quinta-feira, 26 de maio de 2016

O fim do chassis único?

Desde que aconteceu a fusão entre a CART e a IRL, para dar lugar à IndyCar Series, em 2008, todas as equipas tem um chassis único, que mudou em 2012 com o DW12. O chassis, feito pela Dallara, aceita desde 2014 apêndices aerodinâmicos feitos pelas equipas que têm ora o motor Chevrolet, quer o motor Honda. As diferenças não são muitas, mas elas existem. Contudo, em 2018, a IndyCar deseja que as equipas invistam em novas áreas, para que comecem a existir mais diferenças entre as equipas.

"Uma das coisas que estamos a tentar fazer em 2017 é desregulamentar algumas coisas", começou por dizer Jay Frye, o presidente da IndyCar, à Racer americana. "Porque nós temos tantas coisas reguladas por muito tempo, você quer ver agora [alguma] engenhosidade", continuou.

"Fomos até as equipas e dissemos-lhes, 'deem-nos uma lista'", declarou. "Nós lhes dissemos: 'Se vocês podem construir o vosso próprio material, deem-nos uma lista do que vocês iriam construir'. É o paddock respondeu-nos: 'O que podemos fazer?' Nós temos as nossas ideias. Temos idéias, quer a partir deles, quer de outros grupos", concluiu.

Algumas equipas parecem estar abertas com a ideia, como a Chip Ganassi, que acha a ideia de fabricar peças à sua medida bem mais baratas do que construir os seus próprios chassis, como acontece na Formula 1, por exemplo. "Eu acho que é uma boa idéia", disse Mike Hull, o diretor desportivo da equipa. "Nós, como equipa, não vimos uma lista específica, mas apenas uma direção geral de onde eles desejam ir. Jay [Frye] é o tipo de pessoa que sabe o que o paddock ensa, e eu acho que isto vai bem com esta decisão e outros [que virão] nos próximos cinco anos, como um novo chassis", começou por comentar.

"A ideia, nos últimos tempos, tem sido a de reduzir os custos para as equipas, não para ganhar uma vantagem competitiva. Se podemos gastar o dinheiro com mais sabedoria sobre as coisas em vez de pagar a outros para fazê-lo, acho que é uma coisa boa", continuou.

Contudo, se há quem ache uma boa ideia caminhar rumo a peças diferenciadas dentro dos chassis, para haver maior variedade, outros tem receios sobre isso, pois acham que poderia fazer com que começasse a haver uma "corrida aos armamentos", aumentando inevitavelmente os custos. Bobby Rahal acha que deveriam haver um limite nas zonas que deveriam ser abertas à concorrência, e dá o exemplo dos travões.

"Essa é a Caixa de Pandora, não é?", começou por dizer Rahal. "Até que ponto é que você pode abri-lo antes que fique fora de controle, ou o quão longe você pode abri-lo antes dos dólares acabarem por ter uma influência desproporcional sobre as equipas? O que faz a IndyCar tão boa é que não há muito que você pode fazer no seu carro para diferenciá-lo dos demais... é apenas amortecedores, molas e pouco mais. Há os kits aeronáuticos ... e espero que esses se vão embora", disse o ex-piloto, agora proprietário da equipa com o seu nome.

Apesar de tudo, Rahal deseja que haja abertura para áreas especificas, como os travões. "Eu acho que, se você olhar para áreas que você pode abrir, os travões seria algo interessante. Abrir a competição nos pneus para trazer outros fabricantes e obter o suficiente para tornar uma competição real. Será que pode abrir no lado da electrónica.? Criar competição para a Cosworth? Traga mais pressão e melhorar o produto? Isso daria às equipas a capacidade de ir buscar novos patrocinadores, fazer negócios com o seu fornecedor de travões, um acordo com outra empresa de pneus, envolver mais empresas de alta tecnologia na IndyCar, para que gastem mais dinheiro com as equipes. Eu acho que é o maior potencial que vejo por aqui", concluiu.

Uma coisa é certa: as equipas desejam mudanças na competição para melhorar o produto automobilístico. Veremos qual vai ser a ideia final, e se isso aumenta a competitividade e não será prejudicial para as equipas.

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