"Eu estava muito confuso naquele momento em particular, porque eu não sabia que eu tinha ganho a corrida! Depois do meu pião, eu pensei que tinha terminado em segundo, porque eu vi na minha frente que havia uma Williams e eu pensava que era o de Rosberg, mas afinal era o Derek Daly. Eu pensei que Rosberg tinha vencido a corrida e por isso eu estava confuso quando eles me encaminharam para o pódio. Alguém de um dos patrocinadores estava dizendo para mim "Riccardo, Riccardo, você ganhou a corrida", e eu estava perguntando "você tem certeza, porque eu não sei nada?!" Naturalmente, naqueles dias, não tínhamos um rádio 'onboard' de modo que ninguém poderia me dizer o resultado, como eles podem agora. Eu fui imediatamente para o pódio para ser recebido pela Princess Grace, então não houve tempo para ver os meus mecânicos antes de receber o troféu."
A efeméride aconteceu ontem, e não é um número redondo, mas neste fim de semana do Mónaco, todos se lembraram desta corrida. E também recordo-a porque há uns tempos, em dezembro, eu falei com o seu vencedor.
Ricciardo Patrese tinha-se estreado no mesmo lugar cinco anos antes, a bordo de uma Shadow, em substituição do seu compatriota Renzo Zorzi, que não tinha correspondido às expectativas do seu patrocinador. No ano seguinte, foi para a Arrows, como um dos "rebeldes" que tentou tirar a equipa anterior das mãos de Don Nichols, o seu fundador e proprietário. Em 1982, foi para a Brabham, onde se sabia que seria o numero dois de Nelson Piquet, o campeão do mundo. Mas as dificuldades de afirmação do motor BMW Turbo naqueles dias deram uma segunda vida ao motor Cosworth V8 e ao chassis BT49, velho de dois anos e meio.
Já tinha tido uma ideia em Long Beach, quando acabou no terceiro posto, beneficiando da desclassificação de Gilles Villeneuve, mas no Mónaco, outro circuito citadino, Patrese tinha estado bem, ficando no segundo posto, batido apenas pelo Renault de René Arnoux. Apesar da corrida ter andado sempre atrás dos carros franceses, primeiro Arnoux, depois Prost, até a poucas voltas do fim, quando uma fina camada de chuva tornou o asfalto escorregadio, dando o "casino" que foi visto nas últimas voltas.
Na entrevista, Patrese disse que nunca soube porque escorregou na travagem para o gancho da Loews. Trinta anos depois, soube a resposta por outro dos intervenientes, o irlandês Derek Daly.
"(...) Trinta anos mais tarde, o Derek Daly disse à revista Motor Sport que ele tinha danificado sua caixa de velocidades do seu Williams e havia óleo na pista. A chuva e o óleo - que eu não conseguia ver - foi o que causou o pião, mas eu só descobri isso anos mais tarde! Eu nunca poderia entender. Eu estava indo muito devagar, muito cauteloso, em primeira velocidade, sendo muito cuidadoso porque poderia ganhar o Grande Prémio, mas então eu fiz pião e eu pensei 'm****, eu perdi a corrida, por que eu cometi um erro tão estúpido?!' Agora já sei!"
A Formula 1 também é isto. E no casino monegasco, são estas coisas que nos fazem apaixonar pela modalidade.
Ricciardo Patrese tinha-se estreado no mesmo lugar cinco anos antes, a bordo de uma Shadow, em substituição do seu compatriota Renzo Zorzi, que não tinha correspondido às expectativas do seu patrocinador. No ano seguinte, foi para a Arrows, como um dos "rebeldes" que tentou tirar a equipa anterior das mãos de Don Nichols, o seu fundador e proprietário. Em 1982, foi para a Brabham, onde se sabia que seria o numero dois de Nelson Piquet, o campeão do mundo. Mas as dificuldades de afirmação do motor BMW Turbo naqueles dias deram uma segunda vida ao motor Cosworth V8 e ao chassis BT49, velho de dois anos e meio.
Já tinha tido uma ideia em Long Beach, quando acabou no terceiro posto, beneficiando da desclassificação de Gilles Villeneuve, mas no Mónaco, outro circuito citadino, Patrese tinha estado bem, ficando no segundo posto, batido apenas pelo Renault de René Arnoux. Apesar da corrida ter andado sempre atrás dos carros franceses, primeiro Arnoux, depois Prost, até a poucas voltas do fim, quando uma fina camada de chuva tornou o asfalto escorregadio, dando o "casino" que foi visto nas últimas voltas.
Na entrevista, Patrese disse que nunca soube porque escorregou na travagem para o gancho da Loews. Trinta anos depois, soube a resposta por outro dos intervenientes, o irlandês Derek Daly.
"(...) Trinta anos mais tarde, o Derek Daly disse à revista Motor Sport que ele tinha danificado sua caixa de velocidades do seu Williams e havia óleo na pista. A chuva e o óleo - que eu não conseguia ver - foi o que causou o pião, mas eu só descobri isso anos mais tarde! Eu nunca poderia entender. Eu estava indo muito devagar, muito cauteloso, em primeira velocidade, sendo muito cuidadoso porque poderia ganhar o Grande Prémio, mas então eu fiz pião e eu pensei 'm****, eu perdi a corrida, por que eu cometi um erro tão estúpido?!' Agora já sei!"
A Formula 1 também é isto. E no casino monegasco, são estas coisas que nos fazem apaixonar pela modalidade.
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