domingo, 30 de junho de 2013

Formula 1 em Cartoons - Grã-Bretanha (Pilotoons)

E mais uma vez, o Bruno Mantovani sacou outro belo e inspirado "cartoon". Ver aquela "miss" Nico Rosberg conseguindo desarmadilhar a bomba chamada pneus Pirelli é absolutamente impagável.

Youtube Pikes Peak: O video do recorde de Löeb em Pikes Peak


E como seria de esperar, Sebastien Löeb mostrou que tinha uma máquina imbatível no Pikes Peak deste ano. Esta tarde - manhã em paragens americanas - o piloto francês pegou no seu Peugeot 208 Ti16 e mostrou que aquilo que tinha feito nos treinos era tudo real. E hoje, as coisas foram ainda melhor: o piloto francês pulverizou o recorde da subida à montanha, com o tempo de oito minutos, 13 segundos e 878 centésimos.

Impressionante, hein? Eis o video da sua subida recorde. O chato é que foi muito mal captado e mal feito pela Red Bull, que transmitiu isto em direto... parece que recuei 40 anos no tempo.

Formula 1 2013 - Ronda 8, Grã-Bretanha (Corrida)

Três semanas depois do Canadá, máquinas e pilotos atravessavam o Atlântico para correr o GP da Grã-Bretanha, num dos circuitos que fazem parte da História, que é Silverstone. Um circuito totalmente modificado desde os seus primórdios, em nome de uma manutenção no calendário e das exigências cada vez maiores, em nome da segurança. Interessante ver que durante esse tempo, Monza não recebeu assim tantas exigências para que melhore o seu circuito...

Depois de ontem os Mercedes terem monopolizado a primeira linha da grelha na qualificação, na frente dos Red Bull, a grande curiosidade era saber se seria mais do mesmo ou haveria alguma grande modificação, tão dramática que afetasse o campeonato do mundo. Iria acontecer, mas para lá chegarmos, leiam o resto destas linhas.  

A corrida começou com Lewis Hamilton a ser melhor do que Nico Rosberg, instalando-se na liderança. Vettel foi também melhor do que o alemão, relegando-o para o terceiro posto, atrás de Kimi Raikkonen, já que Mark Webber teve um mau arranque, sofrendo um toque de Romain Grosjean e caira para o 15º posto. Com o passar das voltas, o piloto britânico alargou a sua vantagem de modo a querer dominar a corrida, mas as suas intenções terminaram na s´ttima volta, quando o seu pneu traseiro esquerdo rebentou, obrigando-o a ir ás boxes e sair de lá na cauda do pelotão. A sua corrida estava estragada, mas aquilo era apenas o inicio do drama.

É quer na 12ª volta, era a vez de Felipe Massa sofrer um furo, causando um despiste e consequente ida às boxes, causando preocupação naqueles que viam a corrida como um teste de resistência a um bando de pneus que aguentava muito pouco, senão nada.

E com o passar das voltas, as coisas pioravam em relação aos furos. Na volta 15, era a vez do Toro Rosso de Jean-Eric Vergne, que viu explodir (também!) o seu pneu traseiro esquerdo em plena Stowe, na frente das Lotus. Com a quantidade de pneus furados, já se pedia uma intrevenção de qualquer forma, até à interrupção da corrida. E foi o que aconteceu na volta seguinte, com a entrada do Safety Car.

Com os comissários de pista a recolherem apressadamente os pedaços de borracha e a Pirelli a recolher os pedaços maiores para os levar de volta à fábrica, os pilotos esperavam que não existisse mais furos. Mas mesmo assim as coisas andavam mal para certos pilotos. Sebastian Vettel, por exemplo, tinha sido avisado de que um dos seus pneus tinha rachas e teria de fazer as curvas com cuidado.

Após seis voltas de limpeza, a corrida voltou à carga, com Vettel e Rosberg nos lugares da frente, mas nenhum deles ameaçava um com o outro. Atrás, as coisas andavam mais agitadas, ainda por cima com os pilotos a optarem por pneus mais duros e uma maior pressão nos pneus, para fazer com que durem mais tempo e evitar outros furos inesperados.

Parecia que com isso tudo, as coisas iriam ficar calmas. Na frente, Vettel seguia no comando, com Rosberg atrás e os pneus pareciam que iriam aguentar até ao final da corrida. Mas a dez voltas do fim... o piloto alemão pára na frente da meta, com  a caixa de velocidades quebrada e pela segunda vez, o Safety Car entrava na pista. Este ficou por quatro voltas, com Rosberg na frente, e pilotos como Webber, Alonso e Hamilton, com pneus mais frescos, a tentar passar o maior numero de pilotos possivel para conseguir aproveitar melhor o problema que Vettel teve. Em contraste, Raikkonen, com os pneus mais velhos, era segundo e tinha de aguentar o assédio dos outros. 

E assim foi: Rosberg foi para a frente, sem ser incomodado, com Raikkonen a tentar aguentar os outros pilotos, mas foi inevitavelmente ultrapassado por Webber, Alonso e Hamilton. Estes dois últimos pilotos andaram um atrás do outro, mas o inglês, que queria compensar o pneu furado, não conseguiu apanhar o espanhol para chegar ao pódio.

No final, Nico Rosberg conseguiu a sua segunda vitória do ano, aguentando um Mark Webber que fez uma excelente parte final da corrida para conseguir o segundo posto, e Fernando Alonso ficava com o lugar mais baixo do pódio - depois de apanhar um susto quando o pneu traseiro esquerdo de Sergio Perez explodiu na sua frente na Hangar Straight - sendo o melhor beneficiado na luta pelo titulo, subindo para o segundo posto. Hamilton foi o quarto, seguindo por Raikkonen, Massa, Sutil, Ricciardo, Di Resta (que conseguiu pontuar partindo de último!) e Hulkenberg.

Agora teremos Formula 1 na semana que vêm, na Alemanha. Mas esta tarde mostrou-se que haverá questões por responder em algumas fábricas, principalmente numa em particular em Itália... e claro, muitas equipas zangadas.

Noticias: Piloto italiano morre em Paul Ricard

Definitivamente, a bruxa anda solta no automobilismo. Oito dias depois de Allan Simonsen, em Le Mans, um acidente esta manhã durante o Lamborghini Super Trofeo, uma corrida de apoio à Blaincplain Endurance Series, no circuito de Paul Ricard, uma carambola envolvendo quatro pilotos resultou na morte de um deles, o italiano Andrea Mamé. Aparentemente, o seu carro embateu com uma enorme violência nas barreiras de proteção da pista francesa, destruindo o seu carro. Outros quatro pilotos ficaram também feridos no acidente.

A organização lançou um comunicado oficial, explicando o acidente e os pilotos envolvidos, e explicou que os Lamborghinis que iriam correr na prova principal decidiram retirar-se de cena, em memória do piloto falecido esta manhã:

"É com enorme tristeza que a Blancpain e a SRO Motorsports Group confirmam a trágica morte de Andrea Mamé, quando o seu Lamborghini numero 11 se envolveu numa colisão multipla no inicio da corrida da Lamborghini Blancpain Super Trofeo, esta manhã. Apesar dos melhores esforços para o socorrer, as suas lesões revelaram-se fatais. Os seus parentes já foram informados do acontecimento." 

"Devido a isso, os Lamborghinis numeros 24 e 125, conduzidos respectivamente por Marc A. Hayek, Peter Kox, Albert von Thurn und Taxis, Stefan Rosina e Jos Menten decidiram que não irão participar na corrida desta tarde.

As aventuras de Löeb no Pikes Peak, ao vivo!

