segunda-feira, 21 de maio de 2007

Extra-Campeonato II - O desaparecimento de um ícone


O veleiro Cutty Sark, um dos ícones da vela do Mundo, e de Londres, ardeu esta mardrugada na sua doca seca, em Londres, onde estava a ser restaudrado. O veleiro, construido em 1868, estava a sofrer trabalhos de restauro, e iria ser reaberto ao publico em 2009.


O incêndio durou várias horas, e os bombeiros afirmam que estão a investigar a hipótese de um fogo posto, devido ao facto das câmaras de segurança terem detectado várias pessoas na zona por alturas do inicio do incêndio: "Não há indícios neste momento de que essas pessoas que aparecem nessa gravação estejam implicadas no incidente, pois muitos podem ser simplemesnte testemunhas", disse o inspector Bruce Middlemiss, da Policia Metropolitana de Londres, citado pelo jornal "El Mundo".


O director executivo da Fundação 'Cutty Sark', Richard Doughty, indicou que a sua maior preocupação é a estrutura de ferro forjado do barco, "que do seu esqueleto e sua forma".
"Era o Ferrari do seu tempo porque era a personificación da velocidade à vela",
afirmou.


O "Cutty Sark" foi construido em 1868, nos estaleiros de Dumbarton, na Escócia, e era destinado ao transporte de chá da China, que nessa altura era uma mercadoria importante para a economia do Império Britânico. Ficou para a história o seu duelo com o veleiro "Thermopilyae", que em 1872, encetou uma competição para ver quem seria o primeiro a entregar o primeiro carregamento da colheita de chá desse ano. Ambos os barcos partiram de Xangai a 22 de Outubro de 1872, e o Cutty Sark perdeu devido à avaria do seu timão no Mar Vermelho. Acabou por chegar a Londres uma sermana depois do seu rival.


Depois disso, transportou lã vinda da Austrália, e em 1916 foi comprada por portugueses, que o rebaptizaram de "Maria do Amparo". Curiosamente, o seu rival, o "Thermopilyae", também tinha sido comprado por portugueses, mas teve pior sorte: foi afundado em 1905 por barcos da Marinha Portuguesa, como exercício de tiro... repousa neste momento na Baía de Cascais.


Wilfred Downman comprou-o de novo em 1922, voltou ao seu nome original, e transformou-o num navio-escola. Em 1954 foi transladado pra doca seca, em Londres, onde ficou lá até agora. Depois disso, se quiserem afogar as vossas mágoas, façam-no bebendo o whisky que foi inspirado nas suas façanhas...

1 comentário:

Felipão disse...

Só timando um Cutty Sark mesmo. Belíssimo post e só nos resta a lamentar o destino desse ícone...