sexta-feira, 16 de julho de 2010

GP Memória - Grã-Bretanha 1955

Os eventos de Le Mans, ocorridos um mês antes, tinham feito cancelar corridas na Suiça e França, que estava previsto para acontecer a 3 de Julho, em Reims. Nos dias seguintes, os Grandes Prémios da Alemanha, em Nurburgring, e de Espanha, em Barcelona, tinham também sido calcelados, fazendo com que o calendário estivesse muito curto, e fazendo com que somente restasse o GP de Itália, em Monza, marcado para o dia 11 de Setembro. Assim, a corrida britânica assumia caratér de decisora do título mundial, que já se sabia que iria parar às mãos da Mercedes.

Entretanto, os organizadores, que inicialmente tinham marcado a corrida no circuito de Silverstone, decidiram mudar de local para um hipódromo nos arredores de Liverpool chamado Aintree. Lá estavam inscritos um numero impresionante da carros, 25 ao todo, na sua grande maioria carros britânicos como Connaught e Vanwall.

A Mercedes tinha inscrito quatro carros, para o argentino Juan Manuel Fangio, o britânico Stirling Moss, o alemão Karl Kling e o italiano Piero Taruffi. Na Ferrari, três carros estavam inscritos para o francês Maurice Trintignant, o britânico Mike Hawthorn e o italiano Eugenio Castelloti. Na Maserati, quatro carros estavam inscritos a nivel oficial, para o francês Jean Behra, o argentino Roberto Miéres, o italiano Luigi Musso e o francês André Simon.

Ainda havia mais quatro Maseratis inscritos, um da Owen Racing Organization para um jovem chamado Peter Collins, outro inscrito pela familia Moss, e conduzido por Lance Macklin, outro da Gilby Engeneering e conduzido por Roy Salvadori, e um último inscrito pela Gould's Garage, de Bristol, conduzido por Horace Gould.

A Gordini tinha três carros inscritos, para o brasileiro Hernando da Silva Ramos, e os franceses Robert Manzon e Mike Sparken, o pseudónimo de Michel Poberjervsky. Em termos de carros britânicos, sem a BRM, estavam dois carros da Vanwall, para o americano Harry Schell e o para o britânico Ken Wharton, enquanto que os Connaught-Alta tinham inscritos três carros para Kenneth McAlpine, Jack Fairman e Tony Rolt. E ainjda havia um pequeno Cooper-Bristol, inscrito pelo construtor britânico, que estreava um talentoso piloto e mecânico australiano chamado Jack Brabham.

Na qualificação, a grelha foi toda dominada pelos Mercedes, que ficaram com quatro dos cinco primeiros lugares da grelha. A grande intrusão foi Jean Behra, terceiro na grelha, atrás de Fangio, o "poleman", e Moss, o segundo classificado. Kling foi o quarto e o veterano Taruffi o quinto. Roberto Miéres era sexto, seguido pelo Vanwall de Harry Schell, os Maserati de Andre Simon e Luigi Musso e o Ferrari de Eugenio Castelloti.

Na partida, Mossa foi melhor que Fangio e assumiu a liderança, com o argentino logo atrás dele. Na terceira volta, ele assaltou o lugar de Moss e tomou conta dela. Mais atrás, Behra teve um mau arranque mas cedo apanhou Kling e Taruffi antes de desistir na volta dez devido a problemas de óleo. Mais atrás, no Connaught de Tony Rolt, este cedeu o lugar à décima volta a Peter Walker, mas não foi muito mais longe, desistindo nove voltas depois. Seria o primeiro dos três carros partilhados nessa tarde.

Quando o francês da Maserati desistiu, Kling ficou com o terceiro lugar, com o Maserati de Miéres atras dele. Enquanto isso, Moss desafiou Fangio para a liderança e conseguiu ultrapassá-lo na volta 26, ficando os dois em linha um atrás do outro, sem nenhum deles a ameaçar.

Enquanto isso, Miéres tinha problemas com o motor e desistia na volta 47, fazendo com que o terceiro posto ficasse nas mãos de Kling. Mais atrás, acontecia mais uma troca de carro, com Ken Wharton a ficar no lugar de Harry Schell e a acabar a corrida a dezoito voltas do lider, depois de ter ficado parado muito tempo para resolver os problemas mecânicos que tinha. Na frente da corrida, Moss liderava, com Fangio bem colado atrás, mas sem vontade de o atacar.

As coisas iriam ficar assim até à meta, quando Moss se iria tornar no primeiro britânico a ganhar no seu solo, embora a bordo de uma máquina estrangeira, uma Mercedes alemã. A multidão ficou em delirio, mas algumas pessoas começaram a dizer que Fangio, que tinha conseguido o seu terceiro título mundial nessa tarde, deixou ganhar moss num gesto de magnamidade. Ao que o argentino refutou, afirmando que o jovam piloto simplesmente tinha sido melhor do que ele. E iria manter o mesmo discurso até ao final dos seus dias.

Na classificação geral, tinha sido o dominio total da Mercedes, que ficara com os quatro primeiros lugares: Moss, Fangio, Kling e Taruffi. O Maserati de Luigi Musso ficava com o último lugar pontuável.

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