"Por esta altura, o seu estilo de condução e a sua concentração causavam temor entre os pilotos. Certo dia, o americano Peter Revson, então um jovem novato a tentar a sua sorte na Europa, observou Mairesse e afirmou: “A sua concentração era imensa, os seus olhos quase saltavam das orbitas, mudando de cor. Parecia o Diabo em pessoa”.
E esse seu estilo o iria colocar em risco por muitas vezes. Mas a temporada de 1962 iria começar bem, com a vitória na Targa Florio, ao lado do jovem mexicano Ricardo Rodriguez, e pouco depois, vai participar no GP da Belgica ao volante de um Ferrari, depois de um sétimo posto na corrida anterior, no Mónaco. Mairesse tinha sido o sexto na grelha de partida, entre o americano Phil Hill e Ricardo Rodriguez. No arranque, ele tinha subido para o quinto posto e andado entre os primeiros, até que entra em batalha com o Lotus do jovem Trevor Taylor.
A partir da 19ª volta, a batalha tornou-se numa luta pelo segundo posto, entre os dois, com o britânico a levar a melhor. Mas ele sofreu depois um pião e Mairesse ficou com o segundo posto, com o piloto da Lotus a chegar-se ao piloto da Ferrari, com este a segurar o lugar a todo e qualquer custo. Contudo, na volta 26, na zona de Blanchimont, ambos colidiram a alta velocidade, com Taylor a bater num poste telegráfico e Mairesse a subir para um banking, antes do carro ficar de cabeça para baixo, a pegar fogo. Miraculosamente, ambos os pilotos escaparam com ferimentos ligeiros." (...)
Não é habitual colocar a biografia de um piloto noutro lado. Mas creio que a história de Willy Mairesse merecia ser contada noutro sitio. No ano em que teria comemorado o seu 85º aniversário natalício, a vida e carreira deste piloto belga, que correu nos anos 60 pela Ferrari tem pormenores de filme, e um final invulgar, pois falamos de uma pessoa que, quando viu que não poderia mais correr, decidiu colocar termo à sua vida aos 40 anos de idade, a 1 de setembro de 1969, na praia de Ostende.
Podem ler isto e muito mais no site Nobres do Grid.
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