retirar-se da competição. Passa grande parte de 1974 a gozar a reforma, como chefe do departamento de competição da Penske mas no final da época, o seu amigo e patrão Roger Penske atrai-o para mais um desafio: a Formula 1. Penske decide investir na aventura europeia, com o suiço Heinz Hofer, e perguntou ao seu amigo Donohue se não queria ser o seu piloto nas duas provas finais da temporada de 1974 e na temporada de 1975. Donohue aceitou.

Se na temporada de 1974, não conseguiu mais do que um 12º lugar no Canadá, em 1975, as coisas eram melhores. Contudo, Penske, que decidiu construir o seu próprio chassis (o PC1) estava a ter problemas com ele. Raramente era fivável e até o novo carro estar pronto, decidiu adquirir um March 751. Entretanto, Donohue volta à América para participar num desafio de velocidade: a 9 de Agosto de 1975, ao volante do Porsche 917/30, o “Can-Am Killer”, na oval de Talladega, bateu o recorde mundial de velocidade em circuito fechado, a uma velocidade média de 221.120 milhas por hora, um recorde que iria ficar em vigor durante 14 anos. Nas rectas, o Porsche de Donohue atingia os 402 quilómetros por hora

Alguns dias depois, Donohue volta à Europa para disputar o GP da Áustria, já a bordo do March 751. Classificou num pálido 20º lugar nos treinos, e durante o “warm-up" de Domingo, 17 de Agosto de 1975, o March sofre um furo quando fazia a primeira curva à velocidade máxima, atirando-o para a vedação e matando um comissário de pista. Aparentemente não tinha sofrido ferimentos significativos, mas um dos postes tinha cedido e acertara no seu capacete. Donohue tinha uma dor de cabeça, que piorou durante a sua evacuação de helicóptero para o Hospital de Graz. Ao chegar lá, estava em estado de coma, pois tinha sofrido um derrame cerebral. Dois dias mais tarde, depois de sofrer uma desesperada operação de urgência, Mark Donohue estava morto. Tinha 38 anos.


A sua carreira na Formula 1: 15 Grandes Prémios, em três temporadas, um pódio, oito pontos.


Pouco tempo depois, a viúva de Donohue processou a Goodyear devido ao pneu defeituoso que calçava aquele March. A viúva ganhou e a Goodyear teve que pagar uma avultada indemnização.
O legado de Mark Donohue é grande: sendo um dos maiores pilotos americanos da sua geração, entrou para o International Motorsports Hall of Fame em 1990. Na sede da Penske, em Morrsville, na Carolina do Norte, existem vários murais homenageando Donohue e os muitos carros que guiou ao longo da sua carreira, desde o McLaren com o qual ganhou as 500 Milhas de Indianápolis até ao “Can-Am Killer”, entre outros. O seu filho, David Donohue, que é corredor nas Grans-Am Séries, e já venceu, entre outros, a categoria GT2 as 24 Horas de Le Mans de 1998.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não conheci Mark Donohue, foi bom ter vindo aqui... Mas para ser sincero vim porque vi no muquifo que tinha feito um post sobre Elvis. Este Reed ai é estranho. Mas tudo bem. Gosto.... é gosto.
Você ja postou sobre Montjuich? Tem alguns videos sobre as corridas lá?

Alexandre Carvalho disse...

Speeder, segue mais uma informação: o nome do comissário atingido pelo carro do Donohue era Manfred Schaller.

Speeder76 disse...

Para o Groo:

A ideia era de escapar um pouco à data. Encontrei este artigo do "outro Elvis" e achei que seria excelente. Apesar de nunca ter sido grande fã do "Elvis The Pelvis", até gosto do Suspicious Minds, o video que o Muquifo colocou...

Alexandre: Obrigado pela informação.