quarta-feira, 20 de novembro de 2024

A imagem do dia



Ainda falta muito para 2026, a entrada dos novos regulamentos, mas há certas coisas que começam a ser vistas, quando falta uma temporada e algumas corridas para a sua concretização. E há um fator a ter em conta, chamado... combustível sintético. 

Não é uma coisa nova - existe há cerca de um século - mas a grande novidade tem a ver com a chance de fazer da Formula 1 uma competição neutra em carbono até 2030. Apesar de ser possível, o custo da transformação é caro, mas adequada para uma pequena competição - em termos de pegada de carbono - como esta, que leva carros para os quatro cantos do mundo, 24 vezes por ano. 

E pelos vistos, a adaptação dos combustíveis sintéticos aos motores, que continuam a ser os 6 cilindros Turbo, com um sistema de regeneração de energia, poderá ser eficaz para a performance dos motores em pista. E isso poderá explicar as razões porque, por exemplo, a Alpine deixou de fabricar os seus motores e passou a ter Mercedes em 2025 e voltou a contratar Flávio Briatore. É que os primeiros resultados desses novos motores nos bancos de ensaios mostram que há duas marcas na linha da frente: Honda (a saudita Aramco)... e Mercedes (com a malaia Petronas). 

Mas é a Mercedes que tem os melhores resultados e poderão dominar, como fizeram a partir de 2014, quando surgiu a atual era de motores. Como eles ficam com a melhor fatia, isso poderá significar que George Russell é o candidato numero um ao título... ou não. Afinal de contas, temos Kimi Antonelli. E há mais equipas com esse motor, como a Williams e... a Alpine. Parece ser um cenário muito semelhante a 2014 que está a ser desenhado, lembram-se como a Williams se portou nessa temporada, com Felipe Massa e Valtteri Bottas?

No caso da Alpine, a chegada do Briatore poderá ser para organizar a equipa de Enstone e... vender. Não tira da cabeça a ideia de, num futuro mais distante - vamos imaginar, 2028... - a marca francesa se farta e vai-se embora. O atual CEO da marca não gosta muito de automobilismo, e está a ver que, por exemplo, não vende muitos carros de estrada, e ainda não se sabe bem até que ponto aguenta ver a sua marca na Endurance, onde compete na classe Hypercar. Poderá ser mais barato, mas a paciência dessa gente em relação ao automobilismo irá até um certo limite. E também recordo isto: as marcas querem vencer, na velha frase "win on sunday, sell on monday". Pode até estar desatualizado, mas a frase ainda é verdadeira. 

Mas ao contrário de 2014, há um rival que irá investir pesado para contrariar esse possível domínio: Honda. Eles irão em 2026 para a Aston Martin, depois de um bom tempo na Red Bull, que a partir dessa temporada terá motores da Ford. A Aston Martin, como é sabido, é de Lawrence Stroll, e está a investir pesado. Nova fábrica, em Silverstone, a contratação de Adrian Newey, e claro, a dupla de pilotos quer ganhar. Fernando Alonso deseja o tricampeonato, e mesmo que esteja a caminho dos 45 anos nessa temporada, quer mostrar que ainda consegue ombrear com gente que nem era nascida quando começou a carreira...

E claro, o combustível: a Aramco saudita é dona parcial da Aston Martin e investiu pesado nesta tarefa. E para eles, dinheiro não é, nunca foi, o problema. Aliás, recentemente, investiram mil milhões de dólares numa refinaria de petróleo sintético em Bilbau, no País Basco espanhol. 

Mas isso é nada comparado com a Petronas: 13 mil milhões de dólares só na pesquisa em combustível sintético! Claro, não é só na Formula 1, também é noutras áreas, mas há uma corrida para processar combustível sintético a apresentar como alternativa aos carros elétricos, por exemplo. 

O problema é o segundo piloto. Lance Stroll ainda não provou que tem estofo de campeão - e se calhar, nem terá - e se os motores japoneses começarem a mostrar que tem a capacidade de lutar com a Mercedes pelos lugares da frente, torna-se um lugar apetecível. Uma alternativa é Yuki Tsunoda, que é piloto Honda, e eles sabem que a Red Bull não o quer. E com o final do acordo com a Honda, no final de 2025, ele está livre de correr para outro lado, e a Aston Martin é a favorita. Stroll tem de mostrar que é alguém na Formula 1, caso contrário, todos olharão para a equipa como a de um só piloto - e de um motorista de luxo...

