Porquê ao fim de tanto tempo, ainda reverenciamos alguém como ele, da mesma maneira que reverenciamos outros que se foram prematuramente? Acho que essa pergunta tem uma resposta dentro daqueles que perguntam. Por marcarem a diferença em situações difíceis, por terem carisma e serem capazes de fazer o melhor em carros modestos. Foi o que fez Ayrton Senna, Gilles Villeneuve ou Ronnie Peterson, e também porque alguns deles, como o próprio Stefan Bellof, deveriam ter sido campeões do mundo e não foram.
Aliás, Bellof, o alemão que viveu apenas 27 anos, teve também uma grande carreira na Endurance, e nunca teve a chance de alcançar um grande resultado nas 24 horas de Le Mans. Só correu em 1983, ao lado de Jochen Mass e desistiu depois de completarem 281 voltas. Não competiu nem em 1984 e 85, já ele corria pela Tyrrell na Formula 1. Contudo, apesar disso, ele aplicou-se nessa corridas, ajudando à lenda do Porsche 956, sendo campeão do mundo em 1984. E não correu pela equipa oficial em 85, ficando-se pela Brun e aplicando-se na Formula 1, onde fez algumas boas performances. Uma delas foi no Estoril, onde mesmo com meio bico, chegou ao fim na sexta posição, conseguindo o seu primeiro ponto da carreira.
Ao todo, Bellof venceu nove provas no Mundial de Endurance. E tudo o que tinha feito naquele pouco tempo, numa equipa oficial, era a demonstração do que poderia fazer na Formula 1, se lhe dessem uma máquina competitiva. E o mais impressionante é que apenas no GP da Alemanha de 1985 teve a sua primeira oportunidade de andar num carro com motor Turbo, quando estrearam o modelo 014 com motor Renault. E só teve mais duas corridas com esse motor, sem grandes chances para mostrar.
No final, todas essas perguntas tem uma justificativa. Ele tinha mostrado o que era capaz e é esse sabor amargo que fica. E desde há 35 anos que andamos a fazer essa pergunta que nunca terá uma resposta definitiva. Apenas convicções.
1 comentário:
Airto Sena era só um garotinho propaganda. E mimado!
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