Há trinta anos, o Brasil via de novo Emerson Fittipaldi e reparava de novo como piloto vencedor. Ele já estava em paragens americanas desde 1984, e ele tinha mostrado aos americanos todo o talento que o tinha deslumbrado os europeus quase vinte anos antes, que o levou à Formula 1, para ser bicampeão na Lotus e McLaren, para além da aventura da Copersucar.
Foi uma prova épica, mas tudo se decidiu nas últimas curvas. E era Al Unser Jr que estava na frente a quatro voltas do fim, depois de o ter conseguido ultrapassar. O duelo entre ambos tinha acontecido a um ritmo tão elevado que tinham dado seis voltas a Raul Boesel, o terceiro classificado. E nenhum deles pretendia desistir. E o mais interessante era que, se um deles ganhasse, iria estrear-se na galeria dos vencedores.
O momento que tudo decide acontece a duas voltas do fim, quando Unser Jr hesita perante um pelotão de atrasados, e o brasileiro fica lado a lado com ele. Na curva 3, tocam-se e o americano vai à parede, enquanto o brasileiro, então na Patrick Racing, aguenta-se na pista para receber a bandeira de xadrez.
Nessa altura, os brasileiros só olhavam para a Formula 1, e a IndyCar era algo para "reformados", pois Emerson tinha 42 anos nessa altura. Com Ayrton Senna a dominar, Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin no pelotão, quem iria ligar para a competição americana? Pois bem, nesse dia, Emerson mostrou aos brasileiros que vencer as 500 Milhas era tão importante como vencer um campeonato do mundo. E no final do ano, com a conquista do campeonato, o primeiro estrangeiro a alcançar o título na CART, lançava o campeonato em termos mundiais e catapultava a competição para o seu ponto mais alto, na década seguinte. E nessa altura, boa parte do pelotão era constituída por brasileiros.
O engraçado é que ambos iriam ter o mesmo número de vitórias nas 500 Milhas: duas. E seriam companheiros de equipa na Penske em 1994 e 1995.
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