
Nesse ano, somente a Honda e a Ferrari tinham motores Turbo, para além dos Megatron, que não eram mais do que motores BMW disfarçados pelo preparador de motores com o mesmo nome. Os atmosféricos começavam a dominar o pelotão, principalmente dois preparadores: A Cosworth e a Judd. A primeira fornecia motores à Benetton, Tyrrell, Minardi, entre outras, e a Judd fornecia a Williams, Ligier e March. Ambos os preparadores iriam fornecer muitas equipas durante os três/quatro anos seguintes.
Entretanto, os novos regulamentos atraíam novos projectos para a Formula 1: os italianos da Dallara, através da Scuderia Itália, faziam um chassis para se estrearem na categoria máxima, e com o seu compatriota Alex Caffi ao voltante, a alemã Rial, liderada pelo volátil Gunther Schmidt (que voltava à carga quatro anos depois de ter terminado a aventura da ATS), e que tinha arranjado um lugar para outro italiano: Andrea de Cesaris. Uma outra equipa que entrava em acção nesta altura era a Eurobrun, uma parceria suiça com Walter Brun ao leme.

Mas também havia expectativas na Ferrari, que tinha tido um belo final de época no ano passado, com Gerhard Berger, e esperavam dar o presente supremo ao "Commendatore", que tinha feito 90 anos pouco tempo antes. E tinham que apressar, pois ele já estava a ficar doente...
Entretanto, a Lotus era outra equipa com altas expectativas: tinham mantido o motor Honda e contrataram o campeão do mundo, Nelson Piquet. Pela primeira vez desde 1979, eles tinham o numero 1, também a primeira, e unica vez, desde o desaparecimento de Colin Chapman. Havia uma alta expectativa, no Brasil, de que aquele seria o ano onde o duelo pelo título seria entre Senna e Piquet. A hostilidade entre ambos era visível, e um mês antes, Senna dava uma entrevista no Jornal do Brasil a justificar o facto de só agora é que aparecia em público: "Eu tinha que dar a outros uma chance de aparecer um pouco. Afinal, não tem sentido um cara ser tricampeão e eu continuar sendo assunto. Já que ninguém gosta muito dele, o único jeito era eu sumir para que ele pudesse aparecer um pouco".
Piquet, no seu jeito catacterístico, respondeu: "Senna desapareceu esses meses não foi para deixar eu aparecer. Foi para não ter que explicar à imprensa brasileira porque não gosta de mulher". A polémica estava estalada, e tudo indicava que a coisa iria acabar nos tribunais quando os advogados de ambos os pilotos decidiram chegar a um acordo extra-judicial, antes do fim de semana do Grande Prémio.
Quanto máquinas e pilotos desfilaram no fim de semana de 2 e 3 de Abril de 1988, sabiam-se que se caminhava para o fim de uma era. E que todos esperavam que este seria o "ano do Senna". Mas neste inicio de época, as coisas não se passariam assim...
Nos treinos, Senna teve a oposição de Prost, mas foi de pouca dura. Na qualificação de Sábado, o brasileiro conseguiu a sua 17ª pole-position da sua carreira, para gaudio dos torcedores. ao seu lado tinha o Williams-Judd de Nigel Mansell, enquanto que Alain Prost era terceiro, com Gerhard Berger no quarto posto. Piquet era quinto, com o belga Thierry Boutsen a seu lado.




Contudo, os comissários já tinham notado a ilegalidade, apesar das tentativas de Ron Dennis em afirmar o contrário. Na volta 31, quando Senna atacava o segundo posto de Berger, é colocada uma bandeira preta para Senna, e este encosta às boxes. Assim sendo, restavam Prost, Berger e Piquet nas posições do pódio. Contudo, quanto o carioca para nas boxes, cai para quinto, atrás de Boutsen e do Arrows de Derek Warwick. Aproxima-se dos dois, e no final da recta da meta, faz uma manobra de génio de ultrapassa-os... ao mesmo tempo!

Os entendidos suspentavam, mas não sabiam que tinha começado um dos campeonatos mais dominadores jamais vistos por uma equipa. Nem antes, nem depois...
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/1988_Brazilian_Grand_Prix
http://jcspeedway.blogspot.com/2008/04/histria-20-anos-do-grande-prmio-do.html
http://gpinsider.wordpress.com/2008/04/03/ha-20-anos-comeca-a-saga-senna-prost/#comments
3 comentários:
Essa ultrapassagem do Piquet foi incrível!Realmente essa foi uma temporada inesquecível.Para a McLaren.
abraços
Valeu Speeder, já dei uma pequena modificada no post!!
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TUDO QUE VI COMO NELSON PIQUET NAO AGUENTOU O SUPER VELOZ SENNA, ISSO IA MOSTRAR NAS PROXIMAS PROVAS QUE SENNA ERA VOADOR
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