terça-feira, 31 de julho de 2012

GP Memória - Alemanha 1977

Quase um ano após o acidente de Niki Lauda no enorme Nurburgring Nordschleiffe, os organizadores cederam ao inevitável e decidiram que dali em diante, a corrida seria disputada no mais pequeno - mas muito veloz - circuito de Hockenheim, que tinha recebido sete anos antes uma prova do Mundial, vencida pelo Lotus de Jochen Rindt. Veloz, mas muito mais seguro, os pilotos preferiram bastante esta pista.

Para a corrida alemã estavam inscritos 30 carros para uma grelha de 24 que a organização deixava entrar. Em relação a Silverstone, 15 dias antes, havia novidades: a Renault estava ausente, tendo decidido que iria fazer mais algumas sessões de testes, enquanto que a McLaren voltava ao formato de dois carros, depois da experiência do novato Gilles Villeneuve. Na ATS, entrava um segundo carro para o local Hans Heyer, enquanto que na BRM, o belga Teddy Pillete estava a bordo do carro.

Após as duas sessões de qualificação, a pole-position calhou pela primeira vez na carreira, a um Wolf. Jody Scheckter tinha sido o autor da proeza, com John Watson ao seu lado, no seu Brabham-Alfa Romeo. Niki Lauda era o terceiro, no seu Ferrari, na frente do McLaren de James Hunt. O segundo Brabham-Alfa Romeo de Hans-Joachim Stuck foi o quinto, seguido pelo Ligier-Matra de Jacques Laffite. Carlos Reutemann era o oitavo, e a fechar o "top ten" estavam, na quinta fila, o Lotus de Gunnar Nilsson e o Surtees de Vittorio Brambilla.

Seis pilotos acabaram por não se qualificar para a corrida. Destes, o mais sensacional foi a não-qualificação de Emerson Fittipaldi, no seu Copersucar, que era a segunda vez que isso acontecia. O March de Patrick Néve, inscrito pela Williams, outro March, de Arturo Merzário, o Penske-ATS de Hans Heyer, o McLaren privado de Emilio de Villota e o BRM de Teddy Pilette.

A corrida começou com os três primeiros da grelha a manterem as posições. Watson pressionou Scheckter pela liderança até à oitava volta, altura em que o motor falhou e ele acabou por desistir. Por essa altura, havia algo insólito: um carro ilegal! O autor da duvidosa proeza era Hans Heyer, que tinha largado sem que os comissários se tivessem despercebido. Estes queriam desclassificá-lo - o que acabou por acontecer - mas Heyer não viu as bandeiras pretas até que a transmissão se partiu, na nona volta.

Pouco depois, Lauda aproximou-se o suficiente para passar, que conseguiu concretizar à 13ª volta. Aos poucos, afastou-se do sul-africano da Wolf e rumou à vitória. Atrás dos dois pilotos, havia uma batalha entre o Ligier de Laffite, o McLaren de Hunt e o Brabham de Stuck. Hunt passou o francês e foi ao ataque de Scheckter, numa batalha que se prolongou até à 33ª volta, altura em que o motor do britânico estourou, deixando o piloto da Wolf mais tranquilo.

A partir dali, não houve grandes novidades, a não ser a desistência de Mário Andretti, na volta 34 quando já era quinto. O lugar foi para o Tyrrell de Ronnie Peterson, que oito voltas depois acabou também por desistir pela mesma razão.

No final, Niki Lauda era o vencedor, seguido por Jody Scheckter e o Brabham de Hans-Joachim Stuck, para delírio dos alemães, pois era o seu primeiro pódio da sua carreira. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo Ferrari de Carlos Reutemann, o Surtees de Vittorio Brambilla e o Ensign de Patrick Tambay, que pontuava pela primeira vez na sua carreira.

Sem comentários: