quarta-feira, 17 de abril de 2024

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Muitos falam sobre Rubens Barrichello e o resultado que conseguiu em Ti-Aida, que deu não só o seu primeiro pódio da sua carreira, como o primeiro de sempre da Jordan. Mas a história de hoje fala de Christian Fittipaldi e o que foi, provavelmente, um dos seus melhores resultados, num chassis que tinha potencial para ser bom, mas foi um dos grandes perdedores de Imola. 

Em 1994, o filho de Wilson Fittipaldi e o sobrinho de Emerson Fittipaldi estava na sua terceira temporada na Formula 1, depois de ter sido campeão da Formula 3000 em 1991, num carro da Pacific Racing. Nas duas primeiras temporadas, esteve na Minardi, conseguindo alguns resultados interessantes. Um quarto lugar no GP da África do Sul, em 1993, foi o seu melhor, num chassis que era bem interessante, conseguindo sete pontos nas primeiras seis corridas, e ele foi o piloto que mais pontuou, especialmente um quinto posto no GP do Mónaco. Contudo, o acidente que teve em Monza, quando disputava posição com Pierluigi Martini, seu... companheiro de equipa, fez com que pensassem em mudar de equipa para 1994. 

Assim sendo, a Footwork-Arrows foi a solução encontrada. 

Era uma equipa interessante naquela altura. Em 1990, Wataru Ohashi era o fundador da Footwork Express Co., Ltd, uma empresa de logistica japonesa, e queria apostar no automobilismo. Com o seu dinheiro, praticamente comprou a equipa que existia desde 1978 a Jackie Oliver, um dos fundadores e dono da equipa. No ano em que a comprou, decidiram fazer um acordo de fornecimento de motores com a Porsche, que tinha um 12 cilindros... e foi um desastre. Seis corridas bastarem para mudarem para os Ford, e pelo meio, Michele Alboreto teve um acidente bem feio em Imola, sendo um dos que batera na Tamburello e saiu com uma fratura no pé direito.

Nas duas temporadas seguintes, arranjou motores Mugen-Honda de 10 cilindros, e os resultados foram melhores, mas nada deslumbrantes. Derek Warwick e Aguri Suzuki andaram nesses carros, mas o melhor resultado foi um quarto lugar no GP da Hungria de 1993. Assim sendo, em 1994, o "lineup" era totalmente novo, com Fittipaldi e o italiano Gianni Morbidelli, que tinha corrido anteriormente pela Dallara, Ferrari e Minardi.   

O carro tinha sido batizado de FA15 e tinha o motor Ford que fora usado pela McLaren na temporada anterior, ou seja, tinha 700 cavalos à disposição. Só que nessa altura, a Footwork decidira retirar-se do envolvimento da equipa, especialmente do patrocínio, mas o Ohashi tinha ficado com as ações da equipa, sendo mais um "silent partner". Contudo, a equipa aproveitou bem os recursos e conseguiu construir um chassis competente, desenhado por Alan Jenkins.

No Brasil, Morbidelli qualificou-se na sexta posição, com Fittipaldi na 11ª da grelha, mas o italiano desistiu na sexta volta por causa de uma caixa de velocidades quebrada. A mesma coisa aconteceu com Fittipaldi, mas na volta 21.

Em Aida, Fittipaldi conseguiu superar Morbidelli, sendo nono na grelha, entre o Jordan de Rubens Barrichello e o Benetton de Jos Verstappen. O seu companheiro não ficou muito longe, na 13ª posição. E os dois, como os restantes 24 carros, enfrentaram uma pista que era lenta, mas sobretudo, desgastante para os materiais. Se Michael Schumacher aproveitou o acidente de Senna na primeira curva com o McLaren de Mika Hakkinen e depois, com o Ferrari de Nicola Larini, para icar com a liderança e não mais ser visto até à meta, todos os outros sabiam que acabar seria o maior prémio. Gerhard Berger foi o único que acabou na mesma volta do vencedor, mas a um minuto e 15 segundos. Até poderia ter sido passado por Schumacher, dando uma volta a toda a gente, mas isso não aconteceu.

Contudo, se Rubinho, no final, comemorava um pódio - e era segundo no campeonato, com sete pontos! - já Fittipaldi juntava-se à festa brasileira com o seu quarto lugar, igualando o seu melhor resultado na carreira, um ano depois do que tinha conseguido em Kyalami. 