Mas a Blaincplan Endurance Series não é a única competição que poderemos ver ao vivo neste blog. Hoje poderemos ver, nos nossos computadores, os feitos de Sebastien Löeb e companhia no Pikes Peak, a famosa subida de montanha no estado americano do Colorado. 

Pelas 14:45 horas, hora de Lisboa - provavelmente ao mesmo tempo que termina a Formula 1 em Silverstone - máquinas e pilotos das várias categorias subirão a montanha, e o grande momento acontecerá a partir das 16:30, horas de Lisboa, quando for a vez de Löeb tentar pulverizar o anterior recorde da subida, 25 anos depois de Ari Vatanen ter feito o mesmo, num modelo 405 Ti16.

O link para o ver na Red Bull TV é este, mas vou ver se arranjo outro para se ver por aqui, ao vivo.

Blaincplan Endurance Series em Paul Ricard - ao vivo!


Live streaming by Ustream
Hoje pode ser dia de Grande Prémio de Formula 1 em Silverstone, mas há mais coisas para vermos em termos de automobilismo. A primeira chamada de atenção, cortesia do Rodrigo Mattar, é a ronda de Paul Ricard da Blaincpain Endurance Series, uma categoria de carros GT onde as grelhas estão mais cheias de carros que até enjoa!

Enfim, a partir das 14 horas, hora de Lisboa, (10 horas no Rio de Janeiro, por exemplo...) começa por aqui a corrida, caso achem a Formula 1 aborrecida...

sábado, 29 de junho de 2013

Youtube Television Trailer: Top Gear, a vigésima temporada

Amanhã, na BBC, o Top Gear volta à ação para mais uma temporada. E parece que promete, pois no primeiro, eles irão correr contra um veleiro na Nova Zelândia...

Enfim, eis o trailer para a temporada que aí vêm.

Youtube Racing Crash: o acidente entre Kujala e Fumanelli na GP3 de Silverstone

A primeira corrida da GP3 deste GP da Grã-Bretanha ficou marcada pelo acidente entre o finlandês Patrick Kujala e o italiano David Fumanelli, onde o piloto finlandês não se livrou de um grande susto, quando viu o seu carro a capotar e a ir parar às barreiras de proteção. Felizmente, nenhum dos dois se magoou, mas o acidente fica como recordação de que o desastre está sempre à espreita...

Última Hora: Force India de Di Resta está abaixo do peso e é penalizado

O excelente quinto lugar que Paul di Resta conquistou na qualificação do GP da Grã-Bretanha tinha afinal um detalhe incómodo: o seu carro estava 1,5 quilos abaixo do peso mínimo, logo, os comissários de pista decidiram desclassificá-lo, anulando os seus tempos e o obrigando a arrancar do último lugar para a corrida de amanhã.

O que é pena, especialmente depois do piloto escocês ter celebrado este resultado, após enfrentar alguns problemas mecânicos durante o terceiro treino livre. “Estou na Lua com o resultado da classificação e acho que toda a equipe pode ficar satisfeita com o quinto lugar na grelha. O treino livre da manhã foi bem difícil, então foi muito bom me recuperar e terminar atrás apenas das duas Mercedes e das duas Red Bull”, declarara horas antes, no final da qualificação.

Esta pista exige de bastante concentração, e você precisa ir construindo a velocidade, mas eu acho que conseguimos salvar nosso melhor para o final, que é quando importa”, acrescentou.

Formula 1 2013 - Ronda 8, Grã-Bretanha (Qualificação)

E parece que os estrelados são cada vez mais uma opção a ter em conta, pelo menos na qualificação. Lewis Hamilton foi o melhor, conseguindo a pole-position "em casa" numa Silverstone cheia para ver máquinas e pilotos no seu melhor. E num monopólio, Nico Rosberg, o aniversariante da semana, ficou com o segundo lugar, colocando os Red Bull na segunda fila, com Sebastian Vettel na frente de Mark Webber, que está agora em periodo de "pré-reforma", agora que já disse que será piloto da Porsche em 2014.

Com a Q1 a pertencer aos pilotos do costume, era interessante saber quem ficaria com aquele lugar indesejado para os pilotos do meio do pelotão. E este calhou a Valtteri Bottas, três semanas depois de ter brilhado no Canadá, à chuva. E com o tempo seco de hoje, e no fim de semana do 600º Grande Prémio por parte da Williams, este terá sido com certeza mais uma dos pontos baixos que esta equipa histórica têm vivido nos seus últimos tempos. Não muito melhor ficou Pastor Maldonado, que apesar de ter passado na Q2, ficou... um lugar na frente de Bottas.

Nessa Q2, foi a vez dos McLaren ficar de fora, especialmente Jenson Button, que ficou no pior dos lugares, a 11ª posição, demonstrando que a equipa de Woking está no seu inferno astral. Pelo menos, em termos desta temporada. E provavelmente a hipótese de vitória em 2013 será algo altamente improvável, não é? E claro, Felipe Massa também ficou no caminho, ainda por cima quando pelo terceiro fim de semana consecutivo, danifica o seu carro numa sessão de treinos. Os mecânicos da Scuderia devem adorá-lo neste momento...

Mas em alto contraste, o facto dos Force India de Adrian Sutil e Paul di Resta terem conseguido entrar na Q3, e ainda por cima, com o escocês a ficar com o quinto posto, imediatamente atrás de Mercedes e Red Bull, poderá significar que o pessoal quer brilhar nesse fim de semana, provavelmente um inedito pódio nesta temporada. E entre eles, o Toro Rosso de (desta vez) Daniel Ricciardo, que parece mostrar que aquele carro esta cada vez mais melhor, e quem sabe, para ele e Jean-Eric Vergne mostrarem a Helmut Marko e Christian Horner que merecem uma chance para o lugar deixado vago por Mark Webber.

Veremos como vai ser amanhã, na corrida. Espero que seja agradável de se ver.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

E agora, Red Bull?

O anuncio de Mark Webber como piloto da Porsche em 2014 era esperado, dada a quantidade de especulações nesse sentido, devido às várias fontes que falavam sobre isso, especialmente após o famoso episódio do "Multi21" no GP da Malásia. Com a idade que ele têm e o facto de a Red Bull ser uma coutada de Sebastian Vettel - especialmente quando demonstrou que não era capaz de bater o piloto alemão, no final de 2010 - o facto de ter abraçado com os dois braços o projeto da Porsche em 2014 é o reconhecimento de que na Formula 1, o seu tempo tinha terminado, e que um lugar dentro das grandes equipas já não existia mais.

Claro que alguns dirão que Webber na Ferrari, ao lado de Fernando Alonso, seria o ideal, mas duvido que o australiano queira ser escudeiro do espanhol depois de ser escudeiro do alemão durante anos a fio. Logo, uma nova aventura, numa equipa de fábrica, numa nova competição, com possibilidades reais de vencer algo importante como as 24 Horas de Le Mans é bem melhor do que encher a conta bancária só para ser segundo classificado numa corrida de Formula 1. Pelo menos nesta Formula 1 atual.

Agora com um lugar vago, todos adoram especular sobre o seu substituto. E todos desejam que este seja ocupado por Kimi Raikkonen. É certo que o finlandês de 33 anos é apoiado pela marca desde os tempos da Sauber, e eles o apoiaram quando fez duas temporadas no WRC, mas nem sempre dois mais dois são quatro. Por varias razões: primeiro, Kimi detesta politica, daí ele ser tão adorado entre os fãs da Formula 1. E uma das razões do seu regresso à competição, na Lotus, é que ele tem a liberdade de fazer o que quiser em termos de relações públicas ou em relação as intrigas politicas. Foi por isso que saiu "antes do tempo" da Ferrari, em 2009 e não se importou de ficar "desempregado" em 2010, com a Scuderia a pagar 17 milhões de euros só para não entrar num Formula 1.

