terça-feira, 31 de agosto de 2010

Blog Day 2010 - As minhas indicações

Blog Day 2010

Já não faço isto desde há algum tempo, mas sei que a cada 31 de Agosto é "Blog Day". E porquê? ora, porque quando se escrevem os numeros "3108" faz lembrar muito a palavra "blog". O sitio oficial do Blog Day diz-nos o que devemos fazer neste dia em especial. Eis os passos:

1 - Liste cinco novos blogs que ache interessantes.
2 - Notifique por email esses cinco novos blogs de que serão recomendados por você no Blog Day 2010
3 - Publique este post no Blog Day.
4 - Junte a tag do BlogDay usando este link: http://technorati.com/tag/blogday2010

E um link para o site do BlogDay:

http://www.blogday.org

Bom, como não fiz isto em 2009, este ano vou cobrir dois anos em particular. Sendo assim, aqui vai:

1 - Formula UK. Apesar de agora ser um site, continua a ser um blog e tem espírito de blog. É do Mike Vlcek, um jornalista brasileiro que foi para Londres tentar a sua sorte como musico e produtor musical. As suas entradas diárias sobre o mundo da Formula 1 são um regalo para os olhos, e o grupo daqueles que comentam são também do outro mundo. A seguir atentamente e diariamente em http://www.formulauk.com

2 - Ultrapassagem. Quando no final de Junho deste ano o Becken Lima anunciou a sua retirada e consequente extinção do seu blog F1 Around (http://www.f1around.wordpress.com), alguns dos comentadores presentes sentiram uma certa orfandade e decidiram que tinham de construir o seu blog para dar uma continuidade ao projecto. E assim surgiu o Ultrapassagem (http://www.ultrapassagem.wordpress.com), cuja face visivel é o Claudemir Freire. Mais do que ser a continuidade do outro blog, começa a ter vontade própria, o que até é bom para a continuidade do projecto.

3 - Bandeira Verde. É de um rapaz chamado Leandro Verde, que aparentemente escrevia muito bem num fórum de automóveis, mas que começou a achar aquilo demasiado pequeno e decidiu expandir-se. E assim nasceu o Bandeira Verde (http://www.bandeiraverde.com.br), que apesar de não actualizar diariamente, sempre que coloca algo novo, vale sempre a pena ler, pela actualidade, pela história e outras coisas mais. Merece estar numa elite.

4 - Formula 1 A Lo Camba. Já conhecia desde há algum tempo, mas desde há um ano a esta parte tenho-o visto como algo diferente, para falar sobre a actualidade e os bastidores. Faz lembrar o Ron Groo, mas em espanhol. Ou se quiserem, em portunhol, pois o Luis Iriarte Reck é um boliviano que decidiu abrir o seu consultório médico no Rio Grande do Sul e por lá ficou. O seu portunhol é delicioso de ler, e quando se consegue habituar a isso, podemos ler também as pérolas que deixa acerca de determinadas personagens.

O endereço? http://www.f1alocamba.blogspot.com

5 - Zeptem. Torna-se dificil escolher um quinto blog nesta lista. Como não posso repetir, e algumas das minhas visitas diárias já são mais antigas, decidi escolher este site colectivo. É certo que eu escrevo aqui às segundas-feiras e o Luis escreve às terças, mas serve para apresentar o resto do pessoal. É um blog de lingua castelhana, e os outros todos são espanhois, mas vale a pena referir, porque aqui se fala do automobilismo no seu todo. Formula 1, Ralis, Indy, NASCAR e outros, estão todos por aqui. O mentor é Martin Herzog, e muitas das vezes estala-se a polémica, especialmente porque aqui se não se fala muito bem de um certo Principe das Asturias...

O endereço? http://www.zeptem.com

E pronto. Apesar de existirem dezenas de excelentes blogs por nomear, uns porque já foram nomeados, outros porque só posso nomear cinco e não todos. Assim, se quiserem aproveitar o dia e fazer um post semelhante a este, vão ao http://www.blogday.org e façam as vossas escolhas.

Ayrton Senna - o trailer do documentário



O Rogério Lima vive no Japão e meteu hoje no seu blog o trailer de apresentação sobre o documentário de Ayrton Senna, que deve estrear no final do ano nas salas de cinema um pouco por todo o mundo. No Japão, a estreia está prevista para o dia 8 de Outubro, pouco depois do final da temporada. É apenas um minuto e meio, mas para amostra, é algo muito bem feito.

E aparentemente, os avisos que tenho lido nos sitios especializados de que isto é algo que vale a pena parecem ser fundados...

Grand Prix (numero 63, Brands Hatch)

Brands Hatch, 16 de Julho de 1970

As conversações foram rápidas e conclusivas. Pete Aaron falou com os irmãos Pedrazani e lhes disse que mesmo correndo numa equipa oficial, os compromissos ficavam de pé e até estaria melhor protegido contra a Matra, Jordan e outras marcas. Em relação ao patrocinio com o Automóvel Clube, havia um finca-pé em relação à corrida britânica, pois queria que ele guiasse com as suas cores e não com as cores da fábrica. Então, chegou-se a um compromisso: o macacão era dele, e ali podiam colocar os patrocínios do piloto, e o Automóvel Clube, sem dispender mais um tostão, transformar-se-ia num patrocinador oficial da equipa, com o simbolo em todos os chassis.

Pete decidiu inscrever três carros e chamar para Brands o sul-africano Philipp de Villiers, para correr ao lado de Monforte e Solana. De Villiers, que não tinha compromissos nesse fim de semana, aceitou e trouxe Thomas Nel consigo. E eles traziam mais uma passageira... Alexandre não trazia ninguém consigo, mas havia duas pessoas que o seguiam. Teresa, a jornalista do Liberal e cada vez mais a sua namorada, e um jovem rapaz, que estava ali pela primeira vez num pais estrangeiro, a tentar ganhar uns cobres para ver se acabava um curso de Direito que o enfadava cada vez mais, chamado Adriano Cabral. Trabalhava para a revista sildava "Automóvel", que por fim acompanhava os feitos de Alexandre na categoria máxima do automobilismo. Teresa apresentara Alexandre a Adriano e logo a seguir lhe fez uma entrevista.

Quase todas as equipas apresentavam três carros, e a Jordan até colocava quatro em Brands Hatch. O estreante era o brasileiro Pedro Medeiros, que era um dos rivais de Alexandre e Antti na Formula 2 e uma aposta de futuro para Bruce Jordan, que aceitava o dinheiro do espanhol Cervantes e esperava pelo final da época para se livrar de Bob Bedford. A Matra continuava com três carros, dando mais uma chance a Pierre Brasseur, que iria alinhar ao lado de Philippe de Beaufort e Gilles Carpentier, enquanto que a BRM estava com dois carros, para Anders Gustafsson e Bob Turner.

Os Temple-Jordan, com chassis novos para Brian Hocking e Antti Kalhola, e a Ferrari, também com três chassis, para Patrick Van Diemen, Toino Bernardini e Michele Guarini. Havia também a McLaren, com Peter Revson, John Hogarth e Dan Gurney, todos veteranissimos, mas com a experiência necessária para aguentar o barco após a morte do fundador. E a maré de equipas privadas, nos váriados chassis. Ao todo, eram 24 carros, e mesmo que a organização tenha alargado a grelha, o dinheiro só daria para vinte carros.

Na boxe da Apollo, todos ficariam a conhecer-se pela primeira vez. Pete fez as apresentações.

- Meus senhores, sejam bem vindos. Dados os acontecimentos de Zandvoort, fomos obrigados a fazer uma transformação radical no nosso "lineup". Convidamos Alexandre de Monforte para a nossa equipa porque, dado o talento demonstrado nas corridas anteriores a bordo de um Eagle datado, achamos por bem que ele seria o substituto ideal para o nosso companheiro caído. Espero que seja um bom inicio para as nossas cores. Bem vindo, Alex.

Uma salva de aplausos ecoou na caravana.