Anos depois, em 2019, numa matéria para o site brasileiro Grande Prêmio, Fittipaldi elogiou o carro que tinha na altura:

O mais prazeroso foi a Footwork, antes de cortarem todo o difusor logo depois da corrida do Mónaco. Infelizmente, por causa da tragédia de Imola, eles acabaram com uma mudança radical no regulamento e sofremos um pouco com isso. Se não mudasse o carro até o final do ano, tenho certeza que aquele carro entraria não uma vez, mas várias vezes no pódio”, recordou.

As primeiras quatro corridas foram fantásticas, mas tivemos muitos problemas mecânicos. Na única corrida que terminei, em Aida, fui o quarto”, disse.

Eram resultados que, de certa forma, consolariam os nativos, por causa da surpresa negativa do inicio do campeonato de Ayrton Senna. 20-0, normalmente, é dificilmente recuperável, e em Terras de Vera Cruz, parecia não ser saboreado.    

Noticias: Domenicalli rejeita calendário de 25 corridas


A Liberty Media disse que 24 corridas é o limite. Stefano Domenicalli reconhece a pressão imposta pelas viagens no paddock da Formula 1 e sublinha que as corridas de 2025 foram estrategicamente sequenciadas no sentido do pelotão - pilotos, engenheiros e mecânicos - não se desgastassem tanto quanto noutros anos.

Questionado esta semana por Jean Alesi, numa entrevista ao Canal Plus, sobre se as 24 provas são o máximo que o paddock da Fórmula 1 pode aguentar durante uma temporada, Domenicali, esclareceu que “em certos anos, tivemos problemas em fazer dezassete Grandes Prémios e hoje fazemos 24. Penso que 24 é o número correto, tendo em conta o interesse que a Fórmula 1 tem a nível mundial. Tecnicamente, poderíamos fazer 25, no entanto, penso que 24 é o número correto”. 

Para quem não sabe, o calendário de 2025, que celebra os 75 anos da Formula 1, marca o regresso da Austrália como prova de abertura da temporada, correndo-se a 16 de março, duas semanas depois do começo em 2024, e acabará em Abu Dhabi a 7 de dezembro. 

WRC: Irlanda desistiu da candidatura


A Irlanda desistiu da candidatura para receber de volta o WRC, pelo menos para 2025. Depois de terem anunciado, no final do ano passado, que se iria candidatar a uma vaga no calendário, agora a entidade que tomava conta dessa candidatura, a Motorsport Ireland, anunciou que não conseguirá, por não ter conseguido o financiamento necessário da parte do estado.

Aiden Harper, presidente da Motorsport Ireland, afirmou no comunicado oficial: “Estou triste que tenha chegado a este ponto, mas infelizmente não temos opção.

Sempre afirmamos que o Campeonato Mundial de Ralis da FIA só poderia chegar à Irlanda com o apoio financeiro do governo, estando sempre conscientes de que o financiamento pode não estar disponível. É uma pena ter de entregar esta grande oportunidade, e o benefício económico que ela traria, a outro país que está à espera."

A Motorsport Ireland explica que os primeiros contactos com o governo central aconteceram em Junho de 2023, com um plano onde pediram uma verba a rondar 15 milhões de euros por ano, durante três temporadas. Existiu uma enorme abertura por parte do executivo, tendo sido submetida uma detalhada candidatura a apoios estatais em Outubro. Ela foi acompanhada da informação do "deadline", o qual foi ultrapassado sem resposta governamental. 

A resposta veio esta semana com a indicação de que o governo necessitava de mais seis meses para analisar a proposta.

Perante este cenário a Motorsport Ireland decidiu que não se candidataria ao WRC de 2025. O seu presidente afirma que, além de lamentar o sucedido, garante que vão continuar a trabalhar para ver se esta candidatura possa acontecer num futuro próximo.

O trabalho que eles fizeram foi incrível e agradeço-lhes por isso. Gostaria de agradecer ao WRC Promoter GmbH, especialmente a Simon Larkin, por toda a sua assistência ao longo deste processo e espero que estejamos em posição de revisitar esta magnífica oportunidade no futuro. Por enquanto, continuaremos, como sempre, a entregar o nosso calendário de automobilismo aqui na Irlanda, com os mais altos padrões, em todas as nossas disciplinas.”, concluiu.

