Imagem de Jochen Rindt nos elétricos que circulam em Graz, na Áustria, no verão de 2020, numa exposição comemorativa da sua carreira. Rindt, o único campeão póstumo, ainda vive, e 50 anos depois, nunca foi esquecido, mesmo que aqueles que o vieram correr ao vivo são cada vez mais velhos, e cada vez mais escassos. Mas toda esta admiração, que encontro paralelo no Brasil com o Ayrton Senna, só pode explicar com a ideia de que, no seu tempo, foi um dos mais populares desportistas no seu país, e até apresentava o seu próprio programa de televisão.
Também, quem via bem as coisas que faziam ao seu redor, reparava que o seu "manager" sabia vender bem o seu "peixe", dizendo melhor, o seu piloto. E esse manager, Bernie Ecclestone, mostrava que ele era digno de ser um sucessor de Jim Clark, e naquele verão de 1970, quando vencia corrida após corrida, fez sonhar todo um país. Os eventos de Monza foram um choque, apesar de ter havido o receio de um fim tão abrupto, dada a perigosidade de uma competição como a Formula 1. Se dois anos antes, Jim Clark tinha sido vitima de um defeito no carro, porque não ele?
Contudo, o final da história que todos nós conhecemos também ajudou ao mito. Ele tivera um verão de sonho, e esse sonho não poderia acabar em pesadelo. Não poderia ser o campeão moral, tinha de ganhar, mostrar ao mundo que para vencer, teve de morrer. Um pouco dramático, mas para o mito, era perfeito.
Enquanto o lembrarem, ele continuará vivo.
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