“Uma caminhada de mil milhas começa sempre com um primeiro passo.”
Lao Tse
Era uma vez, há dois anos atrás, estava uma chuvosa noite de Domingo, e eu me aborrecia de morte à frente do ecrã de computador. Para mim, navegar na Internet deixara há muito de ser só para ver sites e blogs, mas tinha passado para a escrita. Escrevia há muito para os blogs de alguns amigos meus, bem como uma secçãozinha chamada “Meu Diário” que existe no Hi5. Para além disso, comentava e também fazia uns artigos para colocar no Fórum Autosport, mas não era nada de interessante. Sabia da existência dos blogues, pois na Universidade, tinha tido uma cadeira semestral no terceiro ano do curso chamado “Ciberjornalismo”, cujo professor era Miguel Gaspar, que neste momento é sub-director do jornal “Público”. Por aquilo que tinha observado anteriormente, tinha uma certa resistência aos blogues, pois isso significaria que não teria de o criar, como teria de o alimentar, actualizando-o diariamente. Ora, só queria fazer tal coisa se tivesse um assunto do qual valesse a pena escrever.
Mas nessa altura estava numa situação profissional difícil: tinha acabado de fazer o curso, e depois do estágio curricular na RTP-N, no Porto, estava no mercado de trabalho, procurando por emprego. Mandando dezenas de “curriculum vitae”, com os meus trabalhos feitos no jornal da Universidade pareciam não ser suficientes para convencer o director de um jornal qualquer a aceitar-me. E como tinha ganho o hábito de escrever frequentemente no jornal da Universidade, sentia a falta dessa prática. Então, comecei a pensar que criar um blog, não seria mau de todo. Voltar a ganhar a prática era uma boa ideia, enquanto não arranjava trabalho. E num impulso, decidi ir ao Blogger e abrir uma conta, para começar isto.
Nessa noite fria, escura e chuvosa de Inverno, escrevi este post inicial:
“Boas!
Lao Tse
Era uma vez, há dois anos atrás, estava uma chuvosa noite de Domingo, e eu me aborrecia de morte à frente do ecrã de computador. Para mim, navegar na Internet deixara há muito de ser só para ver sites e blogs, mas tinha passado para a escrita. Escrevia há muito para os blogs de alguns amigos meus, bem como uma secçãozinha chamada “Meu Diário” que existe no Hi5. Para além disso, comentava e também fazia uns artigos para colocar no Fórum Autosport, mas não era nada de interessante. Sabia da existência dos blogues, pois na Universidade, tinha tido uma cadeira semestral no terceiro ano do curso chamado “Ciberjornalismo”, cujo professor era Miguel Gaspar, que neste momento é sub-director do jornal “Público”. Por aquilo que tinha observado anteriormente, tinha uma certa resistência aos blogues, pois isso significaria que não teria de o criar, como teria de o alimentar, actualizando-o diariamente. Ora, só queria fazer tal coisa se tivesse um assunto do qual valesse a pena escrever.
Mas nessa altura estava numa situação profissional difícil: tinha acabado de fazer o curso, e depois do estágio curricular na RTP-N, no Porto, estava no mercado de trabalho, procurando por emprego. Mandando dezenas de “curriculum vitae”, com os meus trabalhos feitos no jornal da Universidade pareciam não ser suficientes para convencer o director de um jornal qualquer a aceitar-me. E como tinha ganho o hábito de escrever frequentemente no jornal da Universidade, sentia a falta dessa prática. Então, comecei a pensar que criar um blog, não seria mau de todo. Voltar a ganhar a prática era uma boa ideia, enquanto não arranjava trabalho. E num impulso, decidi ir ao Blogger e abrir uma conta, para começar isto.
Nessa noite fria, escura e chuvosa de Inverno, escrevi este post inicial:
“Boas!
Começa aqui um novo blog. O costume, dizem vocês... "Mais um blog..." Pois é! Aqui falo do meu dia-a-dia, e esse não é igual ao teu dia-a-dia, pois não?
Portanto, começo aqui as minhas actividades. Vamos a ver no que isto vai dar. Desejem-me sorte!”