A Irlanda integrou o WRC em 2007 e 2009, mas a crise financeira que surgiu nessa altura, e da qual a Irlanda foi uma das principais vítimas sendo alvo de um resgate pelo FMI, cortou o financiamento e retirou o rali do calendário. Agora, sem regresso definido.

terça-feira, 16 de abril de 2024

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A Formula 1 estava na sua segunda corrida do ano, e... era uma estreia. Basicamente, o realizar do sonho de uma pessoa que desenhou o circuito. Chamado de Ti-Aida, na realidade, a pista se situa em Okayama, um lugar entre Kobe e Hiroshima, na parte sul da ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês. Ou seja, mais a sul de Suzuka, que fica na região de Kyoto.

Em meados da década de 80, Hajime Tanaka tinha enriquecido com o desenho de campos de golfe um pouco por todo o Japão. Aproveitando o "boom" da economia nipónica, decidiu comprar um terreno no interior da província de Okayama e em 1990, inaugurou aquilo que chamou de Ti-Aida, essencialmente, para os ricos trazerem as suas máquinas. Já agora, "Ti" significa "Tanaka International".

Com o passar dos anos, abriu a pista para competições nacionais e internacionais, e logo, tentou convencer a Formula 1 em receber uma segunda corrida no Japão. Nesses anos de fartura, alguns circuitos foram feitos com esse objetivo, um deles, Autopolis, situado no Kyushu, no sul. Mas a bolha explodiu e em 1994, a Japão estava em plena crise económica. Contudo, Tanaka persistiu no sonho de receber... e conseguiu, ter a Formula 1 no seu quintal.

No calendário, a corrida iria ser a segunda do ano, e claro, a primeira vez que a Formula 1 iria correr na primavera no Japão - a próxima ocasião só iria acontecer em... 2024 - e as pessoas pensavam que ali, Ayrton Senna poderá reagir a um Michael Schumacher que tinha ganho inesperadamente - para imensos - no Brasil. Mas existia um obstáculo: ninguém tinha corrido em Aida! 

Bem, existia uma excepção: Roland Ratzenberger.

O piloto da Simtek não tinha qualificado em Interlagos, por causa de problemas no carro - aparentemente, Nick Wirth deu-lhe uma corrida extra para compensar pela não-qualificação - e sabia que ali, tinha de mostrar o que valia. Afinal de contas, entre 1991 e 1993, tinha andado nas pistas japonesas, primeiro na Formula 3000, depois na Endurance local, pela Toyota, e sabia umas coisas dessa pista, que era pequena, travada e lenta.

A Ferrari tinha um problema: Jean Alesi tinha tido em acidente em Mugello, lesionara-se nas costas e iria ficar de fora por algumas corridas. No seu lugar foi chamado Nicola Larini, seu piloto de testes, mas com experiência de Formula 1 na Coloni e Osella. E na Jordan, Eddie Irvine tinha sido suspenso por ter provocado a carambola que envolveu o Benetton de Jos Verstappen, o McLaren de Martin Brundle - que quase arrancou a cabeça dele! - e o Ligier de Eric Bernard. No seu lugar entraria Aguri Suzuki.

Os Simtek eram mais lentos que os carros que estavam imediatamente na sua frente - os Lotus de Johnny Herbert e Pedro Lamy - mas se David Brabham até era competitivo, já Roland... nem por isso. Não marcou tempo na sexta-feira, e estava aflito quando foi para a pista no sábado, para marcar um tempo melhor que os Pacific, outra equipa estreante, e que tinha um chassis pior que os da Simtek. Tinha de conseguir um tempo abaixo de 1.16,9 para se qualificar, e já era distante de 1.14,9 que conseguira o seu companheiro de equipa.

Foi para a pista, aplicou-se... e conseguiu. 1.16,536 foi o tempo que conseguiu para ser o 26º e último na grelha, cerca de 1,7 segundos  mais lento que Brabham, mas o suficiente para participar, pela primeira ocasião, numa corrida de Formula 1. Era o seu primeiro grande feito. 

O segundo era correr... e terminar. E conseguiu: cinco voltas atrás do vencedor, na 11ª posição, parece ser lento, mas por exemplo, estava na mesma volta que os Ligier de Olivier Panis e Eric Bernard, que tinham... motores Renault! Em suma, parecia que ele vivia o seu sonho e tinha alcançado um primeiro objetivo na vida. 