E com Alonso idoso, se conseguir andar bem, e querer retirar em alta, será o lugar mais apetecível da Formula 1. lá para 2027. E quem poderá ir para lá? Estou a pensar em Max Verstappen, que apesar do seu contrato até 2028, poderá sair antes... por muitos motivos. O primeiro, a Red Bull poderá estar no inicio da sua curva descendente (durante esta primavera e verão, após a saída de Newey, muitos engenheiros foram recrutados por outras equipas), o segundo, o motor da Ford não promete - aliás, do que se ouve é que os outros motores estão muito longe de mostrarem resultados, e isso inclui a Ferrari... - e Max, como todo e qualquer piloto que oi campeão - quer correr em equipas vencedoras. Como conhece o motor e o projetista, seria bem-vindo à Aston Martin. Mas isso, se calhar, é lá mais para 2027. 

Quanto aos outros, se calhar irão penar. Audi, Ferrari, Red Bull - com a Ford. Ião investir muito para recuperar o tempo e o lugar perdido. E aí, as firmas gasolineiras (Shell, com a Ferrari, por exemplo) estão muito atrás. 

Claro, 2026 está ainda longe, e há quem possa recuperar o tempo perdido até lá, mas pode-se afirmar que este tempo futuro não será a dos construtores, mas antes... a das petroliferas. E tem a capacidade de apostar forte nesta tecnologia.        

Youtube Automotive Vídeo: A nova vida de Nico Rosberg

Retirado do automobilismo há oito anos, Nico Rosberg decidiu criar outra vida a partir do "nada", digamos assim. Decidiu construir uma firma de "venture capital", a Rosberg Ventures, e até agora conseguiu captar cerca de 100 milhões de dólares, com o objetivo de atrair os ricos europeus para as firmas de Sillicon Valley, nos Estados Unidos. 

A Forbes decidiu entrevistá-lo, para saber o que é a sua firma e saber um pouco o que é a sua nova vida pós-automobilismo.    

WRC: Pilotos da Hyundai confiantes antes do Japão


Na antevisão do rali do Japão, que acontece neste final de semana, na Hyundai, prepara-se para a consagração de Thierry Neuville como campeão do mundo, algo que acontecerá pela primeira e na sua carreira.  Atualmente com 225 pontos, o piloto belga tem 25 de vantagem sobre Ott Tanak, seu companheiro de equipa e mais próximo rival. Apesar de matematicamente possível, Tanak sabe que as suas hipóteses são mínimas.

Mas mesmo assim, com tudo a seu favor, o belga está cauteloso. Não só porque há 30 pontos em jogo, mas quer se precaver de quaisquer obstáculos que apareçam no caminho, já que o Rali do Japão é pródigo nelas. Evitar erros será fundamental.

Daí o tom cauteloso quando falou das suas chances ao motorsport.com:

É uma vantagem confortável; o pior cenário é precisarmos de conquistar seis pontos”, começou por afirmar. “Em qualquer outro cenário, estamos muito bem. Precisamos de encontrar o equilíbrio certo [no Japão] porque ainda há o campeonato de construtores pelo qual lutar e, no entanto, temos aquele terceiro carro com o Andreas [Mikkelsen] que vai tentar fazer alguma coisa. Precisamos de encontrar um bom equilíbrio entre uma condução segura, mas boa.


Da parte de Tanak, ele acredita que as suas chances são pequenas, mesmo com a abordagem cautelosa de Neuville para este rali:

Não sei que diferença podemos fazer, mas vamos dar o nosso melhor”, começou por afirmar Tanak à mesma publicação. “Mas com este sistema de pontuação não faz muita diferença. É verdade [que uma desistência pode mudar as coisas], mas acho que depende do quanto Thierry quer isso. Se ele for inteligente no Japão e fizer um bom trabalho, então ninguém tem hipóteses. Mas também temos a responsabilidade pelo campeonato de construtores. Ainda temos um grande trabalho pela frente, por isso não podemos concentrar-nos apenas no título de pilotos, também somos responsáveis pela equipa.

