Passaram-se dois meses desde a corrida francesa, e entretanto, ocorreram várias provas importante um pouco por toda a Europa, com a Alfa Romeo a dominar as grelhas e os pódios. Mesmo quando esta não chegava nos primeiros lugares, a Ferrari, grande candidata, era batida por outros, como aconteceu na Holanda, quando a marca do Cavalino foi batida pelo Talbot-Lago de Louis Rosier.
Entretanto, um grande ausente na lista de inscritos era Luigi Villoresi, que estava a recuperar de um acidente sofrido no Grand Prix des Nations, em Genebra, quando escorregou sobre uma mancha de óleo e sofreu uma colisão por parte de Nino Farina. O piloto da Alfa Romeo safou-se sem ferimentos, mas Villoresi partiu uma perna e o seu Ferrari ainda causou três mortos entre os espectadores.
A lista de inscritos para a prova italiana era enorme: ao todo estavam 27 pilotos. A Alfa Romeo tinha cinco carros para Juan Manuel Fangio, Nino Farina, Consalvo Sanesi, Luigi Fagioli e Piero Taruffi. A equipa da Ferrari, que estreava aqui o seu motor de 4.5 litros, era constituida por Alberto Ascari e Dorio Serafini, com um carro verde para Peter Whitehead e um invulgar Ferrari-Jaguar pilotado por Clemente Biondetti.
A Talbot-Lago não tinha equipa oficial a representá-lo em Monza, mas tinha sete máquinas inscritas, todas de forma privada. Louis Rosier, Philippe Etaincelin, Raymond Sommer, Guy Mairesse, Pierre Levegh e Henri Loveau, todos franceses, estavam lá, acompanhados pelo belga Johnny Claes. A Simca-Gordini tinha dois carros presentes, para os franceses Maurice Trintignant e Robert Manzon.
No lado da Maserati, estavam cinco carros presentes, para o italiano Franco Rol, o siamês Principe Bira, o monegasco Louis Chiron, o alemão Paul Pietsch, o suiço Toulo de Grafenried e o inglês David Murray. Havia ainda o ERA de Cuth Harrison e o Milano de Felice Bonetto.
À partida para a corrida, o lider era Fangio, com 26 pontos, mais dois que Fagioli, enquanto que Farina tinha 22 pontos. Para que o italiano batesse o argentino, Farina tinha de ganhar e esperar que Fangio não acabasse ou não conseguisse mais do que o terceiro lugar.
Nos treinos, os Alfa Romeo dominaram: Fangio fez a pole-position, com Ascari logo atrás, a 0,2 segundos. Nino Farina era o terceiro, a 1.6 segundos, fazendo assim a primeira fila da grelha de partida. Na segunda fila estavam os Alfa Romeo de Consalvo Sanesi e de Luigi Fagioli, e na terceira estavam o Ferrari de Dorio Serafini, o Alfa Romeo de Piero Taruffi e o Talbot-Lago de Raymond Sommer, e a fechar o "top ten" estavam o Maserati de Franco Rol e o Simca-Gordini de Robert Manzon.
A corrida começou com a Ferrari a desafiar abertamente o dominio dos Alfa Romeo, com Ascari a atacar a liderança de Fangio. Na volta 14, Ascari chegou a liderar a corrida, mas Fangio ultrapassou-o duas voltas mais tarde e pouco depois, na volta 21, o motor de Ascari explode e ele tem de encostar à boxe, onde a Ferrari chama o carro de Dorio Serafini para que este deixasse Ascari continuar a sua corrida. Assim, Fangio fica mais alividado na liderança, mas esta seria de pouca dura: na 23ª volta, a sua caixa de velocidades quebra e tem de encostar à boxe, e a equipa chama Piero Taruffi para que este pudesse ceder o seu lugar ao argentino.
Agora, o novo lider na corrida é Farina, mas Fangio ainda tinha hipóteses de vencer, caso o ultrapassasse, mas a tarefa iria ser dificil. Contudo, na volta 34, o motor do Alfa Romeo Tipo 158 do argentino cede e as suas hipóteses de título derretem-se naquele instante. Somente se Farina não terminasse a corrida é que Fangio poderia ter uma hipótese de vencer.
Mas Farina não tem problemas e no final das oitenta voltas previstas, o italiano de 44 anos cruza a meta no primeiro lugar e coroa-se no primeiro campeão da Formula 1, seguido pelo Ferrari de Ascari, que como conduzia o bólido de Serafini, tem apenas direito a metade dos pontos. Luigi Fagioli, no outro Alfa Romeo, completa o pódio, e os carros que estavam na mesma volta do vencedor.
A fechar os lugares pontuáveis, a cinco voltas do vencedor, estavam os Talbot-Lago de Louis Rosier e Philippe Etaincelin. Para este último, ficou-lhe um recorde que ainda não foi batido: é o piloto mais velho de sempre a pontuar num mundial, e um dos poucos nascidos no século XIX a fazê-lo neste campeonato do mundo.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr007.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1950_Italian_Grand_Prix
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