Ainda era para receber na Formula 1 em abril do ano seguinte, mas em janeiro, três meses antes, um forte terramoto na área de Kobe, causou estragos na região - um desmoronamento de terras bloqueou a principal via de acesso ao circuito - e a corrida acabou por acontecer no outono. Até foi um mal que aconteceu por bem, porque foi ali que Michael Schumacher comemorou o seu segundo título mundial.  

Mas os feitos do Ratzemberger aconteceram há precisamente 30 anos.          

Youtube Formula E Testing: Os narradores dão umas voltinhas...

A apresentação internacional da Formula E - pelo menos em inglês - está a cargo de Karun Chandhok e David Coulthard, dois ex-pilotos de Formula 1. Já foi mais gente, como Dario Franchitti, mas agora são estes dois. 

E claro, em Misano, eles foram dar uma volta no Gen3, especialmente Couthard, ex-piloto de Williams, Red Bull e sobretudo, McLaren, que ainda não tinha experimentado um destes carros. Claro, foi divertido para ambos, e sobretudo, ficaram a saber que tipo de carro estão a lidar.   

Formula E: Abt é a parceira da Lola/Yamaha


A parceria da Lola com a Yamaha será acolhida pela Abt. O anuncio foi feito nas vésperas da ronda dupla da Formula E em Misano, após ambas as marcas terem anunciado o seu projeto para correr na temporada de 2024-25. O acordo para ingressar na Fórmula E com a equipa Abt será apenas um elemento de uma joint-venture entre ambas as empresas no sentido de explorar áreas relacionadas com o automobilismo sustentável. Isto fará parte da estratégia da Lola para se restabelecer como líder da indústria, concentrando-se em três áreas: eletrificação, hidrogénio e combustíveis e materiais sustentáveis.

Estamos entusiasmados com a parceria com a Abt, pois trazemos a tecnologia que desenvolvemos com a Yamaha Motor para o Campeonato Mundial de Fórmula E. É emocionante trabalhar com uma equipa que tem tanta história e sucesso no automobilismo. A operação de programas apoiados pela fábrica é o essencial da Abt, e sua experiência na Fórmula E nos dará muita vantagem. Estamos ansiosos para desenvolver nosso relacionamento dentro e fora da Formula E.", afirmou Till Bechtolsheimer, presidente da Lola Cars Ltd.

"Estamos muito satisfeitos por ter encontrado dois parceiros tão renomados para o nosso futuro na Fórmula E”, começou por afirmar o CEO e chefe da equipa da ABT, Thomas Biermaier. “É claro que será um grande desafio para um novo fabricante entrar e se estabelecer num campeonato mundial. Mas durante as nossas discussões e negociações ao longo dos últimos meses, sentimos claramente o quão habilidosas, motivadas e determinadas [estão a] Lola e Yamaha para tornar este projeto um sucesso – tal como todos os membros da nossa equipa.”, concluiu.

Do lado da Yamaha Motor co., ltd, o seu presidente, Heiji Maruyama, afirmou: “A Yamaha Motor está acelerando a pesquisa e o desenvolvimento de diversas tecnologias que contribuem para a sustentabilidade. Como Parceiro Técnico da Lola, esperamos adquirir tecnologias de gestão de energia mais avançadas através do mais alto nível de corridas elétricas na Fórmula E. Estamos muito felizes e honrados por ter a oportunidade de contribuir para o sucesso de uma equipa tão grande como a ABT com nossa tecnologia, trabalhando em conjunto com Lola.


O desenvolvimento do "powertrain" e respetivo software relacionado já está nas fases finais da sua pesquisa, com o primeiro shakedown planeado para junho. Detalhes adicionais sobre a configuração e estrutura da equipa serão anunciados nos próximos meses.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

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Estamos em 2024. Fernando Alonso tem 42 anos e nove meses, mais ou menos a mesma idade de Kimi Raikkonen e Michel Schumacher nas suas derradeiras temporadas na Formula 1. Na semana passada, ele e a Aston Martin anunciaram que renovariam o seu contrato até ao final da temporada de 2026, onde eles correrão com o motor Honda. No final dessa temporada, que provavelmente será em dezembro, em Abu Dhabi, o piloto asturiano terá 45 anos e cinco meses. 

A última vez que a Formula 1 teve um piloto com essa idade no seu pelotão foi em 1975. Aconteceu com Graham Hill, que nessa temporada tinha a sua própria equipa, guiando o seu carro, e com 18 temporadas atrás das suas costas, numa altura onde o risco de morte era bem grande. 