O rali do Japão é em asfalto, acontece na região de Gifu, no centro da ilha de Honshu, a principal do arquipélago nipónico, tem 21 especiais de classificação, com um total de 302,59 quilómetros cronometrados

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Youtube Formula 1 Vídeo: A reconstrução da Williams

O pessoal da Williams teve um fim de semana complicado em Interlagos. Alex Albon acidentou-se fortemente na qualificação e os estragos no seu carro impediram que participar na corrida, enquanto Franco Colapinto bateu durante uma entrada do Safety Car. 

Com pouco mais de duas semanas até Las Vegas, em Grove, sede da Williams, os engenheiros e mecânicos da equipa trabalharam em contra-relógio para ter tudo a tempo de levar até lá, e pior: não há muitas peças sobressalentes para dois carros. 

E esse vídeo trata desse trabalho que tiveram até ficar tudo pronto.   

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Meteo: Baixas temperaturas serão um problema em Vegas


O fim de semana do GP de Las Vegas, neste (quase) Natal, é marcado pelo frio que há à noite no deserto do Nevada, onde se situa a cidade. E se não há chances de chuva, e o vento é baixo, essa é a maior preocupação.   

A localização no deserto e a data de novembro significam que as temperaturas do ar e da pista na capital do jogo na América rondarão os 10° Celsius, afetando significativamente o aquecimento e a aderência dos pneus. Por causa disso, a Pirelli irá trazer para a corrida americana os seus compostos de pneus mais macios (C3-C5), com os desafios do aquecimento a tornarem a gestão e a estratégia dos pneus fundamentais na noite da prova - que, recorde-se, será ao sábado, às 22 horas locais.

Para sexta-feira, data da qualificação, apesar do céu limpo, no inicio da noite, a temperatura no ar será de 12 graus, que baixará para os 11 à medida que a noite avança. No sábado, estará mais quente, por volta dos 15 graus, condições semelhantes aos da corrida do ano anterior. 

Noticias: Rui Marques considera cargo de diretor como um teste


Depois de se saber do despedimento - a FIA não afirma oficialmente que foi isso, mas toda a gente afirma que sim - do alemão Niels Wittich, e a sua troca pelo português Rui Marques, no cargo de diretor de corrida da Formula 1, este falou pela primeira vez desde que foi elevado ao cargo. Numa entrevista publicada nesta segunda-feira ao jornal Macau Hoje, onde esteve a fazer o cargo de diretor de corridas no fim de semana do GP de Macau, falou que, por agora, fará o papel até ao final da temporada, e depois verá se continuará para 2025 e adiante.

Neste momento vou fazer as corridas até ao final do ano. Depois logo veremos o futuro”, confirmou o português sobre o tempo em que estará à frente do cargo. 

Em relação à escolha para o cargo, afirma não estar surpreendido. 

Não se trata de ser uma questão de ficar surpreendido. As coisas têm a sua evolução e a experiência que vamos tendo vai-nos trazendo essas possibilidades”, comentou.

Apesar de afirmar estar a par do desafio, ele reconhece que tem exigências diferentes, em áreas diferentes do que uma prova de GT's ou WTCR. Especialmente na parte mediática, por causa da importância da Formula 1: "É mais uma categoria da qual vou ser diretor da corrida. Tem desafios que não há em Macau, sobretudo em termos mediáticos…"

Rui Marques - que também é o diretor de corrida para a Formula 2 e Formula 3 - é o quarto diretor de corrida que a Formula 1 tem desde 2019, altura da morte de Charlie Whiting, nas vésperas do GP da Austrália. Michael Masi substituiu-o até ao final de 2021, altura em que se envolveu na polémica do GP de Abu Dhabi, entre Lewis Hamilton e Max Verstappen. As suas atitudes levaram à sua saída, no inicio de 2022, altura em que foi substituído por Eduardo Freitas por algumas corridas, antes da chegada de Wittich, até ao seu despedimento há umas semanas. 

domingo, 17 de novembro de 2024

As novidades sobre "F1"


Como é sabido, Hollywood está a filmar um filme sobre Formula 1. E a Liberty Media está a dar todos os acessos à equipa de filmagens para que tenham acesso total para poderem fazer o filme da melhor maneira possível. E com Lewis Hamilton como produtor executivo, ainda melhor. 

O filme, que terá Brad Pitt como ator principal, irá se estrear nos cinemas um pouco por todo o mundo a 25 de junho de 2025, com Joseph Kosinski como realizador e Jerry Bruckheimer como produtor, um pouco na linha de "Top Gun: Maverick". E por estes dias, Bruckheimer falou com investidores e dirigente da Liberty Media sobre o andamento das filmagens e da pós-produção. 

