quarta-feira, 5 de julho de 2023

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Caso ainda não saibam, ontem, René Arnoux comemorou o seu 75º aniversário natalício. Um piloto que chegou tarde à Formula 1, aos 29 anos, e saiu de lá aos 41, depois de passagens por Martini, Surtees, Renault, Ferrari e Ligier, arranjou sete vitórias, 22 pódios, 18 poe-positions, 12 voltas mais rápidas e 181 pontos. Um dos pilotos mais marcantes da sua geração, na fase final, ficou conhecido por se arrastar na pista e a povoar a última fila da grelha... isto, quando se qualificava numa Ligier que estava nas ruas da amargura.  

E é sobre a sua passagem pela marca de Guy Ligier que falo hoje. 

Depois de ter sido despedido da Ferrari depois do quarto lugar no GP do Brasil de 1985, ele regressou à Formula 1 em 1986, pela Ligier, sendo companheiro de equipa de Jacques Laffite. Já tinha 37 anos, mas continuava a ser rápido. A equipa tinha um bom chassis e os motores Renault eram potentes. Contudo, o Laffite, mais belho que ele (cinco anos) tinha melhores resultados, com dois pódios, antes do acidente que teve em Brands Hatch, onde fraturou ambos os tornozelos e o fez pendurar o capacete. 

No final, conseguiu 14 pontos, os mesmos de Laffite. Mas nesse ano, a Ligier ficou sem os motores Renault, e tinham de arranjar um motor tão bom como o anterior. Fizeram testes com o Alfa Romeo, contudo, nos testes, ele afirmou que aquele motor seria uma armadilha, e tiveram de arranjar um motor às pressas. Acabou por ser os Megatron, o novo nome dos BMW depois de terem saído da Formula 1, no final de 1986. Apesar de ter conseguido um sexto posto no GP da Bélgica, a próxima ocasião onde ele pontuou... aconteceu dois anos depois. E debaixo de chuva.

Quem se lembra da temporada de 1989, sabe que havia 40 carros, de 21 equipas. E a grelha só poderia caber 26 carros, onde participariam 30. Os quatro piores não se qualificariam. E num ano desses, com os motores de 3.5 litros, tirando os de 10 e 12 cilindros, o resto era uma grande equalizador. A Ligier andava com um motor Ford DFR, que poderia ter cerca de 80 a 100 cavalos menos que os Renault e Ferrari, por exemplo.

Arnoux falhou a qualificação nas corridas do Brasil, San Marino e Phoenix, e em corridas como no México, foi o último a ser qualificado. Que tinha a seu lado... o Lotus-Judd de Nelson Piquet.

Mas também por essa altura, havia quem contestasse a razão pelo qual ele estaria ali a correr. James Hunt, por exemplo, achava que ele era uma chicane móvel, que prejudicava os pilotos mais rápidos. No Canadá, ele conseguiu o 22º melhor tempo, a sua melhor até então. E conseguiu um tempo melhor que o Lotus de Satoru Nakajima e o Benetton de Johnny Hetbert, que não se qualificaram. E na corrida, a chuva fez a sua aparição no circuito Gilles Villeneuve, onde Arnoux usou a sua veterania para manter o seu carro na pista, enquanto outros se despistavam. 

No final, Arnoux conseguiu o quinto posto, a uma volta do vencedor, um inesperado Williams de Thierry Boutsen, que herdou o primeiro lugar de Ayrton Senna, que abandonara a três voltas do fim devido a problemas no seu motor Honda. 

Arnoux abandonou a Formula 1 no final da temporada, aos 41 anos, e depois de 12 temporadas na Formula 1. Feliz Aniversário, René! 

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