- Também temos aqui presente outro piloto, Phillip de Villiers. Tem talento e demonstrou-o há umas semanas em Le Mans, perante todos nós. No seu pais natal está a dominar o campeonato e se tudo correr bem, será nosso piloto para a temporada de 1971, a bordo de um dos nossos carros. Sim, meus senhores. Conto correr com três carros na próxima temporada, para o Teddy, o Alex e o Philipp. Cremos que isso seja mais um passo rumo ao crescimento da nossa escuderia e de mais vitórias. Talento não nos falta, quer em termos humanos, quer em termos de financiamento e mecânicos. Nos próximos meses, para além da renovação dos nossos compromissos - do qual agradeço ao senhor Arthur O'Hara pela sua confiança - também alargaremos as nossas instalações, no sentido de acolher mais mecânicos, engenheiros e projectistas. Espero que mesmo com a nossa perda recente, os resultados que obteremos no futuro sejam condizentes para honrar a memória de John. Obrigado a todos e boa sorte aos pilotos.

Após a cerimónia, Alexandre rumou para as boxes, no sentido de ver o seu carro. depois de saber que tinha sido contratado como piloto oficial, foi buscar um amigo seu, que conhecera quando fazia o curso de engenharia mecânica e o convidava sempre a mexer nos seus carros desde a Formula 3. Agora que tinha o curso feito, perguntara se não queria trabalhar para si, e ele aceitou. Chamava-se Alex Sherwood, o "outro Alex", como chamava.

- Então, isso anda?
- Agora está devidamente afinado. Mas o tempo nos complica.
- Não deve chover no fim de semana.
- Não sei. Sei que se prevê céu nublado no Domingo... não quero colocar afinações para molhado outra vez. E agora com estas asas...
- Não te inquietes, que te ajudo.
- Ainda bem que me ajudas, Alex. Ao menos sei que que tu sabes do assunto.
- Se afinares o motor como deve de ser... tens lugar garantido.
- Tou a ver o gajo que o sul-africano trouxe.
- O Nel? Tem cabelos brancos, deve ser uma autoridade no assunto...
- É isso que temo. Tens de marcar presença.
- Porquê?
- Não acredito na treta dos três carros. São demasiados, vai ser uma confusão. Dois seria o ideial.
- Achas que esta equipa pode lutar pelo título?
- Começa a ter potencial para tal. Mas o facto de ter dinheiro não significa alargar a equipa. Deve concentrar-se em ter poucos, mas dos bons. Assim...
- Não é bom.
- Nada mesmo. Mas isso é só para o ano.
- Até lá...

Dali a poucos minutos, Alex Monforte salta para dentro do carro para dar as primeiras voltas do dia. Sentado confortavelmente e ligado o motor, sai para fazer os primeiros quilómetros à volta da pista do condado de Kent, onde correrá ao lado de outros carros, que querem marcar um tempo nesta pista.

(continua)

GP Memória - Holanda 1980

Depois de quinze dias de ausência, a Formula 1 fazia agora a sua terceira corrida no espaço de um mês, no circuito holandês de Zandvoort, que tinha agora duas secções mais lentas, com uma chicane e uma curva feita de forma mais fechada, de forma a diminuir a velocidade média do circuiuto.

No pelotão, havia alterações de monta. A Alfa Romeo fora buscar para o lugar do falecido Patrick Depailler o veterano piloto italiano Vittorio Brambilla, então com 42 anos, e de volta após quase um ano de ausência. Na Arrows, com Jochen Mass lesionado, o seu substituto era um jovem neozelandês, muito talentoso ao volante, chamado Mike Thackwell. Na Ensign, um segundo carro foi colocado na pista para o britânico Geoff Lees, enquanto que na Lotus, Colin Chapman continuou a correr com três carros, dando mais uma oportunidade ao seu piloto de testes, Nigel Mansell.

Na qualificação, a Renault levou a melhor, monopolizando a primeira fila, e com René Arnoux a levar a melhor sobre Jean-Pierre Jabouille. A segunda fila também era um monopólio, mas da Williams, com Carlos Reutemann a levar a melhor sobre Alan Jones. Nelson Piquet partilhava a terceira fila com o Ligier-Cosworth de Jacques Laffite, enquanto que na quarta, o canadiano Gilles Villeneuve partilhava a fila com o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli. A fechar o "top ten" estava o McLaren-Cosworth de John Watson e o Lotus de Mario Andretti.

Quatro carros não conseguiram se qualificar: o Williams-Cosworth inscrito pela RAM, pilotado poe Rupert Keegan, o Arrows de Mike Thackwell, o Fittipaldi-Cosworth de Keke Rosberg e o Ensign de Jan Lammers.

Na largada, Jones consegue superar as duas Renault e no final da primeira volta já estava no comando. Contudo, na segunda volta, o seu carro passa por cima de um dos correctores e danifica uma das saias, fazendo com que o seu carro se comece a comportar-se de forma estranha. Assim, tem de parar nas boxes para reparações, enquanto que o comando volta ás mãos de Arnoux, seguido por Laffite, Reutemann, Jabouille, Piquet e Villeneuve. Na terceira volta. Laffite ataca Arnoux e consegue a liderança, ao mesmo tempo que Elio de Angelis e Didier Pironi batem um contra o outro e abandonam a corrida.

Pouco depois, Jabouille para para trocar de pneus, enquanto que Piquet, que tinha sido ultrapassado por Villeneuve, começa a ganhar posições e chega à terceira posição no inicio da 11ª volta. Aí, ataca Arnoux e Laffite e na volta quinze já era o lider. Logo a seguir, Villeneuve tem um furo e cai na classificação, com o Alfa Romeo de Giacomelli a subir ao quarto lugar.

Giacomelli depois atacou Laffite e Arnoux, no sentido de chegar ao segundo posto e apanhar Piquet, mas após ter passado o francês da Renault, o italiano comete um erro e cai para o sétimo posto. Recupera algumas posições, mas na volta 58 sofre um acidente e desiste. As coisas ficam mais ou menos estáveis até à volta 61, quando o Tyrrell de Derek Daly perde o controle devido ao rebentamento de um travão de disco e bate com violência nas barreiras de protecção. Daly saiu ileso.

Até ao fim, Arnoux passa Laffite e fica com o segundo lugar, mas é incapaz de apanhar Piquet, que comemora a sua segunda vitória do ano e reduz a sua desvantagem sobre Jones para dois pontos. Com Arnoux e Laffite a acompanhá-lo ao pódio, o Williams de Carlos Reutemann, o Tyrrell de Jean-Pierre Jarier (no seu centésimo Grande Prémio da sua carreira) e o McLaren de Alain Prost ficaram com os restantes lugares pontuáveis.

Fontes:

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Youtube Motorsport: O fim de semana de Alvaro Parente



Com carros iguais, pode-se ver o talento dos pilotos. Esse é um facto irrefutável. A GP2, categoria em que todos os carros são iguais e apenas se pinta a carroçaria com as cores dos patrocinadores, é considerada como a antecâmara da Formula 1, mostrou-nos muitos bons pilotos que mais cedo ou mais tarde iriam ter a sua oportunidade de correr na categoria máxima do automobilismo. E também haveriam excelentes pilotos que, num ou noutro circuito, mostrariam todo o seu talento.

Depois da novela do patrocinio do Turismo de Portugal que não surtiu efeito, deixando-o apeado e obrigado a fazer a temporada de 2010 "sobre o joelho", as coisas ficaram mais ou menos resolvidas com uma temporada na Superleague Formula, defendendo as cores do F.C. Porto, com passagens esporádicas pela GT2, correndo quer em Espanha, pela Aurora Racing Team, quer pela AF Corse, uma equipa apoiada pela casa-mãe.

Depois surgiu a Coloni. Tinha corrido com eles na GP2 Asia, onde conseguiu um pódio e o oitavo lugar do campeonato, deixando boas indicações do seu talento numa das piores equipas do pelotão, mas nesta temporada eles escolheram, por razões financeiras, o brasileiro Alberto Valério e o bulgaro Vladimir Ardzebahiev. Contudo, antes da corrida belga, o dinheiro de Valério falhou e Parente foi chamado para o substituir.




Esperava-se que ele seria bom, mas num fim de semana onde o tempo era inconstante, as suas performances foram geniais, resultando em dois pódios e uma volta mais rápida. E se falar é uma coisa, ver é outra. No primeiro video, vemos a estratégia da Coloni em apostar numa paragem o mais tarde possivel, a três voltas do fim, e colocar pneus frescos para as voltas finais. E isso fez com que em duas voltas, Parente "comesse" toda a diferença para o venezuelano Pastor Maldonado e ainda tentasse ultrapassá-lo na chicane final.