Tipicamente, este era o um post de alguém que andava aos papéis, confuso e sem saber o que fazer num meio novo, sem saber muito bem o que fazer dele. Confesso que andei assim durante uns dias: iria escrever sobre o quê? Quem se interessaria no dia dia-a-dia de alguém como eu, entre dezenas de milhares de blogs? Eu não queria ser mais um, queria marcar a diferença no universo blogueiro. E isso não durou muito. Aliás, foi logo no terceiro post que coloquei desse dia. Foi uma biografia do Piers Courage. A ideia era só para mostrar as minhas preferências automobilísticas. Agora que o leio, dois anos mais tarde, não mudaria muito, talvez colocaria mais uma ou duas fotos, e as fontes do trabalho. Mas era algo que estava a começar. Aliás, nesse dia coloquei quatro posts, e essa característica manteve-se até aos dias de hoje…
Com o tempo, descobri que era aquilo no qual eu tinha de apostar, para ser diferente dos outros. Com o tempo, conheci mais pessoas, contactava com mais gente, escrevia cada vez mais, pesquisava cada vez mais. O meu trabalho começava a ter admiradores, a ser reconhecido quer aqui, quer lá fora, e começava a conhecer pessoal interessante. Com as semanas e os meses, descobri, lentamente, que este blog, e a blogosfera em geral, pode ser usado para muito mais do que escrever sobre os desabafos dos nosso dia-a-dia. Também podia ser usado para contar uma história, e as “estórias” que o automobilismo traz. E descobrir que muito mais do que fazer simples relatos de corridas, pode-se praticar, num meio absolutamente gratuito, tudo o que aprendeste nas aulas de jornalismo. Para isso, o meu primeiro agradecimento vai para o professor Miguel Gaspar, actualmente sub-director do jornal Público, e meu professor de Ciberjornalismo. Afinal, nunca pensei que uma simples cadeira semestral do terceiro ano pudesse ter este tipo de consequências…
Hoje, precisamente dois anos depois daquele “primeiro passo”, as consequências são visíveis: mais de 300 mil “pageviews”, uma rede de seguidores vindos de países tão diferentes como o Brasil, Espanha, Argentina e Japão, e alguns trabalhos em sítios na Net como o Supermotores.net e o motormais.sytes.net. Tenho uma coluna de opinião no site Pitstop, onde já escrevi até agora alguns artigos, desde reflexões sobre o futuro da Formula 1 até um artigo de tributo a Teddy Mayer, o “manager” da McLaren nos anos 70. E agora, vou entrar no projecto de um jornal desportivo regional, onde irei escrever sobre automobilismo, entre outras modalidades. Olhando para trás, posso dizer que a caminhada tem valido a pena. Houve assuntos dos quais escorreguei e cai, mas depois faz-se o habitual: sacode-se o pó e levanta-se. Aprendi a ser mais cuidadoso com o que falo e o que faço, e tento ser rigoroso nos assuntos que escrevo, principalmente nas biografias, pois sei que tenho “mil olhos” a observar tudo o que faço. É o preço que se paga pelo sucesso deste blog…
Portanto, aos “aprendizes de feiticeiro” que estão na escola ou na Universidade, e a ler este post, eis os meus conselhos que aprendi com a vida. Se seguirem ou não, fica ao vosso critério:
- se não tens um blog, cria-o
- encontra um assunto para falar dele
- mantenha-o vivo, escrevendo pelo menos um post por dia
- encontra outros “bloggers” que escrevam sobre o assunto que vocês escolheram, e escrevam nos seus replys, deixando sempre o vosso endereço. A curiosidade desse blogueiro irá levar ao vosso blog.
- tentem escrever de modo claro e objectivo. Vai-vos ser útil mais tarde, quando começarem a entrar em contacto com os meios de comunicação social.
- tentem ser os mais originais possíveis. Se fizerem um artigo de fundo do qual têm que consultar livros e a Net, nunca, mas NUNCA, se esqueçam de colocar as vossas fontes.