Nessa altura, Graham Hill era uma excepção. Arrastava-se no fundo do pelotão, correndo apenas pelo prazer e a adrenalina da condução. Existiam cartoons com ele a levar uma longa barba, qual Matusalém, e todos sabiam que, se não tivesse montado a sua equipa, teria sido "expulso" dos Grandes Prémios. Apenas quando ele não se qualificou para o GP do Mónaco, a sua corrida favorita, é que decidiu pendurar o capacete e se dedicar à sua equipa. Ironicamente, não viveria muito mais tempo, porque a 29 de novembro desse ano, despenhou-se ao tripular o seu avião, nos arredores de Londres.

Ao contrário de Hill, Alonso é competitivo. Começou com 19 anos, e tirando a interrupção entre 2019 e 2020, tem 384 Grandes Prémios no seu palmarés. Tudo indica que será o primeiro piloto a chegar aos 400 Grandes Prémios, muito mais que os 176 que o piloto britânico conseguiu, demonstrando que hoje em dia, o calendário está bem mais recheado. Mas mais que isso, o facto de ter tido oito pódios em 2023, e o quarto lugar final da geral, demonstra essa sua competitividade. Ao ponto de bater constantemente o seu companheiro de equipa, que é 17 anos mais novo que ele. 

Não deveria ser o contrário?

E isto deixa-nos a pensar sobre ele e a capacidade destes pilotos de guiar um carro onde os coloca constantemente sob pressões de 5 e 6 G's. Precisam de ser super-homens para aguentar estes carros, terem reflexos hiperhumanos, mas sobretudo, temos de falar sobre a longevidade desta gente. Parecendo que não, se ele se mantiver competitivo em 2026, a Aston Martin poderá querer renovar o contrato, colocando-o numa idade que não se vê desde os anos 50, com gente como Juan Manuel Fangio, que guiou um Formula 1 até quase aos 47 anos. Uma idade que Alonso alcançará no final de julho de 2028, e se calhar, com ideias de alcançar os 500 Grandes Prémios.

E depois penso em Lewis Hamilton ou até Max Verstappen. Parecendo que não, Hamilton fará 40 anos no inicio de 2025, altura em que sentará num Ferrari. Tem 336 Grandes Prémios, mas com mais duas ou três temporadas em cima, chegará e ultrapassará as 350 corridas na sua carreira. E se a Ferrari lhe der um carro capaz que o colocar de novo no pódio, é bem provável que ganhe motivação para correr até ao final da década, por exemplo. E nem falo de Max, que tendo apenas 26 anos, tem já 189 Grandes Prémios, e já vai na sua décima temporada. Três décadas antes, esses números seriam de veteranos, 12 ou 14 anos mais velhos que ele.

São gente excepcional, são sobrehumanos? Capaz. E pergunto-me: correrão "para sempre", ou seja, estarão dentro de um carro enquanto o corpo lhes permitir. Se sim, quando é que atingirão o limite? 50, 55, 60? Se calhar... sim. E mais além disso. 

Basta olhar para nós mesmos: à medida que avançamos no tempo e começamos a ter hábitos mais saudáveis, os avanços na medicina e na genética começarão a beneficiar a nós, os "comuns mortais" - as pessoas que alcançam o seu centenário, apesar de serem uma elite, é uma tendência que irá aumentar - esta gente não quererá pendurar o capacete e fazer outras coisas na vida? Especialmente numa Formula 1 que quererá ser elitista, deixando apenas 20 lugares para preencher?

Aliás, pergunto a mim mesmo: será que a Formula 1 quer que eles fiquem, transformando uma competição com "lugares vitalícios"?  

Pequena adenda: claro que não esqueci de gente como Emerson Fittipaldi, Mário Andretti ou A.J. Foyt, gente que correu até e para além dos 50 anos, mas eles andaram na IndyCar, que não é tão exigente como a Formula 1 e aqui, o que importa falar é da Formula 1, em termos específicos, e como gente mais velha está a ser capaz de aguentar estes bólidos, continuando no topo da forma.      

Youtube Formula 1 Video: Roland Ratzenberger (Parte 2)

No segundo vídeo do documentário sobre a vida e carreira de Roland Ratzenberger, fala-se sobre os seus esforços de ir para a Grã-Bretanha para correr, primeiro, na Formula Ford, depois, na Formula 3 e Formula 3000, com passagens pelo DTM e as 24 Horas de Le Mans, até ao final da década de 80. 