O segundo video é mais um momento da corrida, mas esse foi um momento decisivo: na nona volta da corrida, após mais uma fase de Safety Car, o pelotão rolava na reta Kemmel, entre o Radillon e Les Combes, quando Parente tentou atacar ao mesmo tempo o venezuelano Rodolfo Gonzalez e o holandês Gierdo Van der Garde. A repetição de Spa 2000 esteve à vista, mas o português passou por uma zona molhada e só deu para passar Gonzalez. Mas ficou com o terceiro lugar e mais um pódio para o português.

Definitivamente, ele foi o homem do fim de semana naquela pista belga.

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem, como seria de esperar, uma capa dedicada ao GP da Belgica e à vitória de Lewis Hamilton, numa corrida onde ele e Mark Webber foram os maiores baneficiados, pois os outros três candidatos não pontuaram. Contudo, o título escolhido "Sobram dois para o título" é manifestamente exagerado, pois ainda faltam seis corridas para o final do campeonato, e tudo pode acontecer.

Os subtítulos escolhidos servem para descrever as incidências da corrida: "Hamilton e Webber afastam-se de rivais"; "Erro de Vettel atira Button para fora da corrida"; "Fernando Alonso foi levado pela corrente".

Na parte de cima da revista fala sobre outras incidências do fim de semana que passou, nomeadamente os pódios de Alvaro Parente em Spa-Francochamps ("Parente brilha no regresso à antecâmara da Formula 1") o título mundial de Nuno Matos na categoria T2 ("Nuno Matos e a história de um campeão do mundo de TT"), e para finalzar, a antevisão da Rampa do Caramulo, que a revista afirma ser "uma Goodwood à portuguesa".

Noticias: Divulgadas fotos de circuito coreano

Aparentemente... conseguiram. A cinquenta dias do GP da Coreia do Sul, a organização mostrou hoje fotografias do circuito de South Jeolla, já pronto para receber as máquinas e os pilotos para o GP local, que se realizará a 24 de Outubro próximo. O primeiro carro a rolar por ali será um Red Bull guiado pelo indiano Karun Chandhok, no próximo fim de semana.

O mais interessante, para quem vê estas fotografias, é que não se vislumbra o alcatrão, para saber se está colocado, é ver se os rails de protecção estão já no seu lugar... quero acreditar que sim, mas só vendo.

Apesar o mau tempo, que atrasou as obras, e da tensão politica e militar na peninsula coreana, devido à retórica belicista da Coreia do Norte, tudo indica que a corrida decorerá como planeado. Pelo menos é isso que Hermann Tilke o afirma, após uma visita recente ao circuito. Acho que teremos corrida. Agora é ver qual vai ser o tempo nesse fim de semana.

Grand Prix (numero 62, uma oportunidade inesperada)

Alexandre guardou para si aquela tarde de sol em Monforte. Viu na televisão a prestação da Matra em Charade, onde sem a presença da Apollo, a equipa francesa inscreveu um terceiro carro para que Pierre Brasseur tivesse a sua primeira experiência de Formula 1. No "Nurburgring francês", o homem de Clermond-Ferrand acabou a corrida na porta dos pontos, em sétimo lugar, mas na cauda de Bob Bedford, que ficou com o ponto final na sua Jordan negra e dourada.

Aqui, a Matra foi rei e senhor, fazendo uma dobradinha com Philippe de Beaufort e Gilles Carpentier na primeira e segunda posições, à frente do alemão Pieter Reinhardt, no Jordan oficial. Atrás dele, de modo surpreeendente, ficou o Temple-Jordan de Antti Kalhola, que naquela pista de montanha, estava imensamente à vontade, entre curvas e contracurvas, superando os Ferrari de Van Diemen e Bernardini, que desistiram, e o McLaren de Peter Revson, o quinto classificado. Já agora, Antti tinha sido o último dos pilotos a ficar na mesma volta do vencedor, e um dos seis ou sete que não furaram naquela pista francesa.

Brands Hatch estava agora a duas semanas de se realizar, e normalmente era uma prova com imensas inscrições, de pilotos locais e outros, pois era uma excelente montra para se mostrarem perante o publico, dirigentes e jornalistas. E a silly-season estava ao rubro, dadas as circunstâncias. Nos jornais, a Lamborghini anunciou que tinha decidido cancelar a sua parceria com a McLaren, mas não a sua aventura da Formula 1, afirmando que iria fazer um motor V12 de três litros para correr em 1972, em conjunto com as Interseries. Quanto a Peter Hogarth, Teddy Mayer decidira inclui-lo, ao lado de Peter Revson e Dan Gurney, que iria correr pela equipa sempre que não havia corridas de Can-Am nos fins de semana da Formula 1. A equipa iria encher-se de veteranos, antes de em 1971 escolher um piloto mais jovem.

Entretanto, corriam-se rumores de que Bruce Jordan iria despedir ou trocar Bob Bedford por um dos pilotos de Henry Temple. Todos falavam que o seu substituto seria o jovem finlandês Antti Kalhola, mas não havia nada definido. Aliás, numa terça-feira, quando perguntaram isso a Bruce Jordan, ele respondeu com um tipico "utter nonsense, uma noticia à Monty Python". Mas alguns dias depois se soube que haveria dois novos chassis para a equipa de Henry Temple, para além de um terceiro carro oficial para a Jordan. Os rumores, que já eram grandes, aumentaram ainda mais...

Na BRM, Bob Turner ainda mostrava quem mandava, mas sabia que a sua sorte poderia acabar a qualquer momento. Também via que ali, as coisas eram menos organizadas do que na Jordan, e no dia a seguir ao GP de França, decidira chamar um veterano jornalista da Autosport britânica para lhe dizer que o ano de 1970 seria o seu ano final como piloto. Tinha gozado quase doze anos de sucessos, com títulos mundiais, e queria retirar enquanto era capaz. Quanto ao seu futuro, considerava todas as opções, desde ser o director desportivo da BRM até fazer a sua própria equipa.

Alexandre lia a entrevista numa banca de jornais a caminho de Silverstone, no seu Alpine azul. Comprara a revista e estava a saborear o "breakefast" britânico, perto da sede da Apollo, em Silverstone. Era uma quinta-feira e era a primeira vez que lá ia depois dos acontecimentos de Zandvoort. Apesar de Pete lhe ter dito que a equipa continua e o chassis estaria pronto, ele tinha dito que "tinha uma uma coisa interessante para ele". Eventualmente seria um lugar como piloto titular na Apollo, mas tinha uma dúvida: por um lado, era bom, pois seria um lugar no qual iria ser pago para correr, mas por ouro lado, tinha compromissos que não queria quebrar. A ser verdade, como iria descalçar esta bota?

Por volta das dez da manhã, chegou à sede da Apollo, em Silverstone. Um pouco a medo, entrou dentro da fabrica, com a secretária a dar-lhe os bons dias.

- O Pete?
- Está na oficina. Pode entrar.

Alexandre entrou dentro da oficina, onde os mecânicos colocavam elementos num novo chassis, verde e branco, enquanto que a seu lado estava um totalmente pintado com as cores dos seus patrocinadores, a brilhar de novo, pronto para rolar em pista. Por acaso até tinha consigo o saco com o fato de corrida e o capacete, que deixara dentro do carro. Alexandre viu Pete a falar com um outro senhor de meia idade, louro, forte e com entradas, denunciando um principio de calvície. Confessa conhecer aquela cara, embora não soubesse de onde.

Quando Pete o viu, saudou-o:

- Olá Alex! É bom ver-te por aqui.
- O mesmo digo de ti, Pete.

Cumprimentaram-se e Pete disse:

- Alex, este é Arthur O'Hara, tio de John. Vai estar aqui para acompanhar durante uns tempos.
- Como vai? disse Arthur.
- Prazer, sr. O'Hara. Quero dizer que sentimos imenso a falta do John.
- Acredito, meu jovem. Mas nós fazemos parte do barco e continuar por aqui é uma forma de honrar a memória dele.
- Assim seja, sr. O'Hara.
- Alex, vamos para o escritório?
- Vamos, mas primeiro, gostaria de dar uma olhadela ao meu carro.