- se forem a determinado evento, levem pelo menos uma vossa máquina fotográfica (os telemóveis digitais ainda não tem boa qualidade) e façam um relato na primeira pessoa.
- tentem colocar outros meios de comunicação. Muitos blogs tem podcasts ou videocasts, no qual vocês podem mostrar aquilo que sabem fazer. Se a tua paixão é a fotografia, também pode servir como exposição. Podem criar uma conta especial no Flickr, por exemplo.
Para alguns, isto será como “ensinar o Pai Nosso ao Sacristão”. Mas sei que muitos dos que passam por aqui são estudantes. Quer estejam no ensino secundário, ou estão na Universidade, estudando (ou não) para serem jornalistas. Para esses, a Blogosfera é um dos melhores tubos de ensaio para o vosso futuro profissional, caso queiram seguir isto. Acreditem, é mesmo!
Eventualmente, num futuro mais ou menos próximo, os jornais estarão mais na Net do que em papel. E eventualmente, o jornalismo será mais especializado, mais fragmentado, e será um meio ainda mais “democrático” do que é agora. É um meio em mutação. Um exemplo: há umas semanas, arranjei o meu próprio Twitter, onde coloco alguns dos posts que escrevo aqui, e interajo com algum pessoal do meu meio. Mas a maior parte dos jornais importantes também têm o seu Twitter!
Acho que temos nas mãos uma grande quantidade de instrumentos de futuro. Como forma de opinião, relatar factos na primeira pessoa, ou como forma de mostrar o nosso trabalho, contando histórias e “estórias”. E acredito que em breve, tal como acontece nos Estados Unidos, os “bloggers” e os blogueiros serão tão importantes como os jornais e os jornalistas.
Chego a este aniversário num momento de reflexão e expectativa. Tal como a Formula 1 actual, estou num momento de mutação e encruzilhada. Em breve, parto para um novo projecto profissional, na área desportiva. Vai ser um desafio no qual, tal como aconteceu dois anos antes, quando iniciei o blog, é um verdadeiro salto para o desconhecido. Só sei que vou ganhar dinheiro com isto e nada mais. Poderei andar de um lado para o outro, e este blog poderá sofrer um bocado com isso. Espero que não, pois quero escrever neste blog e desejo mantê-lo activo enquanto for vivo.
Porque afinal… encontrei-vos. Um bando de pessoas, a cada dia cada vez maior, admiradores e amigos do automobilismo e da Formula 1, que gostam daquilo que escrevo. Mas desse bando, vi muito poucos de vocês em carne e osso. Conheço as vossas caras, através das fotografias que vocês me mandam ou colocam nos vossos blogs ou redes sociais, mas nunca nos vimos cara-a-cara, para estender a mão para dar um caloroso aperto de mão, ou um abraço, e falarmos daquilo no qual nos trouxe aqui, a paixão pelo automobilismo. Mas sei que no dia em que nos cruzemos pela primeira vez, vai ser como se conhecêssemos há anos.
Há aqueles que não gostam do que escrevo por aqui. Obviamente, tais comentários insultuosos e depreciativos têm um único destino no meu blog: o caixote do lixo. E decerto, muitos de vocês fazem isso nos vossos blogs. Ou pelo menos deveriam fazer. Ainda bem que temos esse poder, porque para que uma sociedade democrática evolua e sobreviva, deve-se sempre elevar o discurso e incentivar a troca civilizada de opiniões e ideias. Podes escrever o melhor português e a melhor gramática do mundo, mas se não tens substância, é inútil.
Há também os que acham que as enciclopédias online como a Wikipédia são “lixo”. Gostaria de lhes dizer a esses detractores que é uma enciclopédia tão boa como qualquer outra, com mais esta adicionante: pode ser a melhor do mundo, se nós a ajudarmos. E mais: como é online, nunca se perderá, nunca se queimará. Porque como sabem, os livros são comidos pelas traças e as Bibliotecas ardem. E isto é a nossa melhor garantia de eternidade, para os nossos descendentes. E dos que não gostam de nós, daquilo que escrevemos e como escrevemos, apenas por não gostar, ou só porque apontem defeitos e não colaboram para ajudar a melhorar a nós, e à nossa sociedade, de forma educada e civilizada, somente recorrer ao insulto fácil, esses… ou são ignorantes e dogmáticos, ou estão mortos há muito. Inabaláveis nas suas questões, detentores da “verdade absoluta”, já morreram por dentro, muito antes da Morte física os levar, um dia. Demonstram que já são inúteis muito antes do Tempo os inutilizar. E a História nem sequer os lembrará.
