quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Manchas de óleo no chão e o futuro que vêm aí

Eu tenho a sorte de viver perto de um centro de inspeção de veículos e muitas oficinas mecânicas. Aliás, só na rua onde moro, conto pelo menos com cinco, duas delas especializadas em Clássicos (e há cada clássico que aparece por ali, acreditem...) para não falarmos de uma oficina de uma grande superfície comercial, que faz as reparações à frente de toda a gente.

E quem passa ali todos os dias, não deixa de reparar nas grandes manchas de óleo que estão no asfalto, e que "pintam" o solo com um negro mais escuro do que o alcatrão. E quando vejo isso, penso sempre que esse óleo poderá vir de um depósito, incluindo num motor a combustão, que faz com que as peças no motor possam funcionar com maior fluidez e impede que essas peças se quebrem por desgaste. É assim, faz parte da nossa existência.

Mas também tirei esta foto  - como anunciava a Kodak, para mais tarde recordar - por causa dos tempos que vivemos. Este pode ser o auge dos motores a combustão, mas pode ser a última geração em que os veremos a mandar nas estradas. Reparem, quem viu esta semana o "Before The Flood", o documentário de Leonardo di Caprio no National Geographic Channel, ou na RTP ou até no Youtube, sabe que estamos num limite onde o ambiente em que vivemos se torna irrespirável, mas também estamos a caminho de uma mudança bem radical nos nossos hábitos. Há os otimistas, que vêm as decisões nos Estados Unidos e na China sobre a "energia verde" como um sinal de que estamos no caminho certo, e há os pessimistas, que vêm que isto já não tem solução, porque o resto do mundo quer ser como os americanos, logo, tem de poluir como os americanos. E se fizerem isso, estaremos destruídos em duas gerações.

Eu não quero acreditar nisso porque há muito a ser feito no sentido de termos energias limpas. Isto faz-me lembrar como eram as coisas há um quarto de século, por exemplo, em termos de telemóveis e airbags nos carros. Em 1992, ter um airbag no carro era um luxo, e um Mercedes Classe S desse tempo era "super" porque tinha também... um airbag para o passageiro. E o "tijolo" que era o telemóvel na altura era um simbolo de "status". Dez anos depois, tinha um carro pequeno onde tinha o luxo de ter... quarto "airbags". E já entendem o resto.

O que pretendo dizer é que somos a última geração que vai andar com um carro a combustão, seja ele gasolina ou Diesel. De todos os que compraram um automóvel em 2016 (e isso inclui o meu pai e o meu irmão mais novo), a grande maioria poderá ter comprado o seu último automóvel a combustão interna. O próximo automóvel que terão será elétrico, e terá com eles um motor com autonomia a rondar os 400 quilómetros, e com um carregador que dará 80 por cento da sua energia em menos de cinco minutos. E não vão esperar dez anos para ter um, é provável que demore um pouco menos. Sabem, a industria automóvel vai aplicar-se a fundo para fazer um carro elétrico que terá todos esses critérios, ainda por cima, quando sabemos que há países, como na Alemanha, que aprovou uma lei que faz com que todos os carros que sejam fabricados em 2030 não sejam mais a combustão.

E numa altura em que alguns países desenvolvidos já tem energia renovável numa percentagem razoável (sem contar a que vem da energia nuclear), e quando as marcas automóveis tem de começar a reagir a algo como a Tesla, que quer provar o mais depressa possível que um carro elétrico de 35 mil dólares é viável e popular, toda a gente já topou que estamos na esquina de uma revolução nos nossos hábitos automobilísticos, a par da condução autónoma.

E o que isso nos vai trazer? Primeiro que tudo, essas manchas vão desaparecer. Vocês não notam agora, mas irão notar no futuro. Os carros elétricos, que carregam tudo numa bateria, não vão mais precisar de óleo ou água, essenciais para fazer mover um carro a combustão. São as coisas dos quais os condutores vão às oficinas mecânicas, por perdas ou porque o condutor não tem o hábito de colocar óleo de vez em quando, porque "não mete as mãos na graxa". E sem óleo ou água, escusam de ir às oficinas mecânicas. E eu temo que com o tempo, essas oficinas fechem, se não se especializarem.