Alexandre olhou para o chassis. Era aquilo que queria: um chassis actualizado, virgem, com as cores dos seus patrocinadores, pronto para correr e disputar, palmo a palmo, a vitória nas corridas que iria disputar até ao final do ano. Era algo belo para os seus olhos, e estava ansioso para dar as suas primeiras voltas antes da corrida britânica, em Brands Hatch.

Depois disso, Alexandre seguiu para o escritório, acompanhando Pete e Arthur. Estranhou a presença, mas depois lembrou-se que a familia O'Hara era o patrocinador principal e um dos sócios da equipa. Sentou-se e ouviu o que tinham a dizer:

- Alex, deves ter uma ideia porque estás aqui.
- Para além de ira buscar o chassis novo?
- Sim, para além disso.
- Quem que substitua o John, certo?
- É isso tudo, jovem rapaz, disse Arthur.
- A ideia é ficares com o lugar a partir de Brands até ao final da época, para ver como é que te comportavas na nossa equipa. Sabemos que tens potencial de vencedor e o provaste com o Eagle, pontuando em duas corridas importantes. Se foste capaz com um carro datado, porque não num carro mais actual, como o nosso? perguntou.

Alexandre ficou a pensar por um momento, e depois respondeu:

- Senhores, sinto-me muito honrado pelo vosso convite. Antes de poder dizer sim ou não, quero colocar um problema em cima da mesa. Tenho compromissos assumidos com o Automóvel Clube, que me pagou para comprar este chassis, para além da Tecno, que me paga o salário para impedir que corra nas suas rivais, como a Matra e a Jordan. Foi por isso que aprovou a ideia de correr num chassis comprado, numa equipa minha e não numa oficial. Agora, as circunstâncias são diferentes, e sinto-me tentado em aceitar a vossa proposta. Mas também quero ganhar a Formula 2, logo, tem de falar com a sede, em Bolonha, para saber se me deixam correr para vocês.
- E o Automóvel Clube?
- Isso lido com eles. Deverão deixar que eu corra, mas se calhar com algumas garantias. Talvez vos peça para devolver o dinheiro ou coisa assim... mas isso se negoceia.
- Hmmm... falaremos com eles todos, disse Pete.
- Otimo. Dou-te os contactos, se quiseres, afirmou Alex, tirando uma agenda castanha, de tamanho pequeno, no bolso das calças.
- Serve. Deixa-me passar os numeros de telefone..., respondeu Pete.

Arthur tomou a palavra:

- Diga uma coisa, meu jovem: quanto pensa ganhar aqui, caso fique conosco como piloto principal?
- Ficaria satisfeito se me dessem um contrato para 1971, e aí desse para pagar o investimento que já fiz até agora.
- Quanto é que já inestiu?
- Quase 45 mil libras.
- É muito, meu jovem.
- Formula Ford, Formula 3, Formula 2... tirando esta última, comprei todos os chassis, formei as minhas equipas, trabalhei com os meus mecânicos, do qual paguei o que tinha a pagar. E claro, a Formula 1 e os chassis que adquiri até agora.
- Pete, o que vais fazer em relação ao chassis que construiste para ele?
- Para todos os efeitos, só falta entregar a chave.
- Quanto é que lhe custou?
- Nove mil e quinhentas libras.
- Está pago?
- Está. Adiantado.
- Se todos os clientes fossem assim como você, o mundo seria perfeito! repondeu Arthur. Como prova da nossa boa vontade, vamos devolver-lhe o dinheiro. Considere como um salário até ao final da época, sr. Monforte.
- Devolvo o chassis?
- O chassis é seu, meu caro. Apenas será assistido por nós e pelos mecânicos que achar de confiança para si. Vá falar com a sua parte, que nós falamos com a nossa, e no dia 18, estará a correr com as nossas cores, concluiu.
- É assim, Pete?
- É. Agora vou ligar para Bolonha. Entretanto, não queres dar umas voltas no novo carro?
- Obvio! quero ver como funciona.

Pete dirigiu-se para a oficina, onde disse aos mecânicos para que colocassem o carro fora da garagem e tivessem pronto para correr. Três deles colocaram na porta das boxes do circuito, preparando-o para as suas primeiras voltas.

Poucos minutos depois, Alexandre apareceu com o macacão de corrida e o seu capacete integral, entrando para dentro do seu carro. Os mecânicos colocaram o cinto de quatro pontos no seu corpo e prepararam para ligar o carro para que pudesse dar as suas primeiras voltas em pista. Na boxe, Arthur O'Hara via todos estes preparativos à distância, observando os rituais que o seu sobrinho tinha feito até umas semanas antes. Quando o motor foi ligado, Alexandre sentia o ronco do seu motor logo atrás de si, e estava preparado para dar as suas primeiras voltas. Brands Hatch era dali a dez dias.

(continua)

WRC: Vokswagen pode entrar, Solberg não quer ir para a Mini (para já)

A temporada de 2011 vai ser especial para os adeptos dos ralis, pois vai marcar a entrada de um novo regulamento, de novos carros e de novas equipas. Se a Volkswagen já disse que está interessada em entrar, mas a partir de 2012, já a Prodrive, através da Mini, vai arrancar no próximo ano com o seu programa de ralis. E claro, tem potenciais pilotos na sua lista. Dois nomes vêm hoje à baila: Per-Gunnar Anderson e Petter Solberg.

Solberg é um nome conhecido na Prodrive, já que foi ele que guiou os Subaru Impreza até a final do envolvimento da marca japonesa no WRC, em 2008. Agora a trabalhar a solo, o piloto norueguês é cogitado num regresso à preparadora de David Richards em 2011, que terá um programa a meio gás. Mas Solberg já descartou essa hipótese. "Para mim, ou disputo as provas todas...ou nenhuma, no próximo ano. É interessante entrar num projeto como este da Míni, mas fazer meia época, não...", referiu em delcarações à imprensa norueguesa.

Assim sendo, outra grande hipótese para fazer parte do projecto da Mini é o sueco Per-Gunnar Andersson, que actualmente corre na SWRC. Antigo piloto da Suzuki, com o qual venceu o Junior WRC em 2004, é uma hipótese a considerar para o arranque do projecto Mini, quer nos testes de Inverno, quer na sua primeira temporada no novo WRC, que vai ser a meio gás.

Quanto à Volkswagen, depois da experiência do "carro zero" com Scirocco, no Rally ADAC Deutschland, as indicações de que uma decisão por parte do Grupo Volkswagen está iminente são muitas. O líder desportivo da marca, Kris Nissen, disse que caso haja uma decisão positiva, o projecto durará dezoito meses para estar pronto para a estrada. Ou seja, lá para 2013 é que veremos a marca alemã a acelerar nas classificativas um pouco por todo o mundo. Agora é Carlos Sainz, piloto da marca para o Todo-o-Terreno, afirmar que qualquer decisão sobre este assunto está para acontecer nas próximas semanas:

"As raízes dos ralis são muito fortes e a VW já se apercebeu disso, bem como do facto do WRC ser uma excelente plataforma promocional para os produtos de uma marca.", referiu Sainz.

A confirmar-se, em 2013 poderemos ter nas estradas pelo menos quatro marcas: Mini/Prodrive, Ford, Citroen e Volkswagen. Isto, se os rumores das participações de Saab e Toyota não se confirmarem...

Youtube Motorsport Classic: Bruce McLaren explica Mosport



Neste dia de aniversário de Bruce McLaren, queria mostrar algo interessante sobre ele, que revelasse um pouco o tipo de personagem unica que ele era, aquela rara combinação de um bom piloto - não um campeão como Jack Brabham mas um bom piloto - e de um excelente engenheiro, que Bruce era. Aliás, ele chegou a frequentar um curso de engenharia em Auckland, com boas notas, antes de ganhar o prémio do "New Zeland Driver for Europe", que o colocou na Cooper de Formula 2.