E nós, os que escrevemos todos os dias, nos nossos blogs, sobre aquilo que amamos, seja ele o automobilismo ou outra coisa qualquer, estamos a escrever o nosso pedaço de eternidade. Inconscientemente, estamos a escrever a nossa vida, paixões e ódios de uma época da história, que será conhecida um dia na história da Humanidade como “o início do século XXI”. Quando, daqui a cem anos, quando estivermos todos mortos fisicamente, as nossas gerações futuras, que lerão os nossos blogues, descobrirão as nossas paixões, ódios e medos, discussões, reflexões como esta, provavelmente alguns deles irão inspirar naquilo que escrevemos aqui, para fazerem os deles. Por agora, não somos, e provavelmente nunca seremos, Baudelaire ou Platão, Von Clausievitz ou Maquiavel, Truman Capote ou Fernando Pessoa.
Mas…
Tipicamente, este era o um post de alguém que andava aos papéis, confuso e sem saber o que fazer num meio novo, sem saber muito bem o que fazer dele. Confesso que andei assim durante uns dias: iria escrever sobre o quê? Quem se interessaria no dia dia-a-dia de alguém como eu, entre dezenas de milhares de blogs? Eu não queria ser mais um, queria marcar a diferença no universo blogueiro. E isso não durou muito. Aliás, foi logo no terceiro post que coloquei desse dia. Foi uma biografia do Piers Courage. A ideia era só para mostrar as minhas preferências automobilísticas. Agora que o leio, dois anos mais tarde, não mudaria muito, talvez colocaria mais uma ou duas fotos, e as fontes do trabalho. Mas era algo que estava a começar. Aliás, nesse dia coloquei quatro posts, e essa característica manteve-se até aos dias de hoje…
Com o tempo, descobri que era aquilo no qual eu tinha de apostar, para ser diferente dos outros. Com o tempo, conheci mais pessoas, contactava com mais gente, escrevia cada vez mais, pesquisava cada vez mais. O meu trabalho começava a ter admiradores, a ser reconhecido quer aqui, quer lá fora, e começava a conhecer pessoal interessante. Com as semanas e os meses, descobri, lentamente, que este blog, e a blogosfera em geral, pode ser usado para muito mais do que escrever sobre os desabafos dos nosso dia-a-dia. Também podia ser usado para contar uma história, e as “estórias” que o automobilismo traz. E descobrir que muito mais do que fazer simples relatos de corridas, pode-se praticar, num meio absolutamente gratuito, tudo o que aprendeste nas aulas de jornalismo. Para isso, o meu primeiro agradecimento vai para o professor Miguel Gaspar, actualmente sub-director do jornal Público, e meu professor de Ciberjornalismo. Afinal, nunca pensei que uma simples cadeira semestral do terceiro ano pudesse ter este tipo de consequências…
Hoje, precisamente dois anos depois daquele “primeiro passo”, as consequências são visíveis: mais de 300 mil “pageviews”, uma rede de seguidores vindos de países tão diferentes como o Brasil, Espanha, Argentina e Japão, e alguns trabalhos em sítios na Net como o Supermotores.net e o motormais.sytes.net. Tenho uma coluna de opinião no site Pitstop, onde já escrevi até agora alguns artigos, desde reflexões sobre o futuro da Formula 1 até um artigo de tributo a Teddy Mayer, o “manager” da McLaren nos anos 70. E agora, vou entrar no projecto de um jornal desportivo regional, onde irei escrever sobre automobilismo, entre outras modalidades. Olhando para trás, posso dizer que a caminhada tem valido a pena. Houve assuntos dos quais escorreguei e cai, mas depois faz-se o habitual: sacode-se o pó e levanta-se. Aprendi a ser mais cuidadoso com o que falo e o que faço, e tento ser rigoroso nos assuntos que escrevo, principalmente nas biografias, pois sei que tenho “mil olhos” a observar tudo o que faço. É o preço que se paga pelo sucesso deste blog…
Portanto, aos “aprendizes de feiticeiro” que estão na escola ou na Universidade, e a ler este post, eis os meus conselhos que aprendi com a vida. Se seguirem ou não, fica ao vosso critério:
- se não tens um blog, cria-o
- encontra um assunto para falar dele
- mantenha-o vivo, escrevendo pelo menos um post por dia
- encontra outros “bloggers” que escrevam sobre o assunto que vocês escolheram, e escrevam nos seus replys, deixando sempre o vosso endereço. A curiosidade desse blogueiro irá levar ao vosso blog.
