domingo, 6 de outubro de 2019

A imagem do dia

Há 45 anos, em Watkins Glen, o Brasil rejubilava com o segundo título mundial de Emerson Fittipaldi, quatro anos depois de ter vencido pela primeira vez no mesmo local. Ele dava à McLaren o título mundial de pilotos e construtores que ansiavam desde a sua fundação, um sonho do qual Bruce McLaren não viveu para assisti-lo.

Mas aquela corrida nos Estados Unidos - que foi transmitida em direto na Rede Globo, algo muito raro na altura, para que os brasileiros pudessem celebrar o campeonato, não o viu no pódio. A corrida acabou com uma dobradinha da Brabham, com Carlos Reutemann a vencer e José Carlos Pace, que fazia 30 anos nesse dia, a ser segundo classificado, com Fittipaldi a ser quarto, suficiente para ser campeão, já que os outros dois candidatos ao título, o suíço Clay Regazzoni, atrasou-se bastante, acabando fora dos pontos, e o sul-africano Jody Scheckter, que ainda tinha chances, acabou por desistir na volta 44 por causa de um tubo de combustível rompido.

E naquele momento único da Formula 1, onde a McLaren alcançava o seu primeiro título mundial, quer de pilotos e construtores, era ainda por cima, a última corrida de Dennis Hulme, um dos originais da equipa, que ajudou a manter focada no seu objetivo depois da morte do seu fundador, quando testava uma máquina de Can-Am, a 2 de junho de 1970. E também naquele momento, era também o de triunfo para o modelo M23, desenhado por Gordon Coppuck, que andava nas pistas desde o GP de África do Sul, no ano anterior, e que alcançava o pináculo, a caminho de ser uma das máquinas mais significativas de década de 1970. 

Mas a assombrar essas comemorações estava um cadáver. O de Helmut Koinigg

O austríaco de 25 anos tinha conseguido a sua chance de correr as provas americanas ao volante de um Surtees oficial, ao lado do francês José Dolhem, que mais tarde seria conhecido como o meio-irmão de Didier Pironi. Não deslumbrava, mas era competente. Contudo, na volta dez dessa corrida, provavelmente por causa de um furo, Koinigg bateu forte no guard-rail, acabando a passar por baixo, decapitando-o, num acidente semelhante a aquele que tivera Peter Revson, seis meses antes.

E o acidente acontecia precisamente um ano depois da morte de Francois Cevért. Para mostrar que triunfo e tragédia estavam muitas vezes de mãos dadas. 

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