E no final, algumas das duas decisões para a década seguinte, como por exemplo, a sua ida para o Japão, aparentemente, para correr pela Toyota na Endurance.

WRC: Toyota colocará quatro carros no Rali de Portugal


A Toyota terá toda a armada no Rali de Portugal, que acontecerá entre os dias 9 e 12 de maio. a Marca japonesa confirmou que Kalle Rovanpera, Sebastien Ogier, Elfyn Evans e Takamoto Katsuta estarão presentes na quinta prova do campeonato. Evans e Katsuta estão a correr nesta temporada a tempo inteiro, enquanto os outros dois estão em tempo parcial, à partida compartilhando o carro. Contudo, neste rali, parece que ambos coincidiram na sua presença, e assim sendo, a Toyota colocará um quarto carro na lista de inscritos. 

Isto acontece quando no rali da Croácia, que acontecerá no final desta semana, temos Ogier de regresso ao carro, acompanhando Evans e Katsuta, num campeonato onde a Hyundai se apresenta mais forte que nas outras temporadas. Tanto que é Thierry Neuville que lidera o campeonato, com 67 pontos, contra os 61 de Elfyn Evans, o melhor piloto da Toyota.    

Meteo: Fim de semana complicado em Xangai


É segunda-feira, inicio da semana, mas o tempo para o próximo fim de semana, altura do GP da China, em Xangai, é complicado. Chuva prevista para sexta-feira e sábado, tempo nublado para domingo, é o tempo que todos esperam no regresso da corrida chinesa, depois de cinco anos de ausência.

As chances de chuva poderão acontecer durante a manhã dos dois primeiros dias, alturas do primeiro e terceiro tempo livre, que poderão deixar os pilotos sem grandes ideias em termos de "settings" para a qualificação, por exemplo, onde poderá não chover. 

Para domingo, as nuvens serão presentes, mas não se espera chuva. As temperaturas serão constantes, entre os 20 e os 21 graus.   

domingo, 14 de abril de 2024

Formula E: Wehrlein triunfa na segunda corrida de Misano


Pascal Wehrlein triunfou na segunda corrida de Misano, que aconteceu neste domingo. O piloto alemão triunfou pela segunda ocasião nesta temporada, e saiu da pista italiana com a liderança do campeonato, empatado com Jake Dennis. Quanto a António Félix da Costa, depois da desclassificação de ontem, tentou conseguir um melhor resultado, mas um toque no carro de um concorrente causou danos na asa dianteira, caindo para a 17ª posição final.

Com Jake Hughes na pole, e Jean-Eric Vergne a seu lado, a partida foi calma, com Wehrlein a ser segundo na primeira curva e a tentar ficar com o comando da corrida. O pelotão rolou compacto, com constantes passagens pela liderança, e depois também, a passar pelo Attack Mode, apenas na sétima volta é que vimos o primeiro grande momento, quando Robin Frijns se despistou, depois de ter sido ensanduichado por Félix da Costa e o McLaren de Sam Bird, e acabou na gravilha, terminando por ali a sua corrida.

Na volta 11, o português, que seguia na nona posição, sofreu um toque na traseira de Sam Bird, quebrando a asa e arrastando-se para as boxes. Apesar da troca, a sua corrida tinha acabado.

Duas voltas depois, novo incidente com Norman Nato, que também sofreu um toque e destruiu a sua asa dianteira, acabando também a sua corrida.

Na frente, quatro carros destacavam-se: o Porsche de Wehrlein, o Nissan de Rowland, o Andretti de Dennis e o carro de Nico Muiller, um Abt. Os quatro carros andaram juntos até à entrada da última volta, com o piloto da Nissan na liderança. Contudo, algumas curvas depois, Rowland ficou sem energia, acabando a arrastar o carro até à meta, no fundo do pelotão. Wehrlein ficou com a liderança, agora pressionado por Dennis, enquanto Nick Cassidy, da Jaguar, pressionava Nico Muller para ser terceiro. 

No final, Cassidy ganhou o último posto do pódio na linha de meta, relegando Muller para quarto.        


