quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O renascer do automobilismo angolano

Angola saiu de uma guerra civil sangrenta, que durou mais de 30 anos (com uma ou outra interrupção) em 2002. Desde então, tem efectuado uma longa recuperação das suas infraestruturas, ao qual, aliado à alta dos preços do petróleo, proporcionou crescimentos da ordem dos 20 a 30 por cento por ano. Contudo, apesar disso, ainda existem largas camadas de pobreza naquele país. Vai ser um trabalho de anos pela frente para recuperar algo que existia no tempo pré-1974...


Mas nesse tempo colonial, Angola tinha uma enorme actividade automobilistica. Nessa altura, tinham provas e circuitos permanentes de alta qualidade, em Luanda e Benguela, e máquinas de sonho, especialmente na categoria de Protótipos, para não falar das provas que se organizavam, como os 500 km de Luanda, ou as Seis Horas de Nova Lisboa (actual Huambo), de onde vinham pilotos de craveira internacional, muitos deles com passagem pela Formula 1. E não estou a falar só dos sul-africanos...

Ora, depois do final da guerra, as provas automobilisticas voltaram de novo, quer aos circuitos permanentes, quer aos percursos citadinos. Este fim de semana, o campeonato nacional de velocidade terminou na cidade de Sumbe (ex-Novo Redondo), nas duas categorias que ela é constiuida: a categoria de Turismos, onde alinham carros como Renault Clio e Honda Civic Type-R, e a Categoria TGS (Turismo, GT's e Sport), onde pode-se ver um Porsche 996 GT3 ao lado de... um Formula Novis ou um Radical SR3, que não é mais do que uma Barchetta...


Na primeira categoria, que contou com doze participantes, Rui Ferreira e José Carlos Madaleno, ambos em Honda Civic Type R, dividiram as vitórias, sendo que Madaleno, o primeiro angolano a competir no Dakar, levou para casa o ceptro de campeão da classe. Na classe TGS, que só teve a participação de cinco viaturas, o Mygale Ford de Mário Ferreira venceu a primeira corrida, suficiente para o piloto do monolugar ex-Formula Novis By Ford celebrar o título da categoria. A segunda contenda foi ganha pelo Porsche 996 tripulado por Maló Almeida que finalizou na frente do Radical SR3 de Manuel Dias e do Ford Sierra Cosworth de Carlos Dias.


Apesar das grelhas não serem ainda ricas em carros, uma coisa é certa: o entusiasmo do automobilismo naquelas bandas está mais vivo do que nunca. E com o tempo, começarão a ouvir falar na reabilitação das infraestruturas, do crescimentos das grelhas, e quem sabe, corridas internacionais com passagem por Africa e pilotos angolanos a correr no exterior. Sei de dois deles, Fiório de Sousa e Luis Sá Silva, que correm na Formula Renault 2.0, com alguns resultados de relevo, ou a equipa Ultimate, que corre na Formula 3 inglesa e na Worls Series by Renault, sendo irlandesa de nascimento, é largamente financiada pela angolana Sonangol...

2 comentários:

Anónimo disse...

olá muito interesante seu comentario, agora bem... quando são as datas do automobilismo em luanda?

L-A. Pandini disse...

Ler isto me deixa feliz! Não custa sonhar com um circuito tricontinentel Brasil-Portugal-Angola...