Interessantemente, sabemos agora qual é o "plot": Sonny Hayes (Brad Pitt) é um jovem piloto que sofre um acidente bem feio no inicio dos anos 90, que o afasta da Formula 1. 30 anos depois, está de volta, para a ApexGP, onde ajudará Joshua Pearce (Damson Idris), um jovem britânico, a chegar ao topo.

Como Hamilton é o produtor executivo, a Mercedes ajudou muito na construção dos carros e da equipa ficcional, a ApexGP. Contudo, causou fricções, porque a Red Bull temeu ser vista como a vilã. A produtora andou durante três anos a convencer Christian Horner e Helmut Marko que eles não iriam ser vistos como os maus da fita. Dito isso, todas as equipas deram acesso total. 


Cada um dos carros tem, pelo menos, 16 câmaras instaladas. As cenas são autênticas, os atores guiam aqueles carros, e Hamilton ajudou muito nisso, apontando imprecisões e sugerindo na correção de detalhes. Por exemplo, numa imagem num certo circuito, o piloto afirmou que “aquela curva é feita em segunda velocidade e no filme estão a fazê-la em terceira.” Hamilton terá também dito a Brad Pitt que um piloto não termina uma corrida como Singapura como se tivesse acabado de entrar no carro, mas sim “quase a cair para o lado”.

E algumas dessas câmaras são especiais, feitas especificamente para o filme. “Não temos apenas estas câmaras, a Apple fez pequenas câmaras especiais que colocamos nos carros de Formula 1. Lewis Hamilton está a conduzir a 350 km/hora com essas pequenas câmaras.", começou a apontar Bruckheimer, numa entrevista a Adam Cooper para a revista Motorsport. "Toda esta tecnologia que criámos para o filme é especial. Aprendemos muito em 'Top Gun' – agora temos uma câmara que pode fazer panorâmicas remotamente, por isso podemos fazer panorâmicas de Brad até à cara de Damson noutro carro, o que é uma tecnologia fenomenal.

E por causa disso, Bruckheimer teve de modificar muitas cenas no filme, em nome da autenticidade. Ele disse que terá o filme pronto para mostrar aos executivos da Liberty Media no fim de semana do Mónaco, antes de uma premier em Londres, no inicio de junho, semanas antes da estreia mundial, produzido pela Apple +, e cuja distribuição está a cargo da Warner Brothers.  


E Bruckheimer acredita que será um blockbuster. Na mesma entrevista, afirmou: "Há tantos fãs em todo o mundo – o único mercado que a Formula 1 não tem tanta fama são os Estados Unidos, e acho que isso vai [ajudar a] expandi-lo, porque o alcance de Brad é enorme e ele tem muitas fãs, isso vai trazer o público feminino. Vamos apanhar os rapazes, porque eles adoram automobilismo. Vai ser uma grande razão para os casais irem ao cinema, e é isso que queremos."

O Brad está realmente empenhado neste filme. Ele não gosta de fazer divulgação, mas acho que o vamos levar numa digressão mundial onde ele terá todo o prazer em mostrar os seus esforços na atuação deste filme.

E quanto ao título, segundo Bruckheimer: “Porque os grandes filmes de corridas foram Le Mans e Grand Prix. E agora vai haver F1…

Youtube Automobile Vídeo: O descapotável mais rápido do mundo

A Bugatti já tem recordes interessantes como carro de produção mais rápido do mundo. E no passado dia 9 de novembro, acrescentou mais um: o de descapotável mais rápido. Andy Wallace sentou no descapotável Mistral, foi para a pista de testes do centro da Alemanha - num dia de chuva - e conseguiu a espantosa marca de 453,8 km/hora. 

Curioso é que nas imagens da equipa que está a assistir ao teste, está Mate Rimac. É que neste momento, a Bugatti pertence à croata Rimac, numa joint-venture.  

sábado, 16 de novembro de 2024

A imagem do dia





"O que posso dizer é que novidades e mudanças estão a chegar, e o meu total apoio vai para o meu filho por todas as decisões e escolhas que ele fez durante este período". 

Isto foi o que Mário Andretti afirmou nesta semana, numa entrevista à "Gazzetta dello Sport". Ele não quis falar muito sobre o assunto, porque saberia de algo mais.