A segunda grande razão pelo qual não acredito no ingresso de Kimi na Red Bull tem a ver com a hierarquia. Na turma de Milton Keynes, quem manda é Sebastian Vettel. É o menino querido da turma, todos o adoram e recentemente, renovou o seu contrato até 2015. Vettel e Kimi podem ser amigos, mas uma igualdade entre os dois será temporária. Temporária porque Vettel quer mandar, e ter um piloto que o morda os seus calcanhares o incomoda. E Kimi voltou à Formula 1 para vencer, porque senão, volta para casa - ou para os ralis - e vai fazer a sua vida. Já provou mais do que uma vez que no momento em que não precisa da Formula 1 para nada, sabe onde está a porta da saída.

Sendo assim, passemos para as alternativas. Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo são os pilotos da Toro Rosso, a antiga Minardi, que Dietrich Mateschitz comprou no final de 2006 para que servisse como "equipa B" para os pilotos que a marca apoiava. Até agora, o unico que deu sucesso foi Sebastian Vettel, mas apenas porque... venceu uma corrida. Tirando isso, todos os outros pilotos nunca conseguiram mais do que um sétimo posto em corrida. Isto... até ao GP do Canadá de 2013, onde Jean-Eric Vergne conseguiu um sexto lugar.

O piloto francês de 23 anos está a mostrar ser um piloto ligeiramente melhor e mais consistente do que o seu companheiro, o australiano Daniel Ricciardo. E o fato de estar a conseguir isso poderá significar que terá hipótese de saltar para a equipa principal em 2014. E Helmut Marko já disse que está atento às performances de Vergne. Mas temos Ricciardo, que quer também mostrar ao mundo que é piloto a ter em conta, e numa equipa onde normalmente os pilotos têm duas temporadas para mostrar o que vale, antes de serem sumariamente despedidos, como já aconteceu com Sebastien Buemi e Jaime Alguersuari, no final de 2011, este é um momento ideal para mostrar a utilidade da equipa na Formula 1.

Logo, Vergne ou Ricciardo seriam os pilotos ideais para o lugar. Mas existe um terceiro tipo de hipótese: um tiro no escuro. E esse tiro no escuro tem um nome. Chama-se António Félix da Costa. É português, tem 21 anos e no ano passado, surpreendeu muita gente pelos seus feitos na World Series by Renault (WSR) e na GP3.

Na segunda metade de 2012, Félix da Costa venceu cinco corridas na WSR e mais duas na GP3, bem como mais alguns pódios e o GP de Macau, sítio onde pilotos como Ayrton Senna e Michael Schumacher já inscreveram o seu nome na lista de vencedores. Todos ficaram espantados com as suas performances e acharam que ele seria o candidato ideal para a Formula 1 em 2014. Até dizem que tem o mesmo estofo de campeão que Sebastian Vettel. Mas esta temporada, as coisas não andam perfeitas para ele, pois só venceu uma corrida e é terceiro no campeonato, atrás do belga Stoffel Vandoorne e do dinamarquês Kevin Magnussen.

Contudo, estes são os mesmos resultados que tinha Vettel em 2007, quando corria na WSR e foi chamado para correr na Toro Rosso, no lugar do americano Scott Speed. É tudo muito relativo, sem dúvida, e pode ser algo temporário, por causa do desgaste dos pneus ou as afinações do carro. E a confiança da equipa nele continua intacta, pois ele foi chamado para correr no teste de jovens pilotos em Silverstone, ao lado do filho de Carlos Sainz, que vai acontecer daqui a alguns dias.

A hipótese de um "tiro no escuro" não é totalmente descabida. A McLaren fez isso com Lewis Hamilton, no final de 2006, e deu certo. E no passado, Enzo Ferrari também apostou em perfeitos desconhecidos ara guiar as suas máquinas. Dois desses desconhecidos chamavam-se, respectivamente, Niki Lauda (1974) e Gilles Villeneuve (1977)...

Em jeito de conclusão, a Red Bull tem muitas cartas em cima da mesa. Elas representam várias coisas, que vão desde decisões de marketing até à "raison d'etre" de algo como a Toro Rosso. Francamente, a minha opinião pessoal seria um "shootout" entre os pilotos da Toro Rosso, os novatos e o suiço Sebastien Buemi, o terceiro piloto da marca. Nesse último caso, seria uma boa recompensa para um piloto cuja carreira foi integralmente paga pelos energéticos...

Veremos. Estes próximos meses serão interessantes para serem seguidos na Red Bull.

Noticias: Citroen no WTCC em 2014, Löeb confirmado, Kubica e Menu a seguir?

A Citroen confirmou na tarde desta terça-feira que irá ingressar no WTCC a partir de 2014, e está a querer alinhar uma equipa de luxo. Primeiro, confirmou Sebastien Löeb como o primeiro dos seus pilotos nesta nova aventura automobilística, e poderão aparecer mais. A Autosport portuguesa fala esta sexta-feira que a marca francesa ira fazer um anuncio durante o fim de semana na cidade do Porto, onde poderão anunciar a quantidade de carros que alinharão a partir da temporada de 2014 - que poderão ser três - e os pilotos que farão parte da aventura.

"O WTCC baseia-se em vários aspetos essenciais para Citröen tal como um calendário global e regulamentos que mantêm os custos a níveis aceitáveis. Este nosso envolvimento vai-nos ajudar a desenvolver a marca em mercados emergentes como a China, Rússia e América do Sul", revelou o CEO da marca, Frederic Banzet, no anuncio oficial da entrada da marca no Mundial de Turismos.

Se Löeb está confirmado desde a primeira hora, os rumores sobre os outros pilotos são vairados. O polaco Robert Kubica, o suiço Alain Menu e o francês Yvan Muller (esta hipótese é falada hoje pelo jornal L'Equipe) são os pilotos comentados, mas por agora, o diretor geral, Yves Matton, não abre o jogo. 

Mas a marca também ainda não abriu o jogo sobre o modelo que será colocado a partir do ano que vêm. Houve desde há alguns meses ensaios com um modelo DS3 com especificações do WTCC, e por causa disso, a marca tomou a decisão que tomou, mas ainda não há uma decisão final sobre o carro que fará frente a modelos como o Chevrolet Cruze ou o Honda Civic. O modelo DS4 é uma hipótese, mas não passa disso.

Contudo, a entrada da marca francesa no Mundial de turismos vem enriquecer o campeonato, pois estará a competir contra a Honda e a Lada, em termos oficiais, e a BMW e a Seat, em termos de privados. E isso não implica a saída imediata do WRC, pois a marca tem acordos com o patrocinador Abu Dhabi, que lhe garante mais duas temporadas no Mundial de Ralis.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

As reações da Red Bull à saída de Webber

As reacções à saída de Mark Webber da Red Bull para correr no programa da Porsche na Endurance foram muitas, especialmente os que afirmam que isso poderá trazer Kimi Raikkonen para a equipa, ou os outros que dizem agora que a marca irá decidir por um "shootout" entre os pilotos da Toro Rosso e, por exemplo, um dos pilotos da "cantera", como António Félix da Costa.

Mas dentro da Red Bull, várias personalidades já manifestaram o seu apreço por Webber e renderam as suas homenagens. Sebastian Vettel reagiu, afirmando: “Ele não é, provavelmente, o meu melhor amigo, mas é um grande colega de equipa com quem passei momentos incríveis. Vai fazer falta à Formula 1!".

