terça-feira, 2 de setembro de 2008

O piloto do dia - Olivier Panis

Depois de Alain Prost e Jean Alesi, este homem foi o melhor que a França mostrou na década de 90, simbolizando, de uma certa forma, o seu declinio da Formula 1, após ter colocado dezenas de jovens e talentosos pilotos nos anos 70 e 80, culminando com os quatro títulos mundiais de Alain Prost. Ele tem o título um pouco dúbio: o de ser o último piloto francês a ganhar a bordo de uma máquina francesa, num dos Grandes Prémios mais estranhos da história da Formula 1. No dia do seu 42º aniversário, hoje falo de Olivier Panis.

Nascido a 2 de Setembro de 1966 em Oulins, nos arredores de Lyon, a segunda maior ciade de França, começou a sua carreira em 1981, no karting. Até 1987, a sua carreira baseou-se nessa categoria. Ainda esse ano, participa no Volant Elf, de onde sai vencedor, e no ano seguinte, inicia a sua carreira nos monolugares, mais concretamente na Formula Renault. Depois de um ano de aprendizagem, sagra-se campeão em 1989. Em 1990, passa para a Formula 3 francesa, onde depois de terminar na quinta posição, perde o título de 1991, por apenas um ponto, apesar de ter ganho cinco corridas!

Contudo, a aprendizagem continua, e em 1992, está na Formula 3000 europeia, onde após um primeiro ano difícil com a equipa Appomatox, o ano seguinte, agora na DAMS, batalhou contra o pertuguês Pedro Lamy e o escocês David Coulthard pelo título, conseguido na última prova, em Nogaro, quando o seu rival português já estava na Formula 1, ao serviço da Lotus. E como tinha perdido por um ponto na Formula 3, aqui, o título foi dele por apenas um ponto.

Contudo, esse título garantiu-lhe também um lugar na Formula 1, nesta caso na francesa Ligier, ao lado de outro compatriota, Eric Bernard. De inicio, o seu objectivo era o de acabar as corridas, mas em Hockenheim, a sorte sorriu-lhe, quando conseguiu sobreviver à hecatombe da partida, e acabou a prova com um inesperado segundo posto, à frente do seu experimentado companheiro de equipa Bernard. No final da época, foi 11º classificado, com nove pontos.

No ano seguinte, continuando na Ligier, conseguiu mais chegadas nos pontos, demonstrando ser um piloto bastante regular, e na última prova do ano, na Australia, acabou na segunda posição, a duas voltas do vencedor, e com o motor Mugen-Honda prestes a rebentar! Nesse ano, terminou no oitavo lugar, com 16 pontos.

Seguiu-se mais uma época na Ligier, em 1996, e após ter sido sexto classificado no Brasil, aconteceu algo que entrou nos anais da história da Formula 1 como uma das vitórias mais inesperadas de sempre. No GP do Mónaco, uma prova difícil devido ao facto de ser corrida em cidade, e sob condições difíceis de tempo, apenas quatro dos 22 carros presentes à partida chegaram ao fim. E Olivier Panis conseguiu evitar todos os obstáculos para dar à Ligier a sua primeira vitória em 15 anos, e a sua última da marca, pois nessa altura estava em vias de ser comprada por Alain Prost. No final da temporada, conseguiu o nono lugar da classificação, com 13 pontos.

O acordo foi feito no final de 1996, e a partir da temporada seguinte, a equipa foi rebaptizada de Ecurie Prost, e Panis continuou a sua boa senda, ao conseguir um terceiro lugar no Brasil e um segundo lugar em Barcelona, depois de um falha de motor lhe ter roubado uma possivel vitória em Buenos Aires. Mas em Montreal, quando rolava na sexta posição, Panis sofreu um forte choque contra a barreira de pneus, e fracturou ambas as pernas. O seu belo começo tinha chegado ao fim, pois ele ficaria afastado durante boa parte da temporada. Para substitui-lo, alain Prost foi obrigado a chamar da Minardi um jovem italiano de 22 anos chamado Jarno Trulli.