E esse algo mais poderá raiar o escândalo. Do género... FBI a querer ter uma conversinha com os donos das equipas, como Christian Horner ou Toto Wolff. Segundo contou na sexta-feira a publicação germânica F1-Insider, o FBI teve acesso a um grupo de Whatsapp onde Wolff, Horner e Lawrence Stroll, entre outros, pressionaram Stefano Domenicali a não aceitar a Andretti, o que pode ser considerado como para lá da legalidade. E no próximo final de semana, o FBI irá interrogar diversas personalidades em nome do Congresso e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América.

Aliás, as coisas começaram nesta semana com a demissão de Greg Maffei, com efeito imediato. Todos consideraram a noticia "inesperada", mas foi logo depois de Andretti ter feito estas declarações. E a publicação fala ainda que existem pressões no mesmo sentido para Stefano Domenicalli, por ter aceite as ordens da Liberty Media. Mas quem conhece a história, sabe que foi em Miami que Maffei foi ter com Mário Andretti e disse que enquanto tivesse aquela posição na Liberty Media, a equipa não entraria na Formula 1.

Como o Congresso e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América estão a investigar uma empresa americana, a Liberty, que fez cartel para impedir a entrada de outra empresa americana, a Andretti, muito provavelmente haverá pano para mangas, com consequências ainda não imaginadas. O desmantelamento da Liberty Media ou eles a serem obrigados a vender a FOM, são duas possibilidades - embora da segunda já veja quem a poderá comprar... 

E mesmo que haja gente com esperança que a nova administração mude tudo, quero afirmar que o líder da comissão de inquérito é um congressista do Ohio, Jim Jordan, que é republicano e trumpista. Logo, não creio que haja grande salvação no próximo presidente. 

Portanto, semana que vêm, poderemos ver gente com algemas no "paddock" a querer ter uma conversinha com algumas pessoas, do qual farão perguntas difíceis. E claro, os Andrettis estarão radiantes por ver certas coisas a acontecer. E isto, um ano depois do pessoal reclamar de coisas como o asfalto e das baixas temperaturas, porque a Liberty Media acha graça ver carros a correr na Strip, a meio da noite. "Never a dull moment, Vegas!"

Youtube Formula 1 Vídeo: Os problemas com a narração pró-inglesa da Sky Sports

Sábado. Fim de semana, e comi não há nada relevante em termos de automobilismo - é só na semana que vem - pode-se colocar, por exemplo, a leitura em dia ou ir ao cinema ver coisas interessantes. Ou então, se ficar em casa, pode ir ao Youtube e assistir a algum vídeo que seja relevante. 

E até calha bem o assunto desta semana no canal do Josh Revell: as transmissões televisivas da Sky Sports e a sua forte tendência britânica, que raia o patriotismo bacoco, especialmente neste tempo de duelo entre Lando Norris e Max Verstappen. E claro, o resto do mundo não acha muita piada... 

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

A imagem do dia


A Andretti Global tem uma enorme ambição: estar na Formula 1. Sempre foi bem sucedida quer na IndyCar Series, quer na IMSA, e desde há mais de ano e meio que está a ambicionar este salto construindo instalações quer nos Estados Unidos, quer no Reino Unido, e a convencer engenheiros para trabalhar na empresa. O mais famoso deles é Pat Symmonds, que era o antigo diretor técnico da FOM, e renunciou para ir trabalhar para a equipa americana.

Contudo, se a FIA disse sim à Andretti, a FOM negou a sua entrada. E no passado mês de maio, Mário Andretti disse no Twitter que Greg Maffei lhe abordou no paddock e disse-lhe algo deste género: enquanto fosse diretor da Liberty Media, faria tudo ao seu alcance para não o ter por ali. 

Pois bem, esta semana, foi anunciado que Maffei iria abandonar o seu cargo na Liberty Media no final do ano, ficando como conselheiro, sem grande poder de decisão. Isso, aliado com a saída de Michael Andretti, que aconteceu em setembro, sem aviso prévio, poderá querer indicar que a FOM e a Andretti estarão a elaborar um acordo para a entrada da equipa na Formula 1, provavelmente em 2026. 

E Mário Andretti, o pai de Michael, afirmou esta semana, numa entrevista ao jornal italiano "Gazzetta dello Sport", onde sem se abrir muito, afirmou: "o que posso dizer é que novidades e mudanças estão a chegar, e o meu total apoio vai para o meu filho por todas as decisões e escolhas que ele fez durante este período".  