Christian Horner, diretor desportivo da marca, afinou pelo mesmo diapasão: "Tenho certeza que o Mark pensou muito antes de tomar a decisão, que terá sido sem dúvida, muito difícil. Fez muito por nós na Fórmula 1 e tenho certeza que ele vai continuar a dar o seu melhor até ao final da temporada. Apoiamos a decisão do Mark, pois ele tem sido um excelente complemento para a equipa desde que se juntou a nós em 2007 e desejamos a ele tudo de melhor na próxima etapa de sua carreira.", disse.

Pikes Peak: Sebastien Löeb esmaga concorrência nos treinos

Pikes Peak é neste fim de semana, mas parece que os ensaios e a preparação que a Peugeot fez ao longo das semanas e dos meses compensaram. E de que maneira! Nos 8,2 quilómetros do percurso entre a base e o topo, Sebastien Löeb, o piloto francês que ontem foi confirmado como piloto da Peugeot na sua aventura do WTCC em 2014, conseguiu a bordo do seu modelo 208 Ti16 o tempo de 3 minutos, 26 segundos e 153 centésimos, mais... (estão sentados?) 28 segundos que o segundo classificado, o protótipo Norma guiado pelo futuro piloto da Porsche, o francês Romain Dumas. Ele conseguiu o tempo de 3.43, 556 segundos. Ambos correm na categoria Unlimited.

O terceiro na qualificação foi outro francês, Jean-Pierre Dayrault, que decidiu transformar um Protótipo Mini e fez o tempo de 3.55,218 segundos. E somente estes três é que conseguiram fazer tempos inferiores a quatro minutos, pois o quarto melhor tempo, de Spencer Steele, fez 4.06,530 segundos.

Sem dúvida, Löeb e a Peugeot querem arrasar em Pikes Peak. Veremos se na corrida isso vai acontecer.


Noticias: Mark Webber vai para a Porsche em 2014

Era uma noticia especulada, e esta manhã soube-se a sua confirmação: o australiano Mark Webber será piloto da Porsche em 2014, abandonando a Red Bull no final desta época. O piloto australiano de 36 anos, que está na Formula 1 desde 2002, será o quarto piloto a juntar-se à marca, que voltará à Endurance no ano que vêm, depois de Timo Berhard, o francês Rolain Dumas e o suiço Neel Jani

"É uma honra juntar-me à Porsche no seu regresso à categoria máxima em Le Mans e no Campeonato do Mundial de Endurance (WEC no inglês original) para fazer parte desta equipa", começou por dizer, em declarações captadas pela Autosport britânica. 

"A Porsche têm escrito uma história vitoriosa como construtora e representa o melhor da tecnologia e da performace. Estou ansioso por este novo desafio após o meu tempo na Formula 1. A Porsche irá sem dúvida colocar-se numa fasquia muito alta em termos de objetivos. Desejo pilotar um dos carros mais rápidos do mundo", concluiu.

A noticia da transferência de Webber da Formula 1 para a Endurance tinha sido logo falada após o episódio do "Multi 21" no GP da Malásia deste ano, quando Sebastian Vettel recusou a obedecer às ordens de manter as posições e atacou o primeiro lugar que era ocupado pelo piloto australiano. Quanto à sua carreira, o piloto australiano têm até agora 205 Grandes Prémios, com nove vitórias, 36 pódios, 11 pole-positions e 15 voltas mais rápidas, numa carreira que começou pela Minardi, e que passou pela Jaguar, Williams e desde 2007, Red Bull.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Noticias: Piloto de todo-o terreno encontrado morto do deserto de Abu Dhabi

Parece que a bruxa anda de novo solta no automobilismo. Quatro dias depois do acidente mortal de Allan Simonsen nas 24 Horas de Le Mans, ontem foi noticiada a morte de um piloto de TT (Todo-oTerreno), o ucraniano Vadym Nesterchuk. O piloto encontrava-se no deserto de Abu Dhabu a treinar-se para o Rali Rota da Seda quando o seu carro avariou e ele teve a ideia de ir a pé até à localidade mais próxima. Debaixo de mais de 40 graus de temperatura, Nesterchuk desmaiou e acabou por ser encontrado já sem vida, aparentemente desidratado.

Nesterchuk, de 42 anos, era casado e tinha dois filhos. Tinha sido 26º classificado no último Rali Dakar, disputado no inicio do ano.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Noticias: Kubica sente "saudades" da Formula 1

Apesar de ele ter vencido pela segunda vez consecutiva na categoria WRC2, no Rali da Sardenha, e de ter conseguido os seus primeiros pontos no Mundial de Ralis, com um nono lugar da geral, Robert Kubica confessa que está com saudades da Formula 1. Numa entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, ele afirma que não esta a implorar por um teste num carro, mas que se sente a cerca de 80 por cento das capacidades que tinha antes do seu acidente no Rali Ronda di Andora, em fevereiro de 2011.

Você faz de tudo para chegar à Formula 1 e continuar por lá. Então, de um dia para outro, por razões que todos nós sabemos, você perde a habilidade de estar lá. Portanto, é lógico que eu sinto falta da Formula 1”, começou por afirmar na entrevista ao jornal desportivo italiano.

Eu não tenho mobilidade suficiente no meu braço direito para a Formula 1. Ainda há um longo caminho pela frente e nem tudo depende de mim. Eu não estaria em uma forma física perfeita para correr na Formula 1. Na realidade, eu não posso pilotar em todos os circuitos. Em Monte Carlo, por exemplo, você precisa virar o volante mais e eu não consigo fazer isso. Com certeza eu posso pilotar o carro, mas desde antes do simulador eu já pensava que não tem por que testar na pista se eu não posso ir a todos os circuitos”, explicou.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Youtube Top Gear: O melhor da industria automóvel britânica

Como sabem - se não sabem, ficam a saber - o Top Gear vai voltar a 30 de junho com uma nova temporada. E já vi algumas coisas, como por exemplo o Jeremy Clarkson a guiar o famoso BAC Mono, eles também decidiram fazer um quadro ambicioso: reunir a maior quantidade de carros fabricados na Grã-Bretanha.

O cenário é o "The Mall", em Londres, a estrada que dá acesso ao Palácio de Buckingham, e ver-se-á o resultado final quando o Top Gear o mostrar, mas uma das testemunhas já filmou o que poderá ver por ali: Jaguares, Aston Martins, Moslers, muitos carros de Formula 1, carros normais como o Mini, carros elétricos como o Nissan Leaf, etc, etc.

Vai ser um cenário interessante. O mais ambicioso de todos, disse Clarkson no Twitter. Veremos se não foi mau de todo.  

Youtube Video Racing: O susto do dia em "Le Mons"

Há Le Mans e... Le Mons. Verdade, vocês leram bem. Existe uma corrida de 24 horas, tal como a clássica francesa, mas as diferenças são duas: a primeira é que é feita nos Estados Unidos. A segunda é que são feitas com carros que não valem mais do que... 500 dólares. Sim, leram bem. E pode-se assegurar que muitos dos carros chegam ao fim, aguentando tal esforço.

Pois bem, a edição deste ano teve um susto: uma espécie local decidiu fazer uma visita inesperada ao circuito, pulando  e saltando em frente aos carros. Ao contrário do que aconteceu há umas semanas com um companheiro seu na Alemanha, esta safou-se sem mácula, bem como o carro que foi afetado, um Alfa Romeo 33. Mas decerto que as calças do condutor em questão não deverão ter ficado bem cheirosas...

Youtube Le Mans: As homenagens a Simonsen, em mais uma vitória da Audi

E mais uma vez, a Audi venceu em Le Mans, com uma tripla. Mas o mais interessante neste ano foi a tripla que venceu esta corrida, os veteranos Allan McNish, o dinamarquês Tom Kristensen e o (mais novo) piloto francês Loïc Duval. Kristensen aumentou as suas vitórias para nove, consolidando o seu recorde de vitórias na classica de La Sarthe.