- tentem escrever de modo claro e objectivo. Vai-vos ser útil mais tarde, quando começarem a entrar em contacto com os meios de comunicação social.
- tentem ser os mais originais possíveis. Se fizerem um artigo de fundo do qual têm que consultar livros e a Net, nunca, mas NUNCA, se esqueçam de colocar as vossas fontes.
- se forem a determinado evento, levem pelo menos uma vossa máquina fotográfica (os telemóveis digitais ainda não tem boa qualidade) e façam um relato na primeira pessoa.
- tentem colocar outros meios de comunicação. Muitos blogs tem podcasts ou videocasts, no qual vocês podem mostrar aquilo que sabem fazer. Se a tua paixão é a fotografia, também pode servir como exposição. Podem criar uma conta especial no Flickr, por exemplo.
Para alguns, isto será como “ensinar o Pai Nosso ao Sacristão”. Mas sei que muitos dos que passam por aqui são estudantes. Quer estejam no ensino secundário, ou estão na Universidade, estudando (ou não) para serem jornalistas. Para esses, a Blogosfera é um dos melhores tubos de ensaio para o vosso futuro profissional, caso queiram seguir isto. Acreditem, é mesmo!
Eventualmente, num futuro mais ou menos próximo, os jornais estarão mais na Net do que em papel. E eventualmente, o jornalismo será mais especializado, mais fragmentado, e será um meio ainda mais “democrático” do que é agora. É um meio em mutação. Um exemplo: há umas semanas, arranjei o meu próprio Twitter, onde coloco alguns dos posts que escrevo aqui, e interajo com algum pessoal do meu meio. Mas a maior parte dos jornais importantes também têm o seu Twitter!
Acho que temos nas mãos uma grande quantidade de instrumentos de futuro. Como forma de opinião, relatar factos na primeira pessoa, ou como forma de mostrar o nosso trabalho, contando histórias e “estórias”. E acredito que em breve, tal como acontece nos Estados Unidos, os “bloggers” e os blogueiros serão tão importantes como os jornais e os jornalistas.
Chego a este aniversário num momento de reflexão e expectativa. Tal como a Formula 1 actual, estou num momento de mutação e encruzilhada. Em breve, parto para um novo projecto profissional, na área desportiva. Vai ser um desafio no qual, tal como aconteceu dois anos antes, quando iniciei o blog, é um verdadeiro salto para o desconhecido. Só sei que vou ganhar dinheiro com isto e nada mais. Poderei andar de um lado para o outro, e este blog poderá sofrer um bocado com isso. Espero que não, pois quero escrever neste blog e desejo mantê-lo activo enquanto for vivo.
Porque afinal… encontrei-vos. Um bando de pessoas, a cada dia cada vez maior, admiradores e amigos do automobilismo e da Formula 1, que gostam daquilo que escrevo. Mas desse bando, vi muito poucos de vocês em carne e osso. Conheço as vossas caras, através das fotografias que vocês me mandam ou colocam nos vossos blogs ou redes sociais, mas nunca nos vimos cara-a-cara, para estender a mão para dar um caloroso aperto de mão, ou um abraço, e falarmos daquilo no qual nos trouxe aqui, a paixão pelo automobilismo. Mas sei que no dia em que nos cruzemos pela primeira vez, vai ser como se conhecêssemos há anos.
