Acelerando no fim de semana do GP do Mónaco de 1991, no icónico Jordan 191. Se estivesse vivo, Andrea de Cesaris teria feito hoje 60 anos de idade. A sua longa carreira, onde teve uma pole-position, uma volta mais rápida e cinco pódios, não foi marcada por vitórias. Foi mais marcada pelas desistências, por motores rebentados ou despistes espectaculares. E passou para a história da Formula 1 por ter as três maiores sequências de desistências consecutivas. Entre o GP do Brasil de 1982 e o da Áustria do mesmo ano, ao serviço da Alfa Romeo, desistiu doze vezes seguidas, e isso inclui o GP do Mónaco e do Canadá, onde apesar de não ter cruzado a meta, ainda conseguiu quatro pontos.
A segunda vez foi entre os GP's da Bélgica de 1986 e o GP de Portugal do mesmo ano, quando ao serviço da Minardi, desistiu por dez vezes seguidas. Mas o maior de todos foi entre o GP da Austrália de 1986 ao GP do Canadá de 1988, onde por 22 corridas, não viu a meta no seu carro. E isso inclui o GP da Bélgica de 1987, onde, como tinha acontecido no Mónaco, cinco anos antes, o carro estava a arder, mas acabou no pódio!
As razões podem ser muitas para explicar toda esta quantidade de desistências, mas a fragilidade dos carros ajuda um pouco. O "pé pesado" do piloto poderá ser outro, mas quando De Cesaris era piloto da Rial, o carro, projetado por Gustav Brunner, tinha fama de ter um depósito de gasolina demasiado pequeno. Tão pequeno que, no Canadá, quando iam a caminho de um quinto lugar certo, o carro ficou sem gasolina. Mas a seguir, um quarto posto em Detroit deu um ar de redenção a todas as desistências e azares.
Em termos gerais, até é um pouco injusto colocá-lo como um "De Crasharis", até porque foi mais que isso. Alguém que fica década e meia na categoria máxima do automobilismo, é alguém que vale a pena ser lembrado.
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