domingo, 23 de maio de 2021

The End: André Ribeiro (1966-2021)


O ex-piloto brasileiro André Ribeiro morreu neste sábado aos 55 anos, no Rio e Janeiro, depois de ter lutado por algum tempo contra um cancro no colon. Ele ficou conhecido pela sua carreira na CART no final do século passado, primeiro pela Tasman, depois pela Penske.

Nascido a 18 de janeiro de 1966, começou cedo a correr no karting, acabando por ser campeão paulista por três anos consecutivos, entre 1986 e 1988, antes de passar para os monolugares, onde foi para a Formula Ford. Depois de uma temporada, foi para a Formula 3 brasileira, onde acabou na terceira posição. 

Foi o suficiente para dar o pulo para a Europa, onde competiu na Formula Opel Lotus pela Racong Team Nederland. Os resultados foram modestos, mas continuou seguindo em frente, para a Formula 3 britânica, primeiro na Paul Stewart Racing, depois pela Fortec Motorsport. No final dessa temporada, achou que o melhor caminho a percorrer seria atraessar o Atlântico, para os Estados Unidos.

Chegado à Formula Atlantic em 1994, e correndo pela Tasman Motorsports, depois de um começo algo tremido, acabou em alta, vencendo quatro corridas e sendo vice-campeão. E em 1995, estreava na categoria principal, com boas prestações em alguns circuitos convencionais, com um quarto lugar em Road America e uma inesperada vitória na oval de New Hampshire. Tempos antes, na sua única participação nas 500 Milhas de Indianápolis, terminou na 18ª posição.

1996 será o grande ano de André Ribeiro. Logo na segunda corrida da temporada, na oval do Rio de Janeiro, o piloto conseguiu superar a concorrência e alcançou a sua vitória, ainda por cima, em casa. Vinte anos depois, em 2016, contou ao site Grande Prémio como foi aquelas oltas antes da bandeira de xadrez:

"Eu achei que já tinha uma liderança folgada para o Al Unser Jr. e então veio a batida do Robby Gordon nas voltas finais. Depois, surgiu a dúvida se a corrida acabaria em amarela, mas limparam a pista correndo para voltarem com a bandeira verde no final. Aquilo me causou uma ansiedade absurda. Eu guardo até hoje na minha memória a imagem do Vectra na minha frente. O Pace Car era um Vectra naquela corrida e ele estava absurdamente devagar, já que queriam limpar logo a pista e deixar mais voltas em bandeira verde para o fim. Atrás de mim estava o Al Unser Jr., um supercampeão que queria me pressionar, colocou o carro do meu lado várias vezes, então meu nervosismo ia crescendo, sabia que qualquer mole que eu desse ele iria me passar. Foi o momento mais tenso.", comentou.

Mais tarde, Ribeiro conseguiu uma segunda vitória na oval de Michigan, para além de um quarto lugar na US500, na primeira passagem pela oval de Michigan. Acabaria o ano com 76 pontos e a 11ª posição do campeonato. Contudo, no ano seguinte, com uma troca de chassis e algumas boas posições, como um pódio em Toronto, conseguiu 45 pontos e a 13ª posição.

Isso não o impediu de ser contratado pela Penske na temporada de 1998. Ao lado de Al Unser Jr, parecia que era uma boa escolha, mas o chassis PC-27 não era bom e não conseguiu mais do que um sétimo lugar em Vancouver, conseguindo apenas 13 pontos. No final da temporada, abandonou a competição para regressar ao Brasil e tomar conta dos interesses de Penske no Brasil.

No inicio do século, ajudou a promover a Formula Renault e a Renault Clio Cup Brasil, ao lado de Pedro Paulo Diniz, outro antigo piloto.