Há aqueles que não gostam do que escrevo por aqui. Obviamente, tais comentários insultuosos e depreciativos têm um único destino no meu blog: o caixote do lixo. E decerto, muitos de vocês fazem isso nos vossos blogs. Ou pelo menos deveriam fazer. Ainda bem que temos esse poder, porque para que uma sociedade democrática evolua e sobreviva, deve-se sempre elevar o discurso e incentivar a troca civilizada de opiniões e ideias. Podes escrever o melhor português e a melhor gramática do mundo, mas se não tens substância, é inútil.
Há também os que acham que as enciclopédias online como a Wikipédia são “lixo”. Gostaria de lhes dizer a esses detractores que é uma enciclopédia tão boa como qualquer outra, com mais esta adicionante: pode ser a melhor do mundo, se nós a ajudarmos. E mais: como é online, nunca se perderá, nunca se queimará. Porque como sabem, os livros são comidos pelas traças e as Bibliotecas ardem. E isto é a nossa melhor garantia de eternidade, para os nossos descendentes. E dos que não gostam de nós, daquilo que escrevemos e como escrevemos, apenas por não gostar, ou só porque apontem defeitos e não colaboram para ajudar a melhorar a nós, e à nossa sociedade, de forma educada e civilizada, somente recorrer ao insulto fácil, esses… ou são ignorantes e dogmáticos, ou estão mortos há muito. Inabaláveis nas suas questões, detentores da “verdade absoluta”, já morreram por dentro, muito antes da Morte física os levar, um dia. Demonstram que já são inúteis muito antes do Tempo os inutilizar. E a História nem sequer os lembrará.
E nós, os que escrevemos todos os dias, nos nossos blogs, sobre aquilo que amamos, seja ele o automobilismo ou outra coisa qualquer, estamos a escrever o nosso pedaço de eternidade. Inconscientemente, estamos a escrever a nossa vida, paixões e ódios de uma época da história, que será conhecida um dia na história da Humanidade como “o início do século XXI”. Quando, daqui a cem anos, quando estivermos todos mortos fisicamente, as nossas gerações futuras, que lerão os nossos blogues, descobrirão as nossas paixões, ódios e medos, discussões, reflexões como esta, provavelmente alguns deles irão inspirar naquilo que escrevemos aqui, para fazerem os deles. Por agora, não somos, e provavelmente nunca seremos, Baudelaire ou Platão, Von Clausievitz ou Maquiavel, Truman Capote ou Fernando Pessoa.
Mas…
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
Alvaro de Campos/Fernando Pessoa
Já alguma vez vos passou pela cabeça que estamos, inconscientemente, a garantir o nosso quinhão na História da Humanidade?
Leiria, 12 de Fevereiro de 2009
Paulo Alexandre Teixeira
Speeder_76
Leiria, 12 de Fevereiro de 2009
Paulo Alexandre Teixeira
Speeder_76
P.S: Há quem tenha elogiado o meu novo casco. Desde já, agradeço, mas a pessoa no qual devem verdadeiramente dar os parabéns é ao Ricardo Santos, do blog Um Desenho, uma História. É ele o autor do desenho, e é a ele que devem dirigir os agradecimentos.
23 comentários:
Muitos parabéns em nome da equipa 16Válvulas.wordpress.com!
Parabéns Speeder..
Concordo contigo... também sou fã da wikipédia :)
Feliz Aniversário Continental Circus!! Como é bom ver esse blog crescer.
Speeder! Que você tenha muito sucesso nesta vida. Você é realmente incansável, já havia te falado isto.
Meus parabéns pelo sucesso do Continental!
Um grande abraço.
SAVIOMACHADO
Bem felecidades para o eu novo projecto e passarei a vir aqui "chatear-te".
Araço.
Jójó
Caro Speeder, parabéns pelas mil milhas conquistadas. Permaneça sempre assim! Como diz uma amiga minha: "Esforço e trabalho; não há argumento que os vença!"
Bom dia, Paulo!
