segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Emerson Fittipaldi, o desbravador que deu certo

É certo que muitos no Brasil devem muito a Emerson Fittipaldi, pois ele foi "o desbravador que deu certo". Houve alguns antes dele, incluindo o seu irmão Wilson, que tentou a sua sorte em 1966, na Formula 3 francesa, creio eu, e não teve tanto sucesso. Mas o fato de ele ter conseguido passar da Formula Ford para a formula 1 em apenas ano e meio, é digno de respeito. E ainda mais do que isso, acabou por vencer ao seu quarto Grande Prémio da carreira, em Watkins Glen, apenas um mês após ter sido inesperadamente elevado ao estatuto de primeiro piloto, após os eventos de Monza, que causaram a morte de Jochen Rindt.

O resto veio assustadoramente rápido: vitórias, o título num 10 de setembro, em Monza, com o seu pai, o "Barão", a relatar a sua vitória no GP de Itália e a sua chegada em apoteose... depois a passagem pela McLasren e a repetição do mesmo feito dois anos depois, na pista de Watkins Glen. O bicampeonato, apenas com 27 anos.

Foi uma carreira dividida em duas partes: as vitórias e os títulos, com a Lotus e com a McLaren, e depois a luta e a sobrevivência, com a sua própria equipa, a Copersucar-Fittipaldi, que devido aos seus insucessos, virou motivo de chacota e erodiu o seu capital de sucesso junto das pessoas que só entendiam o automobilismo como o futebol: só o vencedor interessa, o resto são batatas. Foram cinco anos penosos, onde foram poucos os motivos de alegria, e depois de ter abandonado a competição, ainda tentou manter o barco à tona, mas não deu.

Curiosamente, foi depois de ter deixado a Formula 1 para trás que começou a segunda parte da sua carreira. Foi para a América, voltou aos monolugares, e acabou por recuperar o seu prestigio ao vencer no mesmo ano as 500 Milhas de Indianápolis e o campeonato da CART. Isso foi em 1989 e aos 42 anos, ele tinha "completado o circulo", ao vencer os campeonatos na Europa e nos Estados Unidos.

Correu até aos 50 anos, e só após um grande susto na oval de Michigan, a mais de 300 km/hora é que decidiu abandonar de vez a competição. Já tinha dado provas mais do que suficientes para garantir o seu lugar no Panteão dos grandes do Automobilismo, mas continuava a correr por prazer e ainda era competitivo contra pilotos com metade da sua idade, o que era um feito.

Hoje em dia, olho-o como um daqueles "Elder Statesman" como chamam nos Estados Unidos, respeitado e venerado por tudo e todos. Elevam-se as qualidades e diminuem-se os defeitos, mas mereceu por dez o seu lugar na história do automobilismo. No Brasil e no Mundo. Parabéns, Emerson!

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