Isso é tão critico como vermos um dia camiões conduzidos automaticamente, e que tirarão inevitavelmente o emprego aos camionistas. As pessoas só vão dar falta das coisas quando saírem das suas vidas. No dia em que alguém comprar um carro elétrico, ou que 90 por cento da nossa condução seja automática, os acidentes na estrada diminuirão drasticamente, pelo menos no mundo desenvolvido. Poderemos estar a uma geração de dizer que as possibilidades de morrer num acidente de viação serão tantas quantas as de morrer vitimas de um relâmpago, por exemplo. 

E como poderemos estar perto de um mundo onde fomos obrigados a mudar, em parte, os nossos hábitos, é melhor começar e tirar fotos das manchas de óleo que vejo no chão. É que tenho de mostrar alguma coisa aos meus netos, caso me perguntarem um dia sobre o tempo em que vivíamos com esses barulhentos motores a combustão e havia oficinas de reparação de automóveis... 

1 comentário:

Bruz disse...

Prezado Paulo,
Ha uma pergunta que ninguem pode responder. A maioria claro, por não ter a minima puta ideia. E quem sabe ou debe saber, como ecologistas e doutores de tantas badaladas estudiocas do fim do mundo por causa do coco CO2 preferem dar voltas ao assunto. A pergunta é: De quanto é o aumento porcentual do temido CO2 nos últimos centos e tantos de anos de industria automobilista e queima indiscrimida de combustiveis fosseis???
A resposta é foda Paulo. É NADA!!!, o CO2 atmosférico representa el 0.5% do ar que respiramos. É claro que se vc faz uma medição no centro da cidade vai ter números alarmantes, más ha milhoés de anos que a porcentagem é essa e é um nivel crítico (não sobe). Foda é o O2 que é um valor residual (aumenta se ouver mais CO2). 21% do ar é constituido por O2. Se ouvesse mais CO2 havería logo a reconversão em materia orgánica pelo efeito da fotosintese e sobraría mais O2.
E não são as florestas do mundo que mantem esses niveis. Não. Pelo contrario, as florestas ja formadas consomem mais Oxigenio do que produz, e essas arvores adultas que compoem as florestas do mundo jorram mais CO2 no ar do que toda a Matriz de automoveis no mundo, e vc nunca tem visto nenhum ecologista dizer que tem que acabar com as arvores adultas. É que as arvores adultas producem pouca materia vegetal. Então??? Qual é o elemento que faz a troca gaseosa e mantem esses niveis de CO2 baixos?? As algas meu querido. As algas que temos até nos mateirinhos das nossas janelas. As algas que tem crescimento indeterminado, Mais ainda as pequenininhas que se multiplicam como loucas, levando todo esse carbono a ter maior vida nos oceanos ou decantandolo para o fundo dos mesmos.
Vai ver se a mentira do CO2 é bem uma coisa para tirar o dinheiro dos califatos e tantas pestes que não presta e que são os que tem petroleo.
Mas te digo outra que os ecologistas não querem falar. As Batterias meu querido. Oh coisa para contaminante. E elas se se tornariam um problema para a vida marinha que é onde irão parar seus detritos.
Os problemas do esquentamentamento global são mais de ordem sideral. Simples. O sol está queimando mais. A terra tem um historial de esquentamentos e esfriamentos. O calentamento até é gostoso, chove mais, ha mais alimentos. Foda-se quem mora no litoral pelo aumento da maré, eu moro em Sampa. Igual não vaão poder controlar o sol.
Agora bem meu querido, tenha medo de um esfriamento Global. Ai de uma te digo que até a raça humana sería dizimada.
Vc é um cara legal e inteligente Paulo. Sei que vai deglutitir tudo isso e vai ver que as mentiras tem pernas curtas. É fácil corroborar todo o que eu disse das porcentagens do ar e sobre os processos biológicos também. Agora vamos lá, Pega teu ecologista e manda bala. Até agora eu já colecionei um monte de indefensos de bocas abertas, lastima que não reconverti nenhum deles. Eles são fieis a suas mentiras.