Parabéns pelos dois anos de Continental Circus!
Ao longo destes 24 meses foi um prazer ver o teu blog crescer ao ponto de hoje ser uma referência na materia. É obra!
Que o teu blog continue até quando desejares! Longa vida ao Continental Circus!
Abraço
José Ferreira
Começamos quase na mesma época. Você começou um poquinho antes de mim... Por isso, posso dizer que eu, vc, o Felipe Maciel e o Ron somos amigos blogueiros de longa data. Fico muito orgulhoso em saber que sou o maior comentarista daqui... Desejo muito sucesso e vida longa ao Continental Circus...
Parabéns pelo Continental Circus, Paulo!
Mergulhe de cabeça nos próximos desafios da sua carreira, e se o blog tiver de se ajustar, que se ajuste. Tenho certeza de que a qualidade permanecerá.
Muitos parabens. Parece que foi ontem que descubri o "Continental Circus" via forum do autospot. Também era um blogueiro quase a iniciar-se nesse tempo...
Acho que vale a pena o teu trabalho é fantástico.
PS: Gostei do bolo de aniversário.
Parabéns Paulo, que venham muitos anos mais.
Oi Speeder!!!
Parabéns!!!!Fico feliz de ter comemorado sua 1º"festa" e de seguir aqui no 2º ano.
Sucesso pra vc!
Bjs
Parabéns Speeder, venham pelo menos mais dois cheios de automobilismo!
Parabéns pelos os dois anos de Blog,Speeder! Seu blog é referência pra qualquer outro!
abraços!
Meus parabéns Speeder por mais um ano do Continental Circus!!! Muito sucesso em seu novo projeto.
Abraços!
Leandro Montianele
- Parabens Speeder !
Que seu Blog sobre automobilismo tenha vida longa e vc sempre essa sabedoria e simplicidade em escrever sobre o Esporte qual todos nos somos apaixonados !
Abraço.
Muitos Parabéns, Speeder desejo-te o melhor possivel no futuro a ti e ao Continental Circus que é um blog sem duvida que dá bastante gosto visitar.
Grande Abraço!
Kimi_Cris
parabens pelos dois anos aqui e que continue por muito mais tempo
Parabéns meu caro amigo!!
Que seu Blog não dure mais 2,20 ou 200 anos. Que ele dure para a eternidade!!!
Isto é um fruto de uma das melhores coberturas de automobilismo em lingua portuguesa no mundo!
Abraços,
Rianov
Parabéns Speeder
Mtos anos d blog!
A todos:
A unica coisa do qual vos posso dizer, agora, é agradecer, do fundo do coração, pelas vossas mensagens de felicitações. Tem sido uma excelente viagem, do qual espero continuar a gozar, e que vocês continuem a ser leitores assiduos e atentos.
E agora, que comece ao Ano III! Nunca mais começa a temporada de Formula 1, ando farto de escrever sobre rumores da caorchina e testes que só servem para fazer rodagem ao carro... porra, não estão ansiosos para ver se chega logo a corrida de Melbourne?
Speeder querido!!!!!
FELIZ ANIVERSÁRIO ao Continental!!!!! hauahuha
Mil vezes parabéns!!!!
Seu blog é uma referência em nossa blogsfera!!!!!
Que venham muitosssss aniversários do Continental para que nós do Octeto possamos vir aqui te parabenizar!!
Muitoss bejinhos do Octeto para vc!!!
Tati, Ludy, Lu e Vick!!!!!!
Parabéns, Speeder. Dois anos de um dos blogs que mais gosto. Que venham muitos outros!
O Daniel Médici me incluiu entre os "perguntadores", mas por fatores diversos perdi o prazo para mandar a pergunta a você. Faço-o agora: o que você pensa dos dirigentes do automobilismo português? São políticos da pior espécie (como a maioria dos dirigentes do automobilismo brasileiro) ou pessoas realmente interessadas e que trabalham duro pelo esporte?
Pandini:
Excelente pergunta, e acho que isso merece um post à parte. como amanhã vou publicar a tua entrevista, posso responder a isso logo a seguir. Que tal?
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