Podem passar dias sem nada a assinalar... e quando acontece, vem todos de uma só vez! Hoje calha ser o dia de aniversário de três pilotos que deixaram marca na Formula 1, à sua maneira: Derek Warwick, Gerhard Berger e Mark Webber.
Os dois primeiros pilotos fizeram parte, obviamente das grelhas de partida das corridas nos anos 80 e 90, até meados dela. Foram pilotos rápidos. Berger foi um dos melhores da sua geração, com passagens meritórias pela Ferrari, McLaren e Benetton. Derek Warwick era, em 1984, um dos nomes que a Grã-Bretanha apostava em ter de volta um piloto para ser campeão do Mundo mas as más opções que tomou na carreira, quando estava na Renault, equipa que no ano anterior quase tinha vencido o Mundial de pilotos.
Contudo, uma coisa era ser um grande piloto, e ambos o foram. Mas para serem campeões do mundo, velocidade não bastava. Era preciso ter sorte nas escolhas que faziam. Berger chegou á Ferrari no tempo em que ela atravessava o seu periodo desértico, apesar de ter ganho cinco das suas dez vitórias com eles. Foi ele que conseguiu a primeira vitória à Scuderia depois de quatro anos de jejum, mas era o companheiro de Ayrton Senna na McLaren, onde foi batido sem apelo nem agravo, pelo brasileiro, que certo dia o considerou como "o melhor de todos os tempos". E em vez de ficar zangado com ele, forjou uma das amizades mais mediáticas da altura. Em suma, teve desportividade e bom humor para lidar com a situação.
Quanto a Warwick, tinha chegado à Renault na sua era descendente, e quando esta abandonou as corridas, em 1985, andou à procura de um lugar para correr. Não quis a Williams, porque temia outra temporada como a que teve, com constantes falhas de motor, e desperdiçou uma oportunidade de ouro. Tentou a sua sorte na Lotus, mas o seu nome foi vetado por Ayrton Senna, uma estrela em ascensão na Formula 1, e foi para a Jaguar, do Grupo C, para correr em Sport-Protótipos. Só arranjou lugar na Brabham após a morte de Elio de Angelis, em Maio de 1986.
Conseguiu o seu lugar na Lotus, mas esta estava na inexorável descida, rumo à sua primeira morte. E entre eles, esteve a sua passagem pela Arrows, onde esteve quatro épocas. Tornou-se vencedor das 24 Horas de Le Mans e campeão do Mundo de Endurance, e muitos acreditam que foi um dos pilotos mais rápidos da Formula 1 sem vencer uma corrida. Um Chris Amon britânico, pode-se dizer...
Hoje em dia, há outro aniversariante que tinha tudo para ser tal como estes dois: rápido, com bons carros, com uma longa carreira, mas sem estofo para ser campeão. Mas o ano de 2010 pode ser totalmente diferente para Mark Webber, o terceiro aniversariante do dia. Começou muito bem a sua carreira, num Minardi, onde alcançou um quinto lugar na sua corrida de estreia, e depois teve passagens numa Jaguar ingovernável e numa Williams em processo de travessia do deserto. Quando chega à Red Bull, faz parte de uma equipa em ascensão, especialmente após a contratação de Adran Newey e a chegada de Sebastien Vettel.
Muitos julgavam que iria ser um capacho do alemão mais novo e já o viam fora da equipa em 2011, para ser substituido por Kimi Raikonnen, mas este está a ser o melhor ano de Mark. Quatro vitórias, a juntar às duas que conseguiu em 2009, está a dar ao austrialiano a primeira hipótese de um piloto dese local a vencer o campeonato do mundo, trinta anos depois de Alan Jones. E hoje, pela primeira vez desde 2002, Webber celebra um aniversário como lider do campeonato do mundo.
E toda a gente espera que ele agarre a oportunidade.
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