À falta de melhor, fui buscar este video em que ele descreve o circuito canadiano de Mosport, antes de uma prova da Can-Am, creio eu, em 1969.

domingo, 29 de agosto de 2010

GP3: Apesar da frustração, Felix da Costa aproveitou bem a oportunidade

Mesmo que não tenha sido o fim de semana que gostaria de ter tido, Antonio Felix da Costa não se pode dar por frustrado com esta nova oportunidade concedida pela equipa Carlin para correr mais um fim de semana duplo da GP3, no circuito belga de Spa-Francochamps. Um segundo lugar na grelha, estragada por uma penalização, e um acidente na primeira corrida, quando foi um dos apanhados pela enorme carga de água que se abateu sobre o circuito, foi compensado na segunda corrida com um discreto 12º lugar, depois de largar da 19ª posição.

Mesmo com todos estes precalços, Felix da Costa fazia um balanço positivo do fim de semana: "Apesar de o resultado final não ter sido o ideal, a verdade é que senti da parte da Carlin que voltaram a gostar bastante da minha atitude e da forma como consegui evoluir o 'set-up' do monolugar. Senti-me sempre bastante confortável com o carro e isso viu-se logo na qualificação. Foi mais um fim de semana muito positivo na perspetiva da minha carreira como piloto profissional. A exemplo do que aconteceu em Budapeste, dei-me a conhecer e fiz excelentes contactos no 'circo' da Fórmula 1. Resta-me agradecer à Carlin mais esta oportunidade que proporcionou.", concluiu.

Felix da Costa volta agora à Formula 3 Euroseries, onde vai disputar mais uma ronda no próximo fim de semana, na pista britânica de Brands Hatch, onde vai tentar manter a onda vitoriosa, que o coloca neste momento no sétimo posto do campeonato e o melhor dos "rookies".

IndyCar: Franchitti ganha em Chicagoland

Vi a corrida nesta madrugada, e garanto que valeu a pena pela emoção que deu e pelo final imprevisivel que teve. Mas só agora é que escrevo as linhas essenciais da vitória de Dario Franchitti na oval de Chicagoland, que aproveitando a paragem de Will Power, conseguiu terminar a corrida no primeiro lugar e manter-se na luta pelo título de 2010 da Indycar Racing.

E foi uma vitória da estretégia: a trinta voltas do fim, Dario Franchitti aproveitou a última paragens nas boxes para não trocar de pneus e aguentando o material até ao fim e alcançar a vitória sobre Dan Wheldon e Marco Andretti. Mas a apenas 0,0423 segundos. Mas com o 16º lugar de Will Power, que se viu obrigado a reabastecer nas voltas finais, conseguiu diminuir consideravalmente a desvantagem que tinha sobre o australiano. Agora são 23 os pontos de diferença que tem para ele, e faltam três provas para o final da temporada.

Não foi uma prova com muitas bandeiras amarelas, mas para quem viu o que se passou logo na quinta volta, pensava-se no contrário. O britânico Alex Lloyd tocou na traseira de Tomas Scheckter, que fez um pião. Raphael Matos, que vinha logo atrás, não conseguiu desviar a bateu no muro. Lloyd e Scheckter abandonaram, Matos continuou. A corrida recomeçou na volta 15, prosseguindo num ritmo muito intenso, com os cinco primeiros classificados muito próximos entre si, com Ryan Briscoe a liderar, sempre sendo muito pressionado por Marco Andretti.

Na volta 55, aconteceu a primeira paragem nas boxes, com Andretti a entrar primeiro, seguido dos outros todos. Na volta 78, nova situação de bandeiras amarelas, quando o carro de Bia Figueiredo, de volta à competição após as 500 Milhas, raspou no muro. Os pilotos aproveitaram para novo reabastecimento, excepto Sarah Fisher, que tinha uma estratégia diferente. Helio Castro Neves teve problemas quando trocava de pneus e teve de fazer uma paragem extra, caindo para a 22ª posição.

As coisas pareciam recomeçar quando o brasileiro Vítor Meira tocou na traseira do japonês Hideki Mutoh, que por sua vez bateu no canadiano Alex Tagliani, atrasando o reinício da corrida. Somente Tagniani concluiu permaturamente a corrida.

O recomeço foi na volta noventa, com Briscoe na frente e Fisher em segundo, ficando ali até reabastecer vinte voltas depois. Nas 80 voltas seguintes, só com bandeira verde, os pilotos rodavam lado a lado, a centimetros uns dos outros, sem problemas. chegaram a estar três carros lado a lado e nada acontecia. Dan Wheldon, Will Power e Marco Andretti chegaram a ficar lado a lado por uma volta inteira, seguidos por Ryan Hunter-Reay, Ryan Briscoe, Tony Kanaan e Scott Dixon. Somente na volta 170, quando Alex Lloyd, de novo, perde o controlo do seu carro e sai pela relva, sem bater em nada ou ninguém.

Novamente, foi a altura para reabastecer, com Franchitti a fazer a tal manobra que lhe deu a vitória, ao não trocar de pneus. Assim, passou de nono para primeiro, com Dan Wheldon em segundo, Marco Andretti em terceiro e Will Power em quarto. Na volta 195 foi o golpe de teatro para Power, com o seu reabastecimento inoportuno, que deu a vitória a Franchitti.

Depois do pódio, Tony Kanaan foi o melhor dos brasileiros, na quinta posição, á frente do seu compatriota Helio Castro Neves. A melhor representante feminina foi Danica Patrick, na 14ª posição, à frente de Sarah Fisher, 15ª, numa corrida onde se voltou a ter conco mulheres na grelha de partida. A proxima etapa será na oval do Kentucky, a 4 de Setembro.

Formula 1 2010 - Ronda 13, Belgica (Corrida)

Toda e qualquer pessoa que gosta de Formula 1 adora Spa-Francochamps. Pelo facto de estar no calendário da Formula 1 desde tempos imemoriais, pelo facto da pista em si ser desafiadora, mesmo depois dos 14 quilómetros iniciais terem sido encurtados para sete, e desaparecerem sitios como a Masta Kink, e por fim, o boletim meteorológico das Ardenas, sempre imprevisível, e ainda mais imprevisivel neste fim de semana.

Após o mês de férias que a Formula 1 teve, vimos que o campeonato tinha à partida cinco candidatos ao titulo, algo que não temos há muitos, muitos anos. Os dois pilotos da Red Bull, os dois pilotos da McLaren e Fernando Alonso. Neste fim de semana, e nestas circunstâncias, o melhor seria aquele que conseguisse superar os seus adversários e ter nervos de aço para conseguir concentrar-se numa pista escorregadia. Lewis Hamilton e Mark Webber provaram que sim, eles conseguem, enquanto que Sebastien Vettel e Fernando Alonso, não. Podia colocar Jenson Button no lado dos vencidos, mas aqui foi mais vitima que réu.

Mas entre os dois vencedores do dia. Hamilton foi claramente o melhor, enquanto que Webber esteve mais à espera dos azares dos outros para chegar onde chegou. E ainda bem que teve sorte, pois assim pode salvar a honra do convento, pois o seu companheiro de equipa, Sebastien Vettel, só cometeu disparates nesta corrida. O embate no McLaren de Jenson Button e consequente "drive through", o furo na roda traseira esquerda, etc, etc... fez com que acabasse a corrida com zero pontos. A sua sorte é que os pilotos atrás de si, Fernando Alonso e Jenson Button... também ficaram com zero.

E do resto do pelotão, o grande herói foi Robert Kubica, que com o seu terceiro lugar, demonstra que começa a ter um bom carro e que está lá quando os outros falham. Mas mais do que isso, tem uma excelente pilotagem que demonstra, desta vez, que quando aquele carro melhorar, será candidato à vitória. Felipe Massa foi um discreto quarto colocado, numa corrida onde apenas cumpriu os objectivos. E até deve ter marcado pontos na equipa contra o "Principe das Asturias", pois esteve sempre na frente dele, durante todo o fim de semana, algo incrivel num fim de semana inconstante em termos de boletim meteorológico...