Panis voltou á acção em Nurburgring no inicio de Setembro, e saiu de lá com um sexto lugar, provando que a sua capacidade de condução se mantinha intacta, e no final do ano, conseguiu amealhar 16 pontos e o nono lugar final.

Contudo, a Prost nas temporadas de 1998 e 99, esteve uma sombra daquilo que prometia, e Panes conseguiu somente dois pontos durante essas duas temporadas. Para piorar as coisas, era frequente o seu companheiro Trulli superiorizar-se a ele. No final desse ano, saiu da Prost, e aceitou um lugar como piloto de testes da McLaren durante a temporada de 2000.

Este ano sabático fez-lhe bem, pois recuperou muita da rapidez que julgava perdida após o acidente. E deu-lhe também a possibilidade de conseguir um lugar numa equipa da frente, algo que conseguiu em 2001, quando foi para a BAR, ao lado do canadiano Jacques Villeneuve.

Nesse ano, conseguiu cinco pontos, e em 2002 mais três. Apesar da BAR ser uma boa equipa, no papel, na realidade, não podia aspirar mais do que o meio do pelotão, e ainda por cima era um segundo piloto, pois todas as atenções estavam viradas para o piloto canadiano. Logo, no final de 2002, transferiu-se de armas e bagagens para a Toyota.

A sua vinda para a marca foi essencial para uma equipa que estava na altura a entrar na sua segunda época de aprendizagem na Formula 1, e ao lado do brasileiro Cristiano da Matta, havia esperanças de uma rápida evolução. Nesse ano, conseguiu como melhor resultado um quinto lugar na Alemanha, alcançando ao todo seis pontos. No ano seguinte, com a mesma dupla os resultados não foram os melhores, e cedo Da Matta foi substituido por Jarno Trulli, vindo da Renault. No final da época, com 37 anos e depois de dez temporadas na Formula 1, decidiu que era hora de arrumar o capacete em termos competitivos.

A sua carreira na Formula 1: 158 Grandes Prémios, em dez temporadas (1994-99; 2001-04), uma vitória, cinco pódios, 76 pontos no total.

Após retirar-se da Formula 1, continuou ligado à Toyota, como piloto de testes da marca, mantendo esse estatuto até 2006, altura em que se retirou da Formula 1. Depois disso, foi correr no Troféu Andros, pela Toyota, durante duas temporadas, onde correu contra pilotos como... Alain Prost. Este ano,vlargou as pistas de gelo e está a correr na Le Mans Series, na Team ORECA, guiando um chassis Courage.

4 comentários:

Anónimo disse...

O Olivier Panis é a cara do Thiago Raposo....
Speeder, fico muito honrado em que me repasse o premio, assim que puder farei o mesmo em meu blog que anda falhando muito e parece que vai acarretar numa mudança de endereço, para dentro do ig mesmo mas outra plataforma.
Speeder... Muito obrigado!

Raúl disse...

oliver panis es uno de los mejores pilotos que he visto espero q le vaya bien la vida linkeame q no lo veo

Fábio Andrade disse...

Retribuindo a visita e repilcando o convite: visitas e comentários são sempre bem-vindos no De Olho na F1!

Sobre o Panis, é mais um daqueles tantos talentos que não dão certo na F1. A categoria é assim, pra chegar ao sucesso é preciso além do talento uma dose grande de sorte.

Para mim, brasileiro que sou, o maior exemplo disso é o Rubens Barrichello. Um cara em quem eu sempre acreditei (e ainda respeito muito) mas que não esteve nos lugares certos e na hora certa.

Felipão disse...

Eu acho que o Panis mudou bastante depois do acidente do Canadá...

Não mudou para pior... só ficou diferente...

Quanto ao Da Matta, foi uma das maiores injustiças que a Toyota poderia ter feito com um piloto...

Enfim...

Vida que segue