Mas todos tinham em mente o que aconteceu a Allan Simonsen, especialmente Kristensen, pois era o seu compatriota. Como seria de esperar, dedicou a vitoria a ele, e mais tarde, outra lenda de Le Mans, Jacky Ickx, quando lhe concederam a palavra, pediu ao público que fizessem um minuto de silêncio em memória do falecido piloto dinamarquês. 

Ahhh Jacky: é Allan e não Adam. Mas a intenção é que conta.

domingo, 23 de junho de 2013

WSR: Vandoorne vence de novo em Moscovo, Félix da Costa desiste

A segunda corrida da World Series by Renault, que aconteceu no circuito de Moscovo, foi aziaga para António Félix da Costa, que depois de uma má qualificação, sofreu um toque na partida e teve de substituir a asa frontal, antes de se aperceber que o problema era na suspensão, que o obrigou a abandonar. E isso aconteceu na pior altura possivel, pois os seus maiores rivais, o belga Stoffel Vandoorne e o dinamarquês Kevin Magnussen, foram primeiro e segundo nesta corrida, distanciando-se grandemente do piltoo de Cascais. Will Stevens completou o pódio, na frente do suiço Nico Muller.

No final, o piloto comentou na sua página do Facebook: 

"Hoje foi um dia totalmente para esquecer. Desde a qualificação onde as coisas não me correram bem até à corrida onde ao partir tão de trás sabia que iria ter muitos adversários mais lentos pela frente. Logo na segunda curva um toque danificou a minha asa da frente, ainda parei na box para trocar a asa mas percebi que também a suspensão estava danificada e tive de abandonar. Enfim, as corridas são mesmo assim, não escondo a minha desilusão mas agora é tempo de analisar o que correu menos bem e trabalhar com a equipa para estarmos no nosso melhor na próxima corrida na Áustria."

No campeonato, Vandoorne é agora o novo líder, com 136 pontos, seguido por Magnussen, com 133, e Félix da Costa, com 89 pontos e vendo Will Stevens a aproximar-se, pois ele têm agora 81 pontos. A próxima jornada dupla da World Series by Renault acontecerá na Red Bull Ring, na Áustria.

Youtube Le Mans Crash: O acidente de Frederic Makoviecki nas Hunaudriéres


A Aston Martin apostou muito nesta edição de Le Mans, pois comemorava o seu centenário. Contudo, essas comemorações foram ensombradas nos primeiros dez minutos da corrida devido ao acidente mortal do dinamarquês Allan Simonsen. Apesar deste incrivel desaire, a equipa decidiu que iria continuar, em honra ao piloto, e atendendo a pedidos da familia do malogrado piloto.

E a aposta estava a compensar, pois o carro numero 99, guiado pelo francês Frederic Makowiecki e pelo brasileiro Bruno Senna, que liderava a classe GT Pro, e tudo indicava que iria a caminho da vitória. Contudo, a cinco horas do final, Makowiecki perdeu o controlo do seu carro na reta das Hunaudrieres, provavelmente devido ao tempo instável. O acidente teve assustadoras semelhanças com o do Simonsen, mas o francês saiu de lá incólume.

Parecia que uma vitória iria compensar tuda uma tristeza de um fim de semana. Agora, nem isso.  

WRC 2013 - Rali da Sardenha (final)

E como seria de esperar, Sebastian Ogier levou a melhor no Rali da Sardenha no seu Volkswagen. Pela quarta vez em sete ralis nesta temporada, o piloto francês conseguiu levar a melhor sobre uma concorrência que cedo teve demasiados problemas para acompanhar o seu ritmo. Se no primeiro dia, Jari-Matti Latvala furou e Mads Ostberg capotou, no segundo dia, foi a vez de Mikko Hirvonen, da Citroen, sofrer um despiste e ficar fora de estrada para o piloto francês ficar mais tranquilo.

Devido a isso, o francês Thierry Neuville deu à Ford o seu melhor resultado do ano, e conseguiu o seu melhor resultado da sua (ainda) curta carreira, chegando no segundo posto. Latvala completou o pódio, no terceiro posto, conseguindo coroar uma corrida de recuperação, completada com uma ultrapassagem a Dani Sordo, que no seu quarto lugar final, passou a ideia de uma certa desilusão.

Parecia que Anders Mikkelsen ia a caminho de um bom quinto posto, mas na última classificativa, o seu carro cedeu e o lugar foi herdado por Martin Prokop, que conseguiu com o seu Ford privado a sua melhor posição desta temporada, na frente de Elfyn Evans, que bateu o outro Ford de Michal Koszciusko por apenas... 0,9 segundos! Mesmo assim para ambos os pilotos, este é o melhor resultado das suas carreiras.

Mads Ostberg conseguiu regressar ao raliu graças ao "Rally2" e recuperou o suficiente para chagar ao oitavo posto final, conseguindo passar o melhor do WRC2, que pela segunda vez consecutiva foi... Robert Kubica. E como "cereja em cima do bolo", o seu nono lugar final significa que conseguiu os seus primeiros pontos de sempre no WRC. A fechar os pontos ficou o árabe Khalid Al-Qassimi, no Citroen DS3 WRC.

Agora, o Mundial só volta em agosto, com o Rali da Finlândia.

sábado, 22 de junho de 2013

The End: Allan Simonsen (1978-2013)

Independentemente do resultado das 24 Horas de Le Mans deste ano, esta vai ficar marcada pela morte do dinamarquês Allan Simonsen, piloto oficial da Aston Martin numero 95, que fazia dupla com os seus compatriotas Christopher Nygaard e Kristian Poulsen, bateu fortemente na saída da Tetre Rouge na terceira volta da clássica de Endurance. Meti o video do acidente logo que esteve disponível, e vi o socorro a ser feito, e temi que algo de grave tivesse acontecido, mas não pensei que as consequências fossem tão fatais. E é muito triste para mim, e para todos nós.

Assim sendo, Simonsen é o mais recente elemento de uma lista de fatalidades na clássica de La Sarthe. O último a morrer em plena corrida foi o austriaco Jo Gartner, na edição de 1986, quando se despistou na Tetre Rouge (que ironia!) com o seu Porsche 956, em plena madrugada. O carro se desfez em dois e o piloto, que teve uma participação na Formula 1 em 1984, teve morte imediata. Contudo, entre ambas estas fatalidades, houve mais uma outra, do francês Sebastien Enjolras, quando tentava qualificar o seu carro na edição de 1997. Apesar da morte, a equipa da Aston Martin decidiu que irá continuar com os seus carros na pista. 

Nascido a 5 de julho de 1978 em Odense, Simonsen (não confundir com o antigo jogador de futebol dinamarquês com o mesmo nome) começou a competir em 1999, na Formula Ford dinamarquesa, onde foi campeão. Depois de passagens pela Formula Palmer Audi e na Formula Renault britânica, decidiu apostar na Endurance e nos Turismos, com passagens pela Austrália, quer nos V8, quer nos GT's, onde foi campeão local em 2007. É nesse ano que começa a correr em Le Mans, num Porsche 997 da classe GT2, ao lado de Lars-Erik Nielsen e o alemão Pierre Ehret, acabando no terceiro lugar da sua classe.

Em 2008, corre com um Lola-Mazda de LMP2, pela equipa Kruse Schiller Motorsport, ao lado do francês Jean de Pourtales e do japonês Hideki Noda, não terminando a corrida. A partir daqui, passa para os GT's, pela Team Farnbacher, num Ferrari F430, e depois num Ferrari 458, onde foi segundo da sua classe em 2010. Em 2012, passa para a equipa oficial da Aston Martin, onde na sua primeira participação com Nygaard e Poulsen, terminou a sua corrida após 137 voltas.

