segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Caterham, Forza Rossa e a Roménia

Há que tempos se fala da Forza Rossa, a provável aventura romena na Formula 1, do qual se fala que estará em ação em 2015 ou 2016, mas que nos últimos meses, pouco ou nada se têm falado. Pois bem, ontem houve a segunda volta das eleições presidenciais, e os candidatos eram o atual primeiro ministro e um ex-presidente da câmara, de origem alemã. Victor Ponta (na foto) e Klaus Iohannis disputavam entre si o lugar mais importante na hierarquia nacional, e no final, foi Iohannis o vencedor, com uma margem de 54-46, depois de Ponta ter vencido na primeira volta, com 34 por cento dos votos.

Ora, o que é que uma eleição presidencial têm a ver com uma equipa de Formula 1? De acordo com o Joe Saward, tudo. É que caso Ponta tivesse vencido a eleição, a Forza Rossa avançaria com o apoio estatal, dado que um dos financiadores era um ex-membro do governo, e Colin Kolles têm muitas ligações com o governo de Ponta, e a aquisição da Caterham, em julho, tinha ligações romenas no percurso, e não só tinha a ver com Kolles.

Segundo ele conta, a ideia de Kolles e de todos os outros era o de ficar com os planos da Caterham - chassis para 2015, por exemplo - e levá-los para uma firma independente, a CF1, que desenvolveria o plano para que construisse o chassis, do qual iria fornecer à Forza Rossa. Ainda não se saberia que motores teria, mas apesar das ligações à Ferrari, graças a Ion Bazac - ex-ministro e representante da Ferrari naquele país - fala-se que ficariam com o contrato que a Caterham têm com os motores Renault, e como a marca francesa têm fortes ligações romenas, graças à Dacia, nada garantia que esses motores tivessem outro nome.

Uma das razões pelos quais a história da Forza Rossa ter andado bem caladinha por estas semanas foi por causa da campanha eleitoral, e também por causa das implicações politicas que tal projeto teria. E a Roménia, apesar de pertencer à União Europeia, é um dos países mais atrasados e mais corruptos da Europa, apenas superado pelos Balcãs, Grécia e Bulgária. E as polémicas que houve tinham a ver com acusações de fraude eleitoral e de votos multiplos. Para piorar as coisas, Ioannis foi fortemente votado na Transilvânia e na parte ocidental dos Carpatos, onde existe uma minoria hungara e alemã, enquanto que no resto do país, Ponta foi massivamente votado. Para quem conhece o mapa da Roménia há cem anos, era assim mesmo.

Contudo, com a eleição de Ioannis, parece que o projeto da Forza Rossa poderá ter perdido o seu principal financiador. Veremos quais são os próximos capitulos.

1 comentário:

Ron Groo disse...

Mais uma nanica nati morta? Estamos bem.