No campeonato, Wehrlein e Dennis partilham a liderança com 89 pontos, mas o alemão tem mais vitórias. Oliver Rowland é o terceiro, com 80 e Nick Cassidy o quarto, com 76. A Formula E regressa dentro de duas semanas, nas ruas de Monte Carlo. 

sábado, 13 de abril de 2024

Noticias: Félix da Costa desclassificado


O piloto da Porsche, António Félix da Costa, foi desclassificado do ePrix de Misano, corrida que ganhou esta tarde, devido a uma inconformidade com a mola do acelerador do seu carro. A Formula E afirma que foram usados molas dos aceleradores que nesta temporada, deixaram de ser legais, logo, o carro não está em conformidade e o piloto foi retirado a sua vitória, para ser entregue a Oliver Rowland, da Nissan. 

A Porsche já disse que irá apelar da decisão. 

No comunicado da Formula E sobre a desclassificação, afirma-se o seguinte:

Nas verificações [técnicas] pós-corrida, a mola amortecedora do acelerador montada no carro 13 durante a corrida não estava em conformidade com um dos três itens opcionais declarados no catálogo GEN3 Spark. O chefe da equipa e o representante do fabricante explicaram que desde o início da 9ª temporada eles não mudaram a mola do amortecedor do acelerador."

O dirigente da equipa aceitou que a peça lacrada, conforme consta no anexo do Relatório Técnico 13, foi montada no carro 13 e foi lacrada na presença do mecânico-chefe da equipe. O chefe da equipa afirmou também que na lista do Spark [pedais] a parte selada não está listada. Ele explicou que normalmente as alterações do catálogo do Spark são destacadas para que todos possam ver as alterações, mas não as remoções.", continuou.

O Delegado Técnico da FIA confirmou este procedimento."

Os representantes da Spark confirmaram que esta peça estava listada na lista de peças dos carros Gen2, mas não no atual carro Gen3. Também confirmaram que a retirada de peças desse catálogo não está destacada nem cancelada.”, concluiu.

Reagindo no Instagram, Felix da Costa questionou:

"A mola amortecedora do acelerador era uma peça original do Spark que foi usada durante todo o ano passado e foi removida do livro de regras sem notificação às equipas... quantos outros carros existem com estas molas?"

Amanhã será a segunda corrida da competição elétrica no circuito de Misano.

Formula E: Félix da Costa triunfa em Misano


António Félix da Costa foi o grande triunfador da primeira corrida de Misano, que aconteceu na tarde deste sábado. O piloto da Porsche foi o melhor e conseguiu a sua primeira vitória no campeonato, especialmente quando veio de 14º da grelha de partida para acabar no lugar mais alto do pódio. A acompanhá-lo estavam os britânicos Oliver Rowland, da Nissan, e Jake Dennis, da Andretti. 

Com Mitch Evans na pole-position e o piloto português apenas na 14ª posição, parecia que ele não teria muitas chances de ficar muito alto na classificação, por causa da igualdade entre os carros. Logo, o melhor tinha de ser alguém com a melhor estratégia.

Na partida, Evans conseguiu aguentar a carga do pelotão atrás dele, para as 28 voltas que teria, à partida, este ePrix. Alguns metros mais tarde, Edoardo Mortara acabou na berma, vitima de um toque. Nas voltas seguintes, os pilotos começaram a organizar as suas táticas, especialmente no Attack Mode, mas na quinta passagem pela meta, novo toque, desta vex entre Jean-Eric Vergne e Nick Cassidy, com o piloto da Jaguar e ficar com o carro danificado. Nesta altura, Félix da Costa liderava, com Pascal Wehrlein, seu companheiro de equipa, a ir à boxe por causa de danos na asa frontal, também, depois de ter subido na traseira de Vergne.  

As trocas de liderança eram rápidas, com os pilotos a ficaram pouco tempo no primeiro lugar, preferindo, por um lado, preservar energia, por outro, estar no melhor lugar possível quando for o momento certo, ou seja, nos metros finais. 

E foi isso que aconteceu na volta 26, quando Félix da Costa passou Oliver Rowland. Ambos distanciaram-se de Vergne, que se defendia dos ataques de Dennis pelo terceiro lugar. No final, o piloto do Porsche aproveitou uma maior carga residual para aumentar a sua vantagem sobre o rival da Nissan, criando assim uma margem de meio segundo que se revelou decisiva até à meta, e claro, conseguiu a primeira vitória de 2024, a segunda da Porsche no campeonato. 