É sem dúvida, mais um dia triste para o automobilismo. Especialmente quando deveria ser uma de celebração. Ars lunga, vita revis.

Youtube Le Mans Crash: O acidente do Aston Martin na Tetre Rouge

Nem três voltas (ou dez minutos) passaram sobre o inicio das 24 Horas de Le Mans, e já temos acidente. O Aston Martin numero 95, guiado naquele momento pelo dinamarquês Allan Simonsen bateu forte na zona de Tetre Rouge e pedaços do carro voaram para a pista. resultado final? Safety Car numa corrida onde o tempo está incerto e a pista húmida. Será que vai ser assim para o resto da corrida? 

Enfim, eis o video do acidente.

WRC 2013 - Rali da Sardenha (Dia 1)

No primeiro dia do Rali da Sardenha, as coisas andam numa luta ao segundo na ilha italiana - com capotanços pelo meio - mas no final, é Sebastien Ogier a andar na frente, no seu Volkswagen Polo R, a mais de vinte segundos de vantagem sobre o Citroen DS3 WRC de Mikko Hirvonen. Mas o primeiro dia já ficou marcado pelos capotamentos dos Ford de Evgueny Novikov e Mads Ostberg.

Este aconteceu na segunda classificativa do dia, quando era terceiro classificado, perseguindo o carro de Hirvonen. Apesar do aparato (o carro ficou com as rodas no ar), nem ele, nem a sua navegadora, a veterana Ilka Minor, sofreram ferimentos. A mesma coisa aconteceu a Mads Ostberg, na especial noturna, perdendo o quarto posto que tinha naquele momento.

Outros tiveram problemas, como os VW de Jari-Matti Latvala e Anders Mikkelsen. O finlandês, primeiro lider do rali, furou e atrasou-se, enquanto que o norueguês se queixava da direção assistida do seu carro. Apesar disso, no final do dia era o sexto classificado. Pior ficou o estreante galês Elfyin Evans, que bateu numa pedra e furou, caindo para o décimo posto, a mais de três minutos da liderança, conseguindo depois recuperar um lugar com a desistência de Ostberg.

No rali propriamente dito, Hirvonen conseguiu manter o segundo posto, apesar de ter sido ao longo do dia, cada vez mais pressionado pelo Ford de Thierry Neuville, que, no último troço, lhe voltou a ganhar tempo e terminou o dia a somente 3,1 segundos do piloto da Citroen. Quarto classificado era outro Citroen, o de Dani Sordo, mas era agora pressionado por Latvala, que fazia uma corrida de recuperação, sendo agora quinto, depois de passar Mikkelsen.

Martin Prokop acabava o dia no sétimo posto, na frente do Ford do polaco Michal Kosiuszcko e de Elfyn Evans, enquanto que a fechar os pontos estava o melhor dos WRC2, o Citroen do polaco Robert Kubica.

O Rali da Sardenha prossegue este sábado. 

Youtube Video Crash: O acidente de Evgueny Novikov na Sardenha

O russo Evgueny Novikov terminou cedo a sua participação no Rali da Sardenha, quando na segunda classificativa do dia, decidiu fazer uma curva rápido demais e provocar o capotamento do seu Ford Fiesta WRC. Felizmente, ele e a sua navegadora, a veterana Ilka Minor, não sofreram nada de grave. 

WSR: Vandoorne foi o melhor, Félix da Costa é segundo

A primeira corrida das World Series by Renault, no circuito de Moscovo, mostrou que a luta pelo título vai ser a três, entre o belga Stoffel Vandoorne, o português António Félix da Costa e o dinamarquês Kevin Magnussen. Isso porque esta manhã, Vandoorne foi o melhor, conseguindo bater Félix da Costa. E ambos conseguiram ganhar terreno a Magnussen, que ficou fora dos pontos, na 11ª posição, conseguindo recuperar do 17º posto que tinha sido relegado nos treinos devido a penalização.

A corrida coneçou com o português ao ataque, mas o belga conseguiu defender-se. A partir dali, este começou a distanciar-se, com as posições a não se alterarem até ao final. Atrás, o holandês Nigel Melker ficou logo com o terceiro posto, mas teve de se defender, primeiro de William Buller, e depois de Will Stevens, que passou Buller na sétima volta. Atrás, Magnussen conseguiu passar cinco pilotos logo na primeira volta, mas não foi capaz de ir mais longe, pois esteve muitos tempo atrás de Arthur Pic, até este cometer um erro. 

Quando aconteceu, o dinamarquês estava demasiado longe para ir buscar mais pilotos e ficou de fora. E por causa disso, a diferença para Vandoorne reduziu-se para quatro pontos, enquanto que Félix da Costa está agora a uma distancia de 26 pontos. Uma vitória, portanto.

E foi isso que disse mais tarde, na sua página do Facebook: "Um bom resultado! Mostrámos que na qualificação estamos mais competitivos e na corrida tive um pequeno problema com uma rotura no escape logo a partir da 4ª volta, que afectou a potência na aceleração à saída das curvas e me impossibilitou de impor a pressão que desejava sobre o Vandoorne. De qualquer forma recuperámos 18 pontos em relação ao líder do campeonato."

A segunda corrida da WSR em Moscovo acontecerá amanhã. 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Youtube Rally Video: Vatanen, o poeta dos ralis

Estando eu de férias, não acompanho muito do que se passa por aí, e foi só hoje que soube do novo video do Antti Kalhola, sobre Ari Vatanen, considerado um dos melhores pilotos de ralis vindos desse país chamado Finlândia.

Lembro-me dos seus feitos, especialmente nos Peugeot de Grupo B, que tão bem sabia controlar, e provavelmente deve ter sido o meu primeiro ídolo, especialmente na altura em que teve aquele grave acidente na Argentina, em agosto de 1985, onde esteve à beira da morte e passou por uma longa convalescença. Quando voltou, foi para o Dakar e venceu em algumas edições, incluindo uma famosa edição, onde em luta com Jacky Ickx, foi decidida por Jean Todt, então o patrão da Peugeot... de moeda ao ar. O finlandês ganhou e Ickx cumpriu o acordado... a alguns metros da meta.

Vatanen nao deixou de guiar, mesmo depois de envredar numa carreira paralela de politico, sendo deputado europeu por duas vezes, e tentado a presidência da FIA em 2009, contra... Jean Todt.

O video é longo, mas como sempre, vale a pena ver.

Le Mans: Nissan volta à carga com um DeltaWing eletrico em 2014

No dia em que a Audi conquistou facilmente a pole-position das 24 Horas de Le Mans, a Nissan anunciou que irá voltar à carga com o DeltaWing, de uma forma oficial, pra a Garagem 56 na edição de 2014. O carro, que vai ter uma cobertura, ao contrário que aconteceu e 2012, vai ser totalmente elétrico, o ZEOD RC.

De acordo com a marca japonesa, o ZEOD RC vai utilizar um propulsor baseado na arquitetura do seu carro de estrada, o Leaf. Com Ben Bowlby de novo envolvido no projeto, a marca acredita que este novo DeltaWing atinja os 300 km/h.

Andy Palmer, um dos vice-presidentes da Nissan, afirma que o objetivo desta participação é avaliar a viabilidade de uma "futura utilização deste tipo de tecnologia num futuro carro de LMP1, tendo em vista um regresso da Nissan à categoria principal das 24 Horas de Le Mans. Existem várias hipóteses de utilização, incluindo um carro que possa mudar entre motor de combustão e motor de zero emissões, que também pode representar a futura direção dos nossos carros".