Force India e Mercedes-Benz foram outras duas boas equipas que levaram os seus pilotos aos pontos. No primeiro caso, se em 2009 foram a grande surpresa daquele fim de semana, com uma pole-position e um pódio, este ano não tiveram nem uma coisa, nem outra, mas até conseguram boas prestações, especialmente Adrian Sutil, que terminou a corrida na quinta posição, e Vitantonio Liuzzi aproveitou bem as asneiras dos outros, especialmente Jaime Alguersuari, que cortou uma chicane e foi penalizado por isso. Foi por isso que herdou o último ponto disponivel.Quanto à equipa de fábrica, depois do desastre de ontem, conseguiram diminuir os prejuizos de hoje, ao levar ambos os carros aos pontos, e claro, com Nico Rosberg à frente de Michael Schumacher. Pararam mais tarde do que o resto do pelotão, aproveitaram as falhas dos outros e levaram pontos para casa.

E Kamui Kobayashi marca pontos mais uma vez, na equipa, no "ranking" e na cobiça dos outros, devido à sua excelente rapidez e não bater nos outros, como anda a fazer o Takuma Sato no outro lado do Atlântico, no seu "Lotus"...

Com o final da corrida belga, faltam seis provas para o final do campeonato. Cotinuamos a ter cinco pilotos separados por vinte pontos e vemos agora Lewis Hamilton como o novo lider, mas apenas com três pontos de vantagem para Mark Webber. Nada se decidiu, e pelo andar da carruagem, só deve ser decidido em Abu Dhabi... veremos.

GP2, Spa-Francochamps: Parente de novo no pódio

Depois do feito de ontem à tarde, onde a vitória de Pastor Madonado foi ensombrada pela corrida excepcional de Alvaro Parente, que de 19º chegou á segunda posição, colado ao piloto venezuelano, com o seu Coloni, o piloto português repetiu esta manhã a gracinha ao ser terceiro classificado na Sprint Race, batido apenas pelo mexicano Sergio Perez e pelo holandês Gierdo van der Garde.

A corrida ficou marcada por três entradas do safety-car em pista, em consequência dos acidentes en que se viram envolvidos o alemão Christian Vietoris e os franceses Charles Pic e Jules Bianchi, e que acabou por ser ganha pelo mexicano Sergio Perez, que liderou quase a corrida toda, depois de ter passado o homem da pole, o venezuelano Rodolfo Gonzalez (Arden), ainda na primeira volta, em Les Combes.

"O carro estava muito bom, tal como ontem, e pude subir gradualmente na classificação. Houve uma altura em que estive lado a lado com o Van der Garde e com o Gonzalez na travagem para Les Combes, mas apercebi-me que a pista estava muito húmida e resolvi não arriscar em demasia, dado que era importante garantir o pódio e sair de Spa como o piloto que mais pontos tinha somado. Julgo que se arriscasse poderia ter lutado pela vitória, tinha andamento para isso, mas era preciso arriscar muito", sublinhou Parente, no final da corrida, em declarações captadas pela Autosport portuguesa.

Já em relação ao fim de semana em si, Parente era um homem muito feliz: "Foi fabuloso! Voltar à GP2, lutar pela vitória na primeira corrida e alcançar um segundo e um terceiro lugares é um resultado fantástico, sobretudo por ter sido o piloto que mais pontos somou. Gostaria de agradecer à Coloni e aos meus patrocinadores por esta oportunidade e também, é claro, a todos os meus fãs que me têm apoiado ao longo de toda a minha carreira", concluiu.

Em relação a Pastor Maldonado, o lider do campeonato desistiu nesta corrida, e o mesmo acabou por acontecer ao suiço Fabio Leimer, um dos pilotos da Ocean Racing Technology. Já Max Chilton terminou num discreto 11º lugar.

Com este resultado, Maldonado continua a liderar o campeonato, com 87 pontos, seguido por Perez, com 60, e Dani Clos, com 43. Alvaro Parente é agora 13º, com treze pontos. A GP2 continua dentro de quinze dias, em Monza.

sábado, 28 de agosto de 2010

A estranha história de uma corrida... com duas voltas

Imaginem uma corrida onde de repente cai uma carga de água, e os pilotos da frente perdem o controlo dos seus carros e o Safety Car entra até que as condições melhorem - E quando tal acontece, a corrida termina... porque acaba o tempo. Foi o que aconteceu esta tarde na corrida da GP3 em Spa-Francochamps, e que foi vencida pelo canadiano Robert Wickens, e onde Antonio Felix da Costa foi uma das vitimas dessa carga de água súbita.

Antes da corrida, já a grelha se havia alterado radicalmente, com diversos pilotos a serem penalizados pois os comissários tinham afirmado que fizeram as suas voltas rápidas durante um período de bandeiras amarelas. Entre os penalizados estiveram o francês Adrian Tambay e o português António Félix da Costa, que perderam seis posições, com Felix da Costa a perder o seu segundo posto, caindo para o oitavo lugar da grelha. Robert Wickens ficou na pole e, assim, tornou-se no favorito a vencer a prova, que teve início ainda com a pista seca.

Contudo, logo na primeira curva, no gancho de La Source, um acidente com diversos carros levou à entrada do safety car, que se manteve em pista por quatro voltas. No inicio da quinta volta, a corrida recomeçou, mas duas voltas decorridas... a chuva fez a sua aparição teve o condão de baralhar as contas. Fortemente.

Logo no gancho de La Source, vários carros sairam de pista, incluindo os carros de Felix da Costa e de Robert Wickens, mas o piloto canadiano teve o condão de prosseguir em prova, tomando uma decisão que o iria dar a vitória na corrida. Jogando com o tempo, manteve os slicks e esperou para que o relógio esgotasse o tempo, enquanto que os outros todos metiam os pneus de chuva. Conseguiu manter o carro na pista sob condições dificeis, e quando o Safety Car entrou para as boxes, faltavam apenas poucos segundos para o limite dos trinta minutos. Com cabeça, Wickens conseguiu o que queria: vencer a corrida.

O brasileiro Luciano Cordeiro foi segundo, seguido pelo norueguês Pal Verhaug, que ficou à frente do espanhol Roberto Merhi. A segunda corrida da GP3 acontecerá amanhã de manhã.

GP2, Spa-Francochamps: Maldonado vence, Parente num sensacional segundo posto

Contado, ninguém acredita. Mas provavelmente deve ser a beleza de Spa-Francochamps, e também deve ser a paixão de Alvaro Parente e a sua vontade de vencer, desde o primeiro metro. Especialmente depois de uma pensalização no final da sessão de qualificação, aparentemente por ter desrespeitado uma bandeira amarela, que o atirou do 16º para o 19º lugar. Mas isso não foi suficiente para o deter, pois na corrida que terminou há pouco... chegou à meta na segunda posição.

Sabia-se que com o tempo instável, esta corrida seria uma lotaria. E assim, para ser bem sucedido nisto, tem de ser ser um apostador suficientemente louco, mas o mais inteligente possivel para ter os máximos dividendos. E o que Parente e a Coloni fizeram? Decidiram fazer a obrigatória troca de pneus o mais tarde possivel, e com uma afinação em seco, acelerou o mais que pode. E no final da primeira volta, já era décimo, e pouco depois, quando a concorrência foi às boxes, ele estava na liderança, posição onde ficou até três voltas do fim.

Quando fez a troca de pneus, ficou atrás do venezuelano Pastor Maldonado, com uma diferença de sete segundos. Mas em apenas duas voltas, Parente, com os pneus novos, diminuiu essa diferença para ficar mesmo nos seus escapes. Não foi o suficiente para passar, o que seria incrivel, mas não deixou de ser uma corrida memorável para o português de 25 anos, que regressou este fim de semana à GP2, na pior equipa do plantel. Como cereja no topo do bolo, o português fez a melhor volta da corrida.

"Foi uma corrida fabulosa, correu-me muito bem! Ainda não tinha rodado em piso seco, mas o carro estava muito bom e com a estratégia que delineámos pudemos rodar no ar fresco, o que me permitiu imprimir um ritmo muito forte e distanciar-me dos meus perseguidores. Quando saí das boxes senti que ainda podia tentar a vitória e ataquei bastante - fiquei muito perto do Maldonado, mas este segundo lugar é fantástico! Quero agradecer à equipa pela oportunidade que me ofereceu e pelo carro que colocou à minha disposição", afirmou o piloto português.