Feliz da vida, comentou depois a sua vitória:

"Recuperamos treze lugares na corrida e vencemos, não podia estar mais contente. A nossa estratégia de gestão de energia foi perfeita e isso foi a chave da vitória. Consegui estar em posição de ter mais energia que os meus adversários na luta da vitória e nas últimas voltas fiz uso disso para passar para 1º, mantendo bem protegida essa posição. Tem sido um início de época complicado, mas já tínhamos feito boas corridas no Brasil e São Paulo e hoje foi um dia perfeito, mostrámos que estamos vivos e fortes e prontos para lutar até ao fim! Amanhã é um novo dia, com mais uma corrida e queremos mais, vamos trabalhar para voltar a estar fortes e lutar para trazer bons pontos para Portugal”.

No campeonato, Rowland lidera com 73 pontos, mais cinco que Jake Dennis, enquanto Pascal Wehrlein é o terceiro, com 63. Com esta vitória, Félix da Costa subiu para o sétimo posto, tendo agora 45 pontos. 

A Formula E continua no domingo, para a segunda corrida na pista de Misano.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Noticias: Domenicalli e FIA elogiam calendário de 2025


A divulgação do calendário da Formula 1 para 2025, num ano em que a Formula 1 fará as suas bodas de diamante, deixou felizes os responsáveis da Formula 1 e da FIA, que colaboram entre si para a acomodação do calendário, apesar deste ser o maior de sempre, com 24 corridas. 

Apesar de tudo, este calendário continua com as alterações iniciadas esta temporada, com o enfase num melhor fluxo geográfico das corridas, com o ajuntamento do máximo corridas no mesmo continente na data mais próxima, apesar de ainda existirem coisas como Miami em maio e Montreal em junho, destacados da maior parte das corridas nas Américas, que acontecem no inicio do outono, por exemplo.

No momento do anúncio do calendário, o Diretor Executivo e Presidente da Fórmula 1, Stefano Domenicali disse que: “2025 será um ano especial, pois celebramos o 75º aniversário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA, e é esse legado e experiência que nos permite apresentar um calendário tão forte."

Mais uma vez, visitaremos 24 locais incríveis em todo o mundo, oferecendo corridas, hospitalidade e entretenimento de primeira classe, que serão apreciados por milhões de fãs em todo o mundo. Estamos gratos à FIA, aos nossos promotores, aos parceiros das cidades anfitriãs e a todas as federações nacionais relacionadas pelo seu empenho e apoio na realização deste calendário e na garantia do que promete ser mais um ano fantástico para a Fórmula 1. Gostaria também de prestar homenagem às nossas equipas e pilotos de Formula 1, os heróis do nosso desporto, e aos nossos fãs em todo o mundo por continuarem a seguir com um entusiasmo incrível.”, concluiu.

Do lado da FIA, o seu Presidente, Mohammed Ben Sulayem, acrescentou: “O calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da FIA de 2025, aprovado pelo Conselho Mundial do Desporto Automóvel, é mais uma ilustração da nossa missão colectiva de cumprir os objectivos de sustentabilidade através da regionalização dos eventos. Embora o nosso foco esteja na estabilidade geral da Fórmula 1, também temos um dever partilhado para com o ambiente e para com a saúde e o bem-estar do pessoal que viaja.

A Formula One Management, sob a direção de Stefano Domenicali, produziu um calendário que combina bem os circuitos tradicionais e os locais modernos.", continuou.

Agradecemos às federações anfitriãs, aos organizadores locais e aos muitos milhares de voluntários da FIA pelos seus esforços incansáveis para fazer da Fórmula 1 um espetáculo verdadeiramente global e de grande audiência, enquanto nos preparamos para celebrar o 75º ano do desporto.”, concluiu.

Youtube Formula 1 Vídeo: Quando os pilotos andaram à porrada!

Hoje em dia, os pilotos da Formula 1 dão-se todos bem, trocam umas piadas e tal. Mas claro, nem sempre foi assim. Há uma grande história de brigas entre pilotos, ou de pilotos com outras pessoas, que vem de há muito, mas muito tempo. É mais antigo que o "combate de boxe" entre o Nelson Piquet e o Eliseo Salazar... que a propósito, é mais velho que o "combate" entre Ayrton Senna e Eddie Irvine... 

Como disse alguém: "parece que todos os brasileiros praticam secretamente jiu-jujitsu". Não creio, apesar do "combate" entre Chico Serra e Raul Boesel.

E é sobre isso que refere o mais recente vídeo do Josh Revell