O britânico chega ao clube dos 40 a enfrentar o maior desafio de sempre: Ferrari. E ele terá de mostrar que continuará a ser vencedor e terá estofo de campeão, num pelotão no qual alguns dos pilotos que competem tem idade para serem seus filhos. E, como sabem, nem é o mais velho do atual pelotão!
É verdade que é dono de sete títulos mundiais, 105 vitórias, 104 poles, 202 pódios e outros tantos recordes, é Cavaleiro do Reino, mas tudo isso tem de ser nada, se quer evitar o destino de Sebastian Vettel e de Fernando Alonso, campeões do mundo noutras equipas, mas que falharam aquilo que a Scuderia não conquista desde 2007: o campeonato do mundo de pilotos.
E também tem outro duelo: contra o seu companheiro de equipa. O monegasco Charles Leclerc foi criado na Scuderia e lá está desde 2019, e apesar de nunca ter tido uma chance real de conquistar o título, tem conseguido superar os seus companheiros de equipa, e estes nunca foram uns quaisquer. Afinal de contas, o primeiro que encarou foi Sebastian Vettel, e de uma certa forma, ganhou o duelo com Carlos Sainz Jr., embora alguns tenham dito, ao longo de 2024, que Maranello dispensou o piloto errado.
O meu problema é que Hamilton parece ter sido superado por George Russell nos últimos anos de Mercedes. É verdade que isso começou a acontecer depois da ascensão da Red Bull e da chegada de George Russell à equipa, mas depois de ter ouvido que a Mercedes poderá ter armas para regressar ao topo da Formula 1, a partir de 2026, questiono-me se o britânico deu um passo em falso, ou foi para a Scuderia para ganhar um camião de dinheiro e garantir uma reforma dourada. E eu acho que muitos ainda não pensaram - ou não querem pensar - nessa hipótese. Não digo que tenha ido ali para isso, mas esse poderá ser "o seu plano B".
O seu plano B se o carro não for bom.
O seu plano B se Leclerc o superar na batalha interna.
O seu plano B se ele não alcançar o seu oitavo título.
E daquilo que eu presumo que seja o futuro, se calhar o ideal teria ter ficado na Mercedes e tentar ganhar o duelo interno com o George Russell. Mas são as escolhas dele e há que respeitá-las. Agora, o risco de ter um futuro semelhante ao de Michael Schumacher, quando regressou, em 2010, é bem real.