Esta terça-feira, o governo peruano anunciou que não iria acolher o Dakar em 2016, alegando estar preocupado com o fenómeno do "El Niño" e as suas consequências. “O Ministério do Comércio Externo e do Turismo comunica à opinião pública que devido aos possíveis efeitos provocados pelo El Niño sobre a população, decidimos anular a participação nos eventos Dakar Series 2015 e Rali Dakar 2016”, começou por explicar o comunicado oficial.
O Dakar 2016, que acontecerá entre os dias 3 e 16 de janeiro, teria à partida em Lima, e as primeiras cinco etapas aconteceriam em território peruano, com passagens por Argentina e Bolivia, terminando em Buenos Aires. Já este ano, o Chile tinha também decidido não participar na edição de 2016 por causa das cheias que tinham assolado o norte do país.
Em comunicado oficial, a Amaury Sport Organisation, entidade organizadora do Dakar, ragiu explicando que “o percurso definitivo da edição 2016 do Dakar será conhecido na segunda quinzena de setembro”. Apesar da saída do Peru, a Argentina e a Bolívia continuam a integrar o percurso do Dakar 2016.
Contudo, fora dos comunicados oficiais, há quem ache que a decisão do governo peruano foi politica e deixou a organização em maus lençois. Neste caso, o ex-piloto Marc Coma (na foto, durante a edição deste ano) e agora um dos diretores do Dakar, afirmou numa declaração captada pela agência EFE que não há "plano B" após esta retirada.
"Neste momento, não existe uma rota para o Dakar 2016 e que torna possível fornecer uma solução alternativa para as muitas equipas que já haviam comprado os bilhetes de avião para Lima", começou por dizer eo ex-piloto catalão. Apesar de acreditar que serão encontradas soluções para breve, ele lamentou que há "pouco tempo para explorar as coisas que são novas ou diferentes."
"É uma corrida muito complexa, onde há muitos aspectos a considerar. Buscamos um percurso consistente, com garantias de sucesso. [O Rali Dakar] foi concebido de modo a que o Peru contribisse com grande parte das dunas e deserto, que é mais difícil de encontrar na Bolívia e Argentina. Então agora vamos tentar encontrar a parte que foi descartada", concluiu.
Assim sendo, as hipóteses que estão colocadas em cima da mesa pode ser um regresso ao Chile, caso queiram as dunas perdidas agora com a saída do Peru, ou então uma passagem pelo Paraguai, deixando de lado o deserto e apostando mais na terra. Resta saber que percurso será apresentado nas próximas semanas.
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