terça-feira, 19 de junho de 2012

GP Memória - Suécia 1977

Quinze dias após a surpreendente vitória de Gunnar Nilsson na pista de Zolder, máquinas e pilotos rumavam à Suécia, mais concretamente à pista de Anderstorp, para correr naquele Grande Prémio. As expectiativas eram altas em termos locais, dado o facto de Nilsson e Roinnie Peterson, piloto da Tyrrell, terem feito bons resultados nessa corrida. Mas claro, os habituais favoritos também lá estavam, e também queriam vencer aquela prova.

Havia algumas mudanças no pelotão. Riccardo Patrese, o novo recruta da Shadow, estava a competir no campeonato europeu de Formula 2 e a corrida sueca coincidia com uma ronda na pista italiana de Mugello e escolheu competir em casa. No seu lugar foi Jackie Oliver, o diretor desportivo da equipa, que voltava a pegar no capacete e a correr naquele carro. A RAM, de John McDonald, arranjava outro chassis, que seria guiado por um finlandês, Mikko Kozarowitsky, que fazia a sua estreia na Formula 1.

Apesar de algumas confusões por parte da Goodyear em relação aos compósitos que tinha trazido para a pista sueca - eles já sabiam que iriam ter concorrência, com a francesa Michelin, que vinha atrelado à entrada da Renault, dali a um mês - no final, o melhor foi o Lotus de Mário Andretti, que bateu na tabela de tempos o Brabham de John Watson, repetindo a primeira fila de Zolder. James Hunt era o terceiro, com o Wolf de Jody Scheckter a seu lado. Hans-Joachim Stuck, no segundo Brabham, era o quinto, seguido Tyrrell de seis rodas de Patrick Depailler. Gunnar Nilsson, o herói local, era sétimo na grelha, seguido pelo Ligier-Matra de Jacques Laffite. E a fechar o "top ten" estava o segundo McLaren de Jochen Mass e o segundo Tyrrell de Ronnie Peterson.

A organização do GP da Suécia tinha decido que apenas 24 dos 31 pilotos inscritos poderiam alinhar na corrida. Assim sendo, o March oficial de Alex Dias Ribeiro e os dois outros March-RAM de Boy Hayje e Mikko Kozarowitsky, bem como o BRM de Conny Andersson, o Surtees de Larry Perkins e o Hesketh de Hector Rebaque, acabaram por não se qualificar.


Na largada, Watson conseguiu arrancar melhor que Andretti, que por sua vez ainda perdeu o segundo lugar a favor do Wolf de Scheckter. Contudo, o americano reagiu e ficou com a segunda posição, para na segunda volta atacar a liderança de Watson e o conseguir. 


A partir dali, a corrida ficou estabilizada até à 30ª volta, altura em que Scheckter atacou a segunda posição de Watson e a manobra resultou numa colisão, causando a imediata retirada do sul-africano, enquanto que Watson ia às boxes para ver se havia danos no seu carro. Isso colocou Hunt no segundo posto, mas estava a ser assediado por um comboio de gente liderado por Depailler, seguido por Mass, Laffite e o Ferrari de Carlos Reutemann.


A partir dali, Laffite passou ao ataque, fazendo com que em menos de cinco voltas passasse Mass, Depailler e Hunt, ficando com o segundo posto, e aumentando o ritmo de forma a tentar apanhar Andretti. Entretanto, Lauda tinha problemas de direção e abandonava na volta 47, sem ter particularmente brilhado nesta corrida. 


Apesar dos esforços do francês da Ligier em se aproximar de Andretti, este parecia imparável rumo a mais uma vitória. Contudo, a duas voltas do fim, começa a ter problemas com o medidor de combustivel e vai às boxes para ver o problema. Com isso, Laffite herda a liderança e ruma a aquela que se torna na primeira vitória de sempre de Laffite e da Ligier, num conjunto totalmente francês, já que eles usavam motores Matra. A vitória tinha sido tão surpreendente que os organizadores não tinham nenhuma gravação com "La Marseillese"! Jochen Mass e Carlos Reutemann acompanharam-o ao pódio, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Tyrrell de Depailler, o Brabham de Watson e o Lotus de Andretti.     

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