A Andretti parece ser sólida, nas suas intenções. Com o apoio da GM por trás, para construir os motores, a ideia parece ser a de uma equipa americana, mais até que a Haas - a equipa encomenda os seus chassis à Dallara e tem motores Ferrari - e a quantidade de dinheiro já injetada no projeto, até dá jeito ter um nome desta envergadura, dado o palmarés de ambos. O bloqueio inicial da Liberty Media tem mais a ver com a sua ideia da Formula 1, um clube fechado a, pelo menos, 10 equipas, porque é isso que existe em termos de dinheiro dado às equipas. 

Mas com o teto de gastos existente na Formula 1, e boa parte das equipas com contas positivas, colocar uma 11ª equipa, com bases sólidas, poderá fazer com que as equipas sofram um bocado, com menos dinheiro vindo da Liberty, mas com a crescente popularidade da Formula 1 e a chegada de mais dinheiro, quer vindo de patrocínios, quer vindo dos pagamentos que os países estão a fazer para acolher a competição, é só saber quando é que eles entram e que impacto isto terá. 

E claro, o sonho de Michael Andretti poderá, por fim, ser real.     

Youtube Automotive Video: James May, o homem deles na Califórnia (final, com Cybertruck)

E a viagem de James May à California está a chegar ao fim. E para chegar a esta parte, nada melhor como experimentar um Tesla Cybertruck, para saber como é - porque ainda não chegou à Europa, excepto algumas encomendas pessoais.  

Já coloquei aqui um vídeo sobre o dia em que foi experimentar o carro e ele alar do que achou, mas como faz parte deste conjunto de vídeos, e como tem algumas coisas diferentes... porque não?

WRC: Abiteboul dá liberdade aos seus pilotos no Japão


Cyril Abiteboul, o diretor desportivo da Hyundai no WRC, irá dar liberdade aos seus pilotos no rali do Japão. Com os campeonatos decididos a favor da marca coreana, e com Thierry Neuville a poucos pontos de celebrar um inédito campeonato - tem 25 pontos de vantagem sobre Ott Tanak - Abiteboul espera que o piloto belga adote uma estratégia de avessidade ao risco, e que os seus pilotos não se envolvam em lutas inúteis pela vitória, onde o risco de acabar mal é bem maior.  

Falando ao site Dirtfish.com., Abiteboul falou que entre os pilotos, há absoluta liberdade.

Em última análise, é com eles”, começou por afirmar. “Mas, tendo dito isso, acho que seria tolice pensar que Thierry vai colocar tudo em risco. É muito claro – a prioridade do ano era muito clara. Era um campeonato de pilotos, porque é isso que está a faltar na história da Hyundai Motorsport. E é importante não mudar a prioridade no decorrer do jogo, da época. Essa prioridade, sabemos, vai ser cumprida. E isso é importante.", continuou.

"E, mais uma vez, penso que o que devemos fazer é construir o nosso plano, sabendo exatamente o que os pilotos vão querer, o que devemos esperar. E não devemos esperar deles… por outras palavras, sabemos que o Thierry será extremamente avesso ao risco. É por isso que precisamos de elaborar os nossos planos em função disso.”, finalizou.

O rali do Japão será entre os dias 20 e 22 de novembro, será em asfalto e terá 19 especiais de classificação. 

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

As imagens do dia




Há 40 anos, quem assistia ao campeonato nacional de ralis tinha de responder a esta pergunta: apoiavas o Joaquim Santos ou o Joaquim Moutinho? E a coisa era tal que, no rali final do campeonato de 1984, alguém decidiu colocar um tronco de árvore para resolver as coisas à sua maneira. Se quisermos, é a história de um fanático que queria que o seu piloto ganhasse. E claro, eles foram inocentes neste caso... se ouvirmos uma parte da história. 

Poderemos contar esta história a partir de 1980, quando Miguel Oliveira, um médico do Porto, decide criar uma equipa, a Diabolique. E para espalhar o nome, decidiu criar... um perfume. Sim, um perfume. O que interessa é que a coisa resultou, de uma certa maneira, e ele contratou um piloto promissor, de Penafiel, chamado Joaquim Santos. Com um Ford Escort 1800 de Grupo 4, eles se tornaram na melhor equipa de ralis em Portugal, ganhado títulos em 1982 e 1983, e sendo o melhor piloto local no rali de Portugal. 

