quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Wolff já disse quantos quer


Não sei se ali, a palavra de Toto Wolff é lei, mas ele á capaz de ter uma palavra a dizer sobre quantas equipas quer na Formula 1. E se depender dele, e apenas dele, então, já temos as ideais e não precisam de mais ninguém. E digo isto porque esta semana surgiu uma entrevista que fez à Auto Motor und Sport, onde disse que dez equipas está bem, muito obrigado. 

É certo que agora, se colocou o teto orçamental que limitou os gastos das equipas, depois de alguns anos de luta, mas agora com o pedido da Andretti, e de Michael Andretti em especial, de participar na Formula 1 a partir de 2024, aliado a novos patrocinadores, especialmente vindos da área das criptomoedas, a Formula 1 poderá passar por um período de prosperidade que já pediam desde há algum tempo. E isso, claro, poderá fazer atrair mais gente. E claro, as coisas parecem avançar nesse sentido.

Toto Wolff, na entrevista, está contra equipas ditas "garagistas": "Penso que dez equipas são suficientes. Mais apenas dilui a receita [das equipas]", explicou. 

Aqui, explica-se esta frase da seguinte forma: dos mais de 1700 milhões de euros que a FOM recebe dos patrocinadores e daquilo que pede aos estados para receber as suas corridas, entre os 20 e os 50 milhões de euros, dependendo se for na Europa ou no Médio Oriente, metade vão para as equipas, ajudando nos seus orçamentos, com uma fatia crescente dependendo da classificação geral. A diferença entre um lugar e outro poderá ser de entre 35 a 50 milhões de euros, e isso fazia doer os orçamentos, no tempo em que não havia limites nos gastos. Agora que começa a haver, e as equipas começam a ser lucrativas - a Red Bull vai receber 150 milhões de euros da Oracle, por exemplo - ter uma 11ª equipa implica menos receitas, e isso eles não querem.

Mas claro, há excepções. E o próprio Wolff admite isso. "Que equipa mereceria participar na ‘Liga dos Campeões’ do automobilismo? Se fosse um construtor automóvel, certamente teríamos que discutir o assunto. Mas ainda nenhum candidato credível bateu à porta", enfatizou o austríaco.

Ora, dentro de algumas semanas poderá haver um acordo de fornecimento de motores da parte de uma marca do Grupo Volkswagen à Red Bull a partir de 2026. Duas dessas marcas - Audi e Porsche . estão, aparentemente, com ideias em entrar. Até poderão já ter decidido. Não haverá conflito de interesse - ambas já foram rivais na Formula E e serão na Endurance, com as suas máquinas na categoria LMDh a partir de 2023 - logo, a ideia de somente participar como fornecedora de motores - a Audi poderia ir para a McLaren, segundo se consta, mas não se descarta a Porsche, reavivando uma parceria bem sucedida entre 1983 e 1987 - isso é algo do qual a Formula 1 estaria disposta a aceitar. Aliás, é provavelmente a única maneira que eles aceitam para fazer entrar equipas. Daí que peçam 200 milhões de dólares a qualquer um que tenha essas ambições de entrar na "Liga dos Campeões do automobilismo" (Wolff dixit).

Em suma, Wolff está na Formula 1 há tempo suficiente para dizer quem quer ou não a acompanhá-lo. Apesar da América começar a ter um maior peso em termos de corridas - Miami entra este ano, Las Vegas talvez em breve - ter uma segunda equipa americana não seria vista com bons olhos, a não ser que a Ford dissesse que iria entrar. Ora, esses tempos já lá vão, e quando estiveram por lá, ficaram conhecidos por deitar dinheiro janela fora - estamos a falar de ti, Jaguar...

Vamos a ver o que este episódio dará. Andretti quer entar, Wolff não o quer por ali. Quem levará a melhor? 

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