Para quem afirmava que o carro "era feio" ou que "era uma idiotice", entre outras coisas, pois parece que voltam a insistir no conceito...

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Youtube Motorsport Experience: Felix Baumgartner a bordo de um Formula 1

Depois de no ano passado Félix Baumgartner ter batido os recordes de salto de para quedas em altitude e a barreira do som  durante essa queda, a Red Bull, que o apoiou, decidiu dar-lhe a hipótese de andar num carro de Formula 1 numa série de experiências no circuito de Paul Ricard, guiado por Sebastian Vettel e por David Coulthard, este num Formula 1 de três lugares.

E pelos vistos, toda a gente divertiu-se...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Youtube Rally Documentary: Mais Fácil Dizê-lo Do Que Fazê-lo

Acabo de ver através da página oficial do "Doidos por Rally": fizeram um documentário sobre ralis. Mas não é um documentário qualquer, são um grupo de americanos que decidiram fazer um documentário sobre esta modalidade que embora não tenha a visibilidade de outras disciplinas do automobilismo, há cada vez mais gente a fazê-lo nos Estados Unidos.

O filme chama-se "Easier Said Than Done" (Mais Fácil Dizê-lo Do Que Fazê-lo, na tradução mais apróximada) e foi filmado ao longo de 18 meses em oito países e conta com testemunhos de pilotos como Petter Solberg e Ken Block, mas também de amadores que dedicam a sua vida (e gastam as suas economias) para fazer o que gostam. O documentário vai estrear a 28 de setembro, mas eis aqui o trailer de apresentação. 

Deve valer a pena vê-lo.

Algumas palavras sobre Murray Walker

De férias e com uma má Net, inevitavelmente postarei pouco neste espaço por estes dias. Mas ontem soube que o "gigantesco" Murray Walker, que fará 90 anos em outubro, foi-lhe diagnosticado um cancro linfático nas suas fases iniciais. O mítico comentador da BBC por mais de três décadas - reformou-se em 2002 - foi-lhe diagnosticado com a doença quando fazia exames após a sua queda num barco na Alemanha, fraturando a bacia.

Walker disse que o seu cancro foi apanhado nas fases iniciais e espera que terá uma rapida recuperação. Ele confia até nos genes, já que a sua mãe viveu até aos... 101 anos! Era engraçado ver o Tio Murray centenário, a comentar alguma corrida de 2024, provavelmente com algum dos pilotos do atual pelotão...

Walker é o equivalente inglês ao Galvão Bueno. Mas ao contrário do comentador brasileiro, ele abraçava os seus enganos que mandava no ar, em direto. Existem "t-shirts" de Walker com as suas frases miticas, do género: "Se não estou enganado... e estou MESMO enganado!" e a dupla que fazia com James Hunt, entre 1981 e 1993, ecoou nas mentes de toda uma geração.

Hoje em dia, posso dizer que não há um substituto de Murray Walker. Na Sky Sports, temos alguém nessa função como o David Croft, mas francamente não ligo muito nele quando temos alguém muito bom a comentar como o Martin Brundle. E com outros comentadores como Johnny Herbert, Damon Hill e Eddie Jordan, na Sky e o David Coulthard, na BBC, a função do profissional já não é tão importante como era no tempo de Murray Walker. Basta um bom piloto com bons conhecimentos de jornalismo.

Contudo, toda a gente reconhece que, apesar dos disparates que ele mandava, valia a pena ouvir Murray Walker naquelas tarde de domingo, da mesma forma que ouviam os acordes de "The Chain", dos Fleetwood Mac, pois sabiam que era o sinal do inicio da transmissão da BBC, e podiam ver os seus pilotos favoritos, fossem eles britânicos ou não. O Joe Saward resumiu a admiração existente a ele a uma frase: "tesouro nacional". E é verdade.  

segunda-feira, 17 de junho de 2013

James Hunt, vinte anos depois

Neste sábado que passou comemoraram-se os vinte anos da morte inesperada de James Hunt, vítima de um forte ataque cardíaco à idade de 45 anos. Num ano em que veremos nos cinemas um pouco por todo o mundo a dramatização do seu duelo com Niki Lauda, em 1976, no filme "Rush", de Ron Howard, é bom recordar a carreira de alguém que viveu num tempo em que, enquanto que todos os excessos eram possíveis, poderia ser um piloto competitivo e vencer.

Confesso que não sei como definir um sujeito com carisma, mas creio que dizer o que pensa, sem medir as palavras deve ser um deles. Mas creio que ser corajoso também seja uma delas, e Hunt tinha ambas. Hoje em dia, vermos um comportamento de "playboy" numa competição como a Formula 1 é praticamente uma impossibilidade, excepto, talvez... Kimi Raikkonen. Mas em 1973, quando Hunt chega à categoria máxima do automobilismo, faz o possivel para dar nas vistas, graças a um jovem barão chamado Alexander Hesketh.

Aliás, Harvey Postlethwaithe, o projetista da equipa, contava uma história sobre a razão porque ele foi para lá: "Eram os únicos onde deixavam embebedar-me". Devido ao ambiente de festa que havia numa equipa, onde mesmo assim, tinham sucesso. Hunt foi veloz: deu o seu primeiro pódio no GP da Holanda de 1973, em Zandvoort, venceu lá dois anos depois e tornou-se no menino querido da imprensa, tal como Hesketh. Mas no final de 1975, o dinheiro acabou e o inglês parecia estar num beco sem saída. Até que Emerson Fittipaldi decide ajudar o seu irmão no sonho da equipa brasileira de Formula 1, a Copersucar, e o lugar na McLaren passou a ser seu.

Mas parecia que aquela iria ser uma temporada inglória. O seu maior rival era o austriaco Niki Lauda, que tinha sido campeão do mundo no ano anterior, e tinha tido um arranque quase perfeito, vencendo duas das quatro primeira corridas da temporada de 1976, embora em Kyalami, tinha tido Hunt sempre atrás de si, vendendo cara a sua derrota, mostrando o seu espirito combativo. Depois disso, venceu em Jarama, mas a sua vitoria só seria confirmada em julho, pois inicialmente ele fora desclassificado por causa de uma irregularidade em relação ao tamanho da asa traseira. Uma irregularidade que a equipa depois demonstrou que poderia acontecer com a simples dilatação da peça, com o calor.

Até a 1 de agosto desse ano, toda a gente pensava que apesar da luta de Hunt, Lauda ficaria com o cetro. Mas nesse dia, um acidente no circuito alemão de Nurburgring, no temido Nordschleife, de 23 quilómetros, mudou tudo. Niki Lauda fica envolto em chamas, salvo por mais alguns dos seus companheiros de profissão, como Brett Lunger, Arturo Merzário ou Harald Ertl, e fica com os pulmões queimados, a ponto de ser-lhe concedida a extrema-unção, porque os médicos duvidavam da sua sobrevivência.

Após isso, tudo mudou: Hunt acreditou que era alcançável o primeiro lugar, vencendo em lugares como na Holanda. Mas de um modo surpreendente, quase um milagre, Niki Lauda volta a um carro, em Monza, 42 dias depois do seu acidente e perante o delirio dos "tiffosi". O austriaco consegue arrancar exibições boas, e para melhorar as coisas para os lados da Ferrari, esta venceu o apelo que tinha lançado junto do tribunal da FIA, quando esta contestou o resultado do inicio do GP da Grã-Bretanha, onde uma carambola tinha envolvido Hunt e Lauda. O inglês foi desclassificado e o resultado da FIA tinha sido divulgado no fim de semana do GP  do Canadá. 

