sexta-feira, 31 de maio de 2019

A imagem do dia

Acelerando no fim de semana do GP do Mónaco de 1991, no icónico Jordan 191. Se estivesse vivo, Andrea de Cesaris teria feito hoje 60 anos de idade. A sua longa carreira, onde teve uma pole-position, uma volta mais rápida e cinco pódios, não foi marcada por vitórias. Foi mais marcada pelas desistências, por motores rebentados ou despistes espectaculares. E passou para a história da Formula 1 por ter as três maiores sequências de desistências consecutivas. Entre o GP do Brasil de 1982 e o da Áustria do mesmo ano, ao serviço da Alfa Romeo, desistiu doze vezes seguidas, e isso inclui o GP do Mónaco e do Canadá, onde apesar de não ter cruzado a meta, ainda conseguiu quatro pontos.

A segunda vez foi entre os GP's da Bélgica de 1986 e o GP de Portugal do mesmo ano, quando ao serviço da Minardi, desistiu por dez vezes seguidas. Mas o maior de todos foi entre o GP da Austrália de 1986 ao GP do Canadá de 1988, onde por 22 corridas, não viu a meta no seu carro. E isso inclui o GP da Bélgica de 1987, onde, como tinha acontecido no Mónaco, cinco anos antes, o carro estava a arder, mas acabou no pódio!

As razões podem ser muitas para explicar toda esta quantidade de desistências, mas a fragilidade dos carros ajuda um pouco. O "pé pesado" do piloto poderá ser outro, mas quando De Cesaris era piloto da Rial, o carro, projetado por Gustav Brunner, tinha fama de ter um depósito de gasolina demasiado pequeno. Tão pequeno que, no Canadá, quando iam a caminho de um quinto lugar certo, o carro ficou sem gasolina. Mas a seguir, um quarto posto em Detroit deu um ar de redenção a todas as desistências e azares.

Em termos gerais, até é um pouco injusto colocá-lo como um "De Crasharis", até porque foi mais que isso. Alguém que fica década e meia na categoria máxima do automobilismo, é alguém que vale a pena ser lembrado.

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