Nessa altura, a Renault Portuguesa decidiu apostar nos ralis, e adquiriu um Renault 5 Turbo2, um híbrido entre o Grupo 4 e o Grupo B, porque tinha duas rodas motrizes. Para o lugar de piloto, contratou Joaquim Moutinho, e conseguiu colocar Joaquim Santos em sentido, fazendo com que o campeonato de 1984 fosse um bem forte, a "batalha dos Joaquins", contra um terceiro piloto, António Rodrigues, que tinha conseguido alinha com um Lancia 037, outro duas rodas motrizes, ao ponto de, quando chegaram ao último rali da temporada, no Algarve, Moutinho tinha conseguido o ceptro sobre Santos.

Mas no rali em si... a história é outra. Existente desde 1972, sempre em terra e com fama de ser duro para os carros, tinha entrado na história por, em 1980, ter sido o rali de estreia no Audi Quattro, e por estar no calendário do campeonato europeu de ralis, este ter sido ganho por estrangeiros. E não era excepção em 1984, mas com menos estrangeiros. Mas no campeonato nacional... estava ao rubro. 

No final daquele rali, um Joaquim seria campeão.

Em 1984, os ralis não eram o que são hoje: três dias, 30 especiais, com o total de 224,58 quilómetros em troços cronometrados! Duro, bem duro.

Moutinho foi logo para a frente, e começou a abrir uma vantagem para Joaquim Santos, e parecia que as coisas estavam controladas. Mas na segunda passagem pela Perna da Negra, Moutinho sofre dois furos e cai na geral, deixando Joaquim Santos na liderança.

Anos depois, em maio de 2016, Moutinho contou numa entrevista à revista do ACP (Automóvel Clube de Portugal) que tinha sido sabotado... por duas vezes! 

"A primeira [sabotagem] durante a primeira etapa, a umas três classificativas do seu final. Uma geringonça obrigou-nos a passar por um determinado sitio, quase por fora da estreita classificativa, onde terão sido colocados pregos. Resultado: de comandante da prova, passamos para sétimo ou oitavo lugar. Assim ficou determinado o nosso lugar na ordem de partida para o dia seguinte, para a segunda etapa. As condições que enfrentamos foram do pior. Ainda assim, chegamos ao final da segunda etapa em terceiro da geral. Precisávamos de ficar na frente do Carlos Bica [que participava num Ford Escort RS], o que seria uma formalidade durante a terceira etapa."

A terceira etapa tinha passagens duplas por Senhora do Verde, Monchique, Bordeira, Castelejo e Aljezur - Romeiras. Na 27ª especial, a três do final, Moutinho tinha o segundo lugar na mão - e o campeonato - quando uma barra de erro com espigões apareceu na saída de uma curva, sem que ele tivesse chance de o evitar, furando os quatro pneus, tirando todas as chances de terminar a prova. E quem o tenha feito, provavelmente levou o segredo para a cova. 

Moutinho ainda afirmava, amargurado, anos depois, que tinha sido a concorrência a fazer isso: "uma diabólica mente ordenou uma diabólica sabotagem, com sucesso". 

Para quem assiste aos ralis em Portugal, hoje em dia, fica espantado em saber que estas coisas aconteceram num passado distante, mas falamos de um tempo onde a cada rali de Portugal, centenas de milhares de pessoas iam assistir a carros muito rápidos a passar a menos de meio metro deles. E no tempo dos Grupo B! 

Hoje em dia, ambos os pilotos já morreram - Joaquim Moutinho, em novembro de 2019, Joaquim Santos em março de 2024 - e um dos carros que deu espetáculo nas estradas nacionais e ganhou um rali de Portugal - a infame edição de 1986 - também não existe mais, pois ardeu nos Açores, em agosto de 1986. Contudo, sempre é de bom tom recordar um episódio que marca os ralis nacionais pela infâmia.   

Youtube Automotive Video: James May, o homem deles na Califórnia (parte 5)

Na quinta parte desta "road trip" de James May pela Califórnia, para promover o seu "gin", ele foi para Los Angeles, onde acabou a dar mais autógrafos, visitou um "car meet" - com alguns caros interessantes, temos de ser honestos - e pelo meio, tirou umas fotos ao sinal de Hollywood. Nem sabia que se poderia posar para o sinal sem ter de ir para lugares estranhos!