Alastair Caldwell, o "team manager" da McLaren, conta no seu site pessoal que Hunt, que até então seguia um regime minimamente espartano, tutelado por Caldwell, pura a simplesmente tinha desistido e fora celebrar como nunca tinha celebrado, no hotel onde estavam hospedados em Toronto. Apareceu de manhãzinha, aparentemente cruzou-se com um Lauda que ia para o circuito, com uma mulher em cada braço... e contnuou a festa no seu quarto. Venceu a corrida, e depois repetiu a dose em Watkins Glen.

A historia do GP do Japão é o final indicado, com ou sem elementos de lenda. Com ou sem uma festa semanal de orgia com as hospedeiras da British Airways, com ou sem o Barry Sheene, os factos foram estes: uma tempestade enorme no circuito, Lauda a desistir na segunda volta porque teve medo - ou inteligência - de correr - ou deixar de correr - nestas condições. Ele pensava que Hunt acabaria numa valeta, mas na realidade, acabou no pódio, a comemorar un dos títulos mais improváveis da história da Formula 1.

Hunt deu o seu melhor na McLaren. Mas a equipa vivia uma fase descendente, e Hunt começou a ficar mais distraido, mais desmotivado. Os excessos começaram a levar a melhor sobre ele e no final de 1978, após uma má temporada da marca - superada em toda a linha por uma Lotus fabulosa com o modelo 79 - Hunt foi para a Wolf. Mas mesmo com um bom carro, o seu pensamento estava noutras bandas e após o GP do Mónaco, decidiu que era tempo de pendurar o capacete.

E ao longo dos anos 80 a unica coisa positiva foram os seus comentários na BBC, ao lado de Murray Walker. De resto, tudo acabava: o alcool, as drogas, o divórcio com a sua segunda mulher, o dinheiro - teve de declarar falência em meados da década, pois ficou sem dinheiro - e apenas no inicio dos anos 90 é que encontrou alguma paz de espirito. E ele ganhava uma segunda vida na televisão, sendo ele mesmo: James Hunt, uma pessoa que sabia muito de Formula 1 e nunca deixou de dizer o que pensava. Falava mal dos retardatários - certo dia, no Mónaco, em 1989 achou a resposta de René Arnoux sobre a sua dificuldade em adaptar-se aos carros atmosféricos com o seu Ligier como "uma perfeita treta" ("bullshit", no original), chamou Andrea de Cesaris de "idiota" e Phillipe Alliot de "um tipo que é desnecessário à Formula 1".

Nessa altura, parecia que a vida de Hunt tinha dado um circulo completo. Em paz de espirito, tinha intenções de casar uma terceira vez quando um ataque cardíaco fulminante o matou, aos 45 anos de idade. Quando vinte anos depois, voltaremos a recordar o piloto britânico, pode-se dizer que ninguém o esqueceu. Ainda bem, as novas gerações têm de saber quem foi essa personagem e porque tem um lugar tão especial.

sábado, 15 de junho de 2013

The End: Froilan Gonzalez (1922-2013)

De férias e com uma Net que decide estar no mesmo estado de espírito do que eu, soube agora da morte de Froilan Gonzalez, o "Touro das Pampas". Conhecido também por "El Cabezón", especialmente para os seus amigos, aos 90 anos, e depois de uma vida bem vivida, o piloto argentino, que guiou pela Ferrari, e deu a sua primeira vitória na história da marca na Formula 1, decide que esta era a sua hora de sair de cena. O seu desaparecimento acontece precisamente vinte anos depois de outro campeão mundial, James Hunt, decidiu sair da vida e entrar para a História.

Entre 1950 e 1957 (com mais uma corrida em 1960), o piloto argentino participou em 26 corridas. Nâo esteve na corrida inaugural do Mundial de Formula 1, na Grã-Bretanha, porque a Ferrari decidiu não ir a Silverstone, preferindo estrear-se na corrida seguinte, no Mónaco. Mas ele ficou na história pelos feitos que deu à Ferrari. Se Alberto Ascari poderia ser o grande piloto do Commendatore no seu tempo, Froilan Gonzalez era o piloto certo no lugar certo. Foi o piloto certo no momento em que a Ferrari conseguiu bater os invencíveis Alfa Romeos, de Nino Farina e Juan Manuel Fangio. E o palco dessa mítica vitória foi Silverstone, na Grã-Bretanha. Ferrari disse depois de "parecia que tinha matado a minha própria mãe" - Enzo Ferrari tinha saído da Alfa Romeo a mal, em 1939 - e os ingleses tinham descoberto um novo ídolo do automobilismo. Tanto que, em 1972, quando a Formula 1 chegou à Argentina, Jackie Stewart procurou Gonzalez para lhe pedir um autógrafo.

Mas essa não tinha sido a primeira vez que ele tinha dado nas vistas. Algum tempo antes, em paragens argentinas, tinha lidado a armada Mercedes, que tinha voltado à competição depois de a FIA ter levantado a suspensão da Alemanha das competições automobilisticas. Decorria o mês de fevereiro e os argentinos decidiram elaborar a Copa Perón, onde os velhos "Flechas de Prata", construidos em 1939, eram, onze anos depois, carros temiveis. E tinham a seu lado o seu grande piloto, Juan Manuel Fangio. Gonzalez, com o seu Ferrari, contrariou o favoritismo e conseguiu bater toda a gente, nas duas corridas que constituiram essa prova. Para saber de mais, recomendo o post escrito pelo Paulo Abreu, do Volta Rápida.

Gonzalez não foi só piloto da Ferrari. Guiou pela Maserati em 1952 e 53, antes de fazer outra memorável prova em 1954, no mesmo país e no mesmo local, contra outro adversario: a Mercedes, guiado pelo seu compatriota e amigo Juan Manuel Fangio. Estreado na corrida anterior, o seu dominio parecia que iria levar a Formula 1 a nova era. Mas dominio nem sempre significava invencibilidade, e com um carro "streamliner" que poderia ter dominado nas retas de Reims, nas curvas de Silverstone era prejudicial, no sentido que Gonzalez fora melhor do que Fangio, batendo-o e conseguindo a sua segunda - e última vitória na sua carreira. E todos eles no mesmo local.

Aquela vitória não tinha sido a unica: algumas semanas antes, em Le Mans, ele e o francês Maurice Trintignant tinham sido os vencedores das 24 horas, numa concorrência com marcas como Jaguar ou Mercedes, por exemplo. Até hoje, era o mais antigo vencedor vivo.  

Há quase dois anos, o jornal "i" conseguiu fazer uma entrevista a "El Cabezon", onde o jornalista Rui Miguel Tovar perguntou a ele como era correr naquelas eras quase esquecidas qual foi o seu sentimento após ter conseguido tão importante vitória para a Scuderia. Era os 60 anos da primeira vitória da Ferrari na Formula 1 e Fernando Alonso tinha acabado de vencer o GP da Grã-Bretanha, em Silverstone.

Na parte final, Gonzalez contou o que aconteceu nos momentos após a corrida, e comparando com 2011: "A diferença é que o Alonso voltou de avião, com certeza, e eu de carro, um Alfa 1900, guiado pelo Juan [Fangio]. Além de nós, a minha mulher. Fomos até Milão. Lá, onde vivíamos, agarrei no Fiat Millecento e desci até Modena para saudar o viejo Ferrari. Ele estava animado, diz que chorou de alegria, e enviou um telegrama de ''condolências'' a Orazio Satta-Puglia, director desportivo da Alfa Romeo.

- E o Froilán, como se sentia? 
-"Mais contente que o Diabo."

Ars lunga, vita brevis, Froilan Gonzalez.