sábado, 5 de fevereiro de 2011

A história de Hector Rebaque, o ultimo dos mexicanos (até agora)

Este ano volta-se a olhar Hector Rebaque com outros olhos. No dia em que o discreto piloto mexicano comemora 55 anos de idade, o pais do Speedy Gonzalez volta a ter um piloto seu na categoria máxima do automobilismo, e ainda por cima trás atrás de si uma série de patrocinadores, liderado quase todos vindos do homem mais rico do mundo, Carlos Slim.

Muitos olham para o México e lembram-se dos irmãos Rodriguez: o prodígio Ricardo, que correu na Ferrari aos 19 anos e morreu aos vinte no primeiro Grande Prémio mexicano, e o seu irmão mais velho Pedro, que teve carreira na Formula 1 e na Endurance, sendo um dos grandes pilotos ao volante do modelo 917. Contudo, também teve um mau fim ao morrer a 11 de Julho de 1971 - vai fazer 40 anos - numa prova no Norisring alemão.

Hector Rebaque não foi um piloto do fundo do pelotão, tem de se dizer isto. De fato, tinha dinheiro, mas não foi propriamente um piloto que pagou para correr numa equipa qualquer. Num tempo em que se podia comprar os chassis, fez isso: primeiro um Hesketh, e depois... comprou dois chassis Lotus. Em 1978 e 79, na altura em que a equipa tinha os melhores chassis do pelotão, Rebaque tinha a capacidade de comprar um desses chassis. Os resultados nem sempre foram os melhores - somente conseguiu um ponto - e em meados de 1979 até teve a ideia de fabricar o seu próprio chassis!

Indo à Penske, pediu a Geoff Ferris para construir o chassis Rebaque 100, tendo como base o tal Lotus 79. Ferris chega a ter a ajuda de um tal John Barnard, e o carro fica pronto para as três últimas corridas da temporada de 1979, mas somente se qualifica uma vez, e não termina a corrida.

Fica de lado no inicio da época de 1980, não impressionando ninguém das equipas do pelotão, mas quando Bernie Ecclestone se livra do argentino Ricardo Zunino, claramente inferior - e não pagante - que Nelson Piquet, Rebaque aparece com o apoio da petrolifera estatal Pemex e fica com o segundo lugar da equipa. Faz melhor do que Zunino, é certo, mas continua a ser inferior a Piquet, que nesse ano se torna vice-campeão.

Em 1981 se safa melhor: pontua mais regularmente, chega a fazer alguns brilharetes e consegue ao todo onze pontos e o décimo lugar no campeonato, num ano em que Piquet é campeão do mundo. De fato, o chassis BT49 era tão bom que até Hector Rebaque poderia se dar ao luxo de andar pelos primeiros lugares. Mas no final do ano, com a Brabham a aventurar-se no Turbo e a Parmalat, o seu principal patrocinador, a querer um piloto italiano, Rebaque fica sem lugar na Formula 1 e atravessa o Atlântico, a caminho dos Estados Unidos e da nascente CART.

Em 1982, consegue vencer uma prova, no circuito de Road America, mas na semana seguinte, tem um acidente pavoroso na oval de Milwaukee, que o coloca fora de combate por algum tempo. Contudo, o acidente faz precipitar o seu final de carreira automobilistico, pois ficou a achar que as ovais eram demasiado perigosas para ele. Apesar de uma aparição final na Race of Champions de 1983, numa Brabham-BMW Turbo, largou de vez o automobilismo e virou-se para os negócios no seu país natal, mais concretamente na imobiliária.

Agora, com o regresso dos mexicanos à Formula 1, pode ser que o seu interesse na competição volte. Ou então, que conheçamos melhor esta personagem. Feliz Aniversário, Hector!

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