Em relação ao resto do pelotão, esta foi uma grande corrida para Maldonado, que é cada vez mais lider, os seus rivais estiveram muito abaixo do esperado: Jerôme D'Ambrosio, que foi o maior rival de Maldonado nesta prova, abandonou com o motor partido, Sergio Perez foi apenas sétimo e Dani Clos desistiu depois de um toque na primeira curva. Já agora, quem completou o pódio ficou outro regressado, o francês Romain Grosjean.

Amanhã é a segunda corrida do fim de semana belga, com o piloto português a largar do sétimo lugar da grelha, bem à frente da posição de hoje. E se amanhã o tempo estiver da mesma forma que esteve esta tarde?

Formula 1 2010 - Ronda 13, Belgica (Qualificação)

Como seria de esperar, a qualificação ocorreu no sempre instavel tempo belga de Spa-Francochamps. É esse ar de lotaria, aliado à beleza e tradição do circuito que faz com que todos nós adoremos este circuito belga e que merece ser um dos clássicos da Formula 1. E como à partida se sabia que a qualificação aconteceria sob mau tempo, a grelha de partida arriscaria a ter muitas surpresas.

E foi o que aconteceu, apesar da chuva ter sido pouca. Não na frente, onde Mark Webber, aproveitando o seu aniversário natalicio, fez a sua quinta pole-position da temporada, e a 12ª para a Red Bull. Desta vez não terá Sebastien Vettel ao seu lado, mas sim a McLaren de Lewis Hamilton, que em principio se dá bem no circuito belga, mas mais atrás. Pela primeira vez tivemos não um, mas dois carros das equipas novatas na Q2, e o melhor foi o Lotus de Heiki Kovalainen, seguido pelo Virgin de Timo Glock. Outra equipa que andou bem nesta qualificação foi a Williams, que cada vez mais está a mostrar-se competitivo, mesmo com motores Cosworth, colocando Rubens "300" Barrichello no sétimo tempo, e Nico Hulkenberg no nono lugar, apenas separados pelo Force India de Adrian Sutil.

Mas se existem vencedores nesta qualificação, é porque há vencidos. Vimos aqui o Inferno astral da Mercedes no circuito belga. Com Michael Schumacher a falhar a Q3 e a largar, graças às penalizações, da 21ª posição, e Nico Rosberg, que por causa da troca da sua caixa de velocidades, partirá da 17ª posição.

Outra equipa que passou hoje o seu inferno belga foi a Sauber, que viu os seus dois pilotos a despistarem-se e a não conseguirem passar à Q2, quando tinham boas hipóteses de brilharem e colocarem os seus carros na Q3. Kamui Kobayashi foi o 19º e Pedro de la Rosa o 22º, muito pouco para quem andou de forma muito competitiva durante as três sessões de tempos livres.

A qualificação terminou, amanhã é dia de corrida. E com chuva prevista para essa hora, espera-se que a corrida seja um verdadeiro casino. É essa a beleza destas Ardenas belgas...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Warwick, Webber e Berger: Parabéns aos três!

Podem passar dias sem nada a assinalar... e quando acontece, vem todos de uma só vez! Hoje calha ser o dia de aniversário de três pilotos que deixaram marca na Formula 1, à sua maneira: Derek Warwick, Gerhard Berger e Mark Webber.

Os dois primeiros pilotos fizeram parte, obviamente das grelhas de partida das corridas nos anos 80 e 90, até meados dela. Foram pilotos rápidos. Berger foi um dos melhores da sua geração, com passagens meritórias pela Ferrari, McLaren e Benetton. Derek Warwick era, em 1984, um dos nomes que a Grã-Bretanha apostava em ter de volta um piloto para ser campeão do Mundo mas as más opções que tomou na carreira, quando estava na Renault, equipa que no ano anterior quase tinha vencido o Mundial de pilotos.

Contudo, uma coisa era ser um grande piloto, e ambos o foram. Mas para serem campeões do mundo, velocidade não bastava. Era preciso ter sorte nas escolhas que faziam. Berger chegou á Ferrari no tempo em que ela atravessava o seu periodo desértico, apesar de ter ganho cinco das suas dez vitórias com eles. Foi ele que conseguiu a primeira vitória à Scuderia depois de quatro anos de jejum, mas era o companheiro de Ayrton Senna na McLaren, onde foi batido sem apelo nem agravo, pelo brasileiro, que certo dia o considerou como "o melhor de todos os tempos". E em vez de ficar zangado com ele, forjou uma das amizades mais mediáticas da altura. Em suma, teve desportividade e bom humor para lidar com a situação.

Quanto a Warwick, tinha chegado à Renault na sua era descendente, e quando esta abandonou as corridas, em 1985, andou à procura de um lugar para correr. Não quis a Williams, porque temia outra temporada como a que teve, com constantes falhas de motor, e desperdiçou uma oportunidade de ouro. Tentou a sua sorte na Lotus, mas o seu nome foi vetado por Ayrton Senna, uma estrela em ascensão na Formula 1, e foi para a Jaguar, do Grupo C, para correr em Sport-Protótipos. Só arranjou lugar na Brabham após a morte de Elio de Angelis, em Maio de 1986.

Conseguiu o seu lugar na Lotus, mas esta estava na inexorável descida, rumo à sua primeira morte. E entre eles, esteve a sua passagem pela Arrows, onde esteve quatro épocas. Tornou-se vencedor das 24 Horas de Le Mans e campeão do Mundo de Endurance, e muitos acreditam que foi um dos pilotos mais rápidos da Formula 1 sem vencer uma corrida. Um Chris Amon britânico, pode-se dizer...

Hoje em dia, há outro aniversariante que tinha tudo para ser tal como estes dois: rápido, com bons carros, com uma longa carreira, mas sem estofo para ser campeão. Mas o ano de 2010 pode ser totalmente diferente para Mark Webber, o terceiro aniversariante do dia. Começou muito bem a sua carreira, num Minardi, onde alcançou um quinto lugar na sua corrida de estreia, e depois teve passagens numa Jaguar ingovernável e numa Williams em processo de travessia do deserto. Quando chega à Red Bull, faz parte de uma equipa em ascensão, especialmente após a contratação de Adran Newey e a chegada de Sebastien Vettel.

Muitos julgavam que iria ser um capacho do alemão mais novo e já o viam fora da equipa em 2011, para ser substituido por Kimi Raikonnen, mas este está a ser o melhor ano de Mark. Quatro vitórias, a juntar às duas que conseguiu em 2009, está a dar ao austrialiano a primeira hipótese de um piloto dese local a vencer o campeonato do mundo, trinta anos depois de Alan Jones. E hoje, pela primeira vez desde 2002, Webber celebra um aniversário como lider do campeonato do mundo.

E toda a gente espera que ele agarre a oportunidade.

GP2, Spa-Francochamps: Herck na pole, Parente larga de 16º

Numa qualificação marcada pela chuva e pelas várias interrupções devido às várias saídas de pista, o romeno Michael Herck, da DPR, foi o surpreendente "poleman" da corrida belga, num circuito onde Alvaro Parente, no seu regresso à GP2 pela Coloni, será o 16º da grelha, à frente dos carros da Ocean Racing.

Foi uma qualificação dificil, pois vários pilotos como Luiz Razia, Vladimir Arabadzhiev e Adrian Zaugg, despistaram-se em incidentes separados, causando a amostragem das bandeiras vermelhas. No final, de forma surpreendente, o romeno Herck bateu o belga Jerome D'Ambrosio e o venezuelano Pastor Maldonado, actual lider do campeonato, para conseguir a sua primeira pole-position da carreira.

Parente, que na sessão de treinos livres tinha sido o terceiro classificado, atrás de Maldonado e do espanhol Dani Clos, esta tarde viu-se prejudicado pelos vários despistes ao longo da sessão, mas ficou imediatamente à frente de Jules Bianchi, da ART. "Foi a qualificação mais estranha em que participei e também muito frustrante. Cada vez que entrava em pista para fazer uma volta lançada alguém saía de pista e eu tinha que abortar a minha tentativa - é frustrante! Para tornar tudo ainda mais difícil, o motor do meu carro estava a funcionar apenas em sete cilindros. Dadas estas circunstâncias, era complicado fazer melhor, mas tínhamos potencial para muito mais, como demonstrámos nos treinos livres", frisou o piloto, vencedor de uma das corridas na temporada passada.

