Não foi um excelente fim de semana para o piloto brasileiro. Tinha acabado de ganhar as duas corridas no continente americano, e parecia ter diminuído a diferença para o francês, que liderava o campeonato. Ele tinha até 15 pontos de avanço para o brasileiro. Mas da maneira como ele pontuava, isso iria contra ele porque tinha de deitar fora pontos. E a probabilidade de deitar fora cerca de 12 pontos - acabaria por deitar fora... 18! - significava que, virtualmente, ambos os pilotos estavam virtualmente igualados.
Mas em Paul Ricard, Prost corria em casa. E conseguiu algo inédito naquela temporada: uma pole-position. Até ali, todas as poles de 1988 tinham pertencido a Ayrton Senna. Claro, o brasileiro ficou em segundo, e ambos ficaram separados por meio segundo, e ambos tinham superando toda a concorrência, liderada pelos Ferrari de Michele Alboreto e Gerhard Berger. A seguir, ficaram os Benetton, depois os Lotus e na quarta fila, os Williams de Nigel Mansell e Riccardo Patrese. De uma certa forma, era um mapa da hierarquia da Formula 1 naquele verão.
A corrida foi um duelo entre Prost e Senna, mas um duelo à distância. A diferença entre ambos rondava os dois segundos, com o francês sempre na frente, mas na volta 36, o francês fez uma paragem mais lenta por causa de uma porca mal apertada numa das rodas, e o brasileiro, que tinha parado três voltas antes, foi para a frente.
Prost regressou à pista, determinado a recuperar a liderança, e conseguiu diminuir a distância ao ponto de, na volta 61, o ter apanhado e passado. Porque nessa altura, o brasileiro tinha problemas com a caixa de velocidades, caindo o seu ritmo, e para piorar as coisas, ele tinha sido atrapalhado por dois carros que ia dobrar: o Dallara de Alex Caffi e o Minardi de Pierluigi Martini.
No final, Prost acabou com meio minuto de vantagem para Senna, e conseguia a sua terceira vitória em terras francesas, depois de 1981 (a sua primeira das 51 vitórias que alcançou) e 1983. Foi a primeira pela McLaren na sua terra natal, e no final, ainda ganharia mais três edições: 1989, 1990 - as duas últimas em Paul Ricard - e 1993, em Magny Cours. Ganhou pela Renault, McLaren, Ferrari e Williams, e foi o maior triunfador até Michael Schumacher o bater, em 2004, quando chegou à sua sétima vitória em terras francesas.
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