Consciente das dificuldades que o esperam, Parente aposta num bom resultado na prova de amanhã. "Vai ser uma corrida muito complicada, uma vez que vamos arrancar do meio do pelotão e aí estamos sempre sujeitos aos pequenos incidentes próprios das confusões. Mostrámos que podemos ser competitivos no molhado, mas rodar no spray é muito delicado sobretudo num circuito como este que, devido à sua natureza de alta velocidade, a água levantada pelos carros fica muito tempo a pairar. A única coisa que posso garantir é que vou dar o meu melhor e aproveitar todas as oportunidades com que me deparar", garantiu.

Stephen Hawking, Spa-Francochamps, 1995

No meio das muitas fotografias que esta madrugada andei a procurar e seleccionar para fazer a matéria sobre o GP da Belgica de 1995, descobri esta pérola, tirada por Paul-Henri Cahier: o fisico britânico Stephen Hawking nas boxes da Williams, durante a chuvosa corrida de há quinze anos.

Ver aquele que é considerado por muitos como o maior génio depois de Albert Einstein, confinado a uma cadeira de rodas depois de se ter diagnosticado uma esclerose lateral antropomórfica, mais conhecida como a Doença de Lou Gehring, é algo estranho, mas vendo o seu estatuto de estrela que tem por estes dias, não ficaria admirado com a sua força e vontade de viver, mesmo agarrado a uma cadeira de rodas e falar com o auxilio de um sintetizador de voz.

Não fico admirado por ver um cosmólogo e fisico teorista num sitio onde a engenharia domina, porque ambos tem algo em si: matemática. E como as duas partes precisam dessa matemática para chegar a resultados, que quando não são os ideiais se possam corrigir, de uma certa maneira, deve-se ter sentido em casa. Mas também pode ter ido ver por puro divertimento, e assistido à tal brilhante (mas controversa) corrida de Michael Schumacher. E ter sentido a atmosfera de um local miticamente húmido...

Formula 1 2010 - Ronda 13, Belgica (Treinos)

Depois de um Agosto em férias, a Formula 1 voltou para a sua fase decisiva num circuito que tanto tem de tradicional como de mítico: Spa-Francochamps. E com ela vem outra lenda, a chuva. Nestas duas sessões de sexta-feira, o melhor foi Fernando Alonso, que conseguiu ser melhor, por exemplo, que Adrian Sutil, o piloto da Force India.

Mas se a primeira série correu em grande medida debaixo de chuva, a segunda sessão começou com chuva e terminou em seco, onde os tempos acabaram por ser parecidos com os de uma sessão totalmente em seco. E assim, no meio das saídas de pista, como a de Timo Glock, que danificou bastante o seu carro, Fernando Alonso conseguiu um tempo de 1.49,032 segundos, batendo por meros 0.125 segundos o Force India de Adrian Sutil. Lewis Hamilton foi o terceiro, no seu McLaren, a 0.216 segundos.

Robert Kubica aproveitou a sessão para dar nas vistas, acabando no quarto posto, a 0.250 segundos, à frente de Felipe Massa e Sebastien Vettel, o melhor dos Red Bull, a 0,657 segundos. Quem está a aproveitar o tempo molhado para brilhar são os Sauber de Pedro de la Rosa e de Kamui Kobayashi, que foram respectivamente oitavo e décimo classificados. Entre eles ficou o "aniversariante" Rubens Barrichello, o nono, mas não sem apanhar um susto durante a sessão de treinos, com uma ligeira saída de pista.

Quanto às novatas, o Lotus de Heiki Kovalainen conseguiu ser o mais rápido, marcando o 19º tempo, logo atrás de Mark Webber, a mais de quatro segundos do melhor, seguido do seu companheiro, Jarno Trulli. O Virgin de Lucas di Grassi veio logo a seguir, à frente do Hispania de Bruno Senna.

A segunda sessão de treinos livres ainda teve uma situação insólita: a organização da corrida descobriu espectadores em lugar perigoso, a esta decidiu interromper a sessão durante onze minutos com o intuito de os poder retirar desses lugares. E amanhã tem a qualificação, que se espera acontecer em tempo chuvoso...

Amanhã é dia de qualificação, e espera-se que o tempo esteja tão chuvoso como hoje...

GP Memória - Belgica 1995

Duas semanas depois da Hungria, a temporada de 1995 continuava agora em paragens belgas, onde no circuito de spa-Francochamps, máquinas e pilotos iriam lidar não só com as peculiaridades do circuito, como também o seu tempo inconstante, dado que nesse fim de semana previa-se mau tempo quer nos treinos, quer na corrida.

E assim foi: sem alterações no pelotão, a qualificação foi louca, pois parte dela ocorrera debaixo de chuva, que parou perto do fim, e os pilotos aproveitaram a secagem progressiva da pista para conseguirem os melhores tempos. Assim a Ferrari monopolizou a grelha de partida, com Gerhard Berger a ser melhor do que Jean Alesi. Na segunda fila estavam o McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen e o Benetton-Renault de Johnny Herbert. Na terceira fila estavam o Williams-Renault de David Coulthard e o segundo McLaren de Mark Blundell. Eddie Irvine, no seu Jordan-Peugeot, era sétimo, à frente de Damon Hill. A fechar o "top ten" estavam o Ligier-Mugen Honda de Olivier Panis e o Sauber-Cosworth de Heinz-Harald Frentzen.

Mas a grande surpresa foi o 15º lufar da grelha para Michael Schumacher. A sua má qualificação fez com que pensasse numa estratégia de recuperação logo nos primeiros metros, se quisesse ter hipóteses de vencer e alargar a sua liderança perante Hill.

Na hora da largada, o tempo estava encoberto e ameaçava chuva, mas a pista estava seca. Berger larga mal e é superado por Alesi e Herbert, que tem logo atrás Hakkinen, Coulthard, Blundell e Hill. Na volta dois, Hakkinen despista-se no La Source e deixa cair o motor, e duas voltas mais tarde, Alesi sofre uma quebra na suspensão traseira direita e entrega a liderança para o Benetton de Herbert, que era pressionado por Berger primeiro, e Coulthard depois. Hill já era terceiro, depois dos Williams se livrarem do austriaco da Ferrari, e Schumacher tinha chegado ao nono lugar.

Coulthard pressionou Herbert o mais que pode até que ele sofreu um despiste e entregou a liderança ao escocês. Este afastou-se, mas na volta treze, a sua caixa de velocidades começou a deitar óleo e desistiu, dando a liderança a Hill. Mas agora tinha Schumacher no terceiro posto, atrás de Berger. Quando os dois foram às boxes para o primeiro reabastecimento, a chuva cai na pista, mas não em quantidade suficiente para a molhar completamente. Hill foi às boxes, enquanto Schumacher ficou na pista, em condições muito dificieis, segunrando o carro em pneus secos, esperando que a chuva passasse. E passou!

Quando Hill se aproximou de Schumacher, o alemão fez mais uma das suas manobras "à Dick Vigarista", aguentando o britânico de forma, no minimo duvidosa, em manobras que o impediam de ele passar à primeira. A coisa durou assim durante mais de uma volta, e acabaram quando ele saiu de pista, em Les Combes.

Enquanto isso, Berger tinha desistido devido a problemas elétricos, e Irvine teve um incêndio na boxe, quando reabastecia. A chuva para de cair, e Hill não conseguie distanciar-se tempo suficiente para manter a posição quando voltasse a meter pneus slick, e o alemão volta ao primeiro lugar. Pouco depois, o Safety Car entra na pista, e por esta altura os comissários dizem que Hill tem de fazer um "Stop & Go" por excesso de velocidade nas boxes. Assim, a vitória estava entregue a Schumacher, enquanto que Hill tinha de fazer uma corrida de recuperação.

No final, Hill chega ao segundo posto, depois de ultrapassar o Ligier de Martin Brundle na ultima volta. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Sauber de Frentzen, o McLaren de Blundell e o Jordan-Peugeot de Rubens Barrichello. Quanto à performance de Michael Schumacher, apesar das manobras em relação a Hill serem no minimo contestáveis, a sua corrida tinha sido das melhores de sempre, e assim dava mais um passo de gigante rumo ao bicampeonato.

Fontes: