Rob Walker era um dos herdeiros da marca de whisky Johnny Walker. Correu com as cores escocesas - azul escuro com uma faixa branca - e a sua paixão pelo automobilismo começou muito cedo na vida. Chegou a correr antes da II Guerra Mundial, mas um acidente fex com que se concentrasse noutros aspetos do automobilismo. Fundou a Rob Walker Racing Team em 1952, e cedo se concentrou em chassis da Cooper, de motor traseiro. Em 1958, porém, teve a sua compensação, com Stirling Moss e o francês Maurice Trintignant. Na Argentina, apareceu com um desses chassis de motor traseiro, para espanto dos locais, que mais espantados ficaram ainda quando ele guiou... e triunfou!
Melhor ainda quando na corrida seguinte, no Mónaco, voltou a triunfar, com Trintignabt ao volante. Mal sabiam que iria ser a primeira de três vitórias da equipa nas ruas do Principado. Especialmente em 1960, quando ganhou com um chassis Lotus 18, e com Moss ao volante. Afinal, ele tinha entrado na história quando deu à Cooper e à Lotus as suas primeiras vitórias... antes de estas ganharam com as suas equipas de fabrica (Cooper no GP do Mónaco de 1959 em Jack Brabham, Lotus no GP dos Estados Unidos de 1961, com Innes Ireland).
Depois da retirada forçada de Moss, em 1962, Rob Walker andou um pouco à deriva, procurando por um bom piloto para guiar os seus carros, que normalmente eram Coopers e Lotus. Até que chegou um jovem e tímido suíço, com uma enorme paixão pelo automobilismo, de seu nome Jo Siffert.
Nascido a 7 de julho de 1936, em Friburgo, começou a correr relativamente tarde e logo na sua primeira corrida com Walker, o GP dos Estados Unidos de 1964, acabou numa notável terceira posição, o primeiro pódio de um suíço desde os tempos de Emmanuel de Graffenried. Correu ao lado do sueco Jo Bonnier, mas quando este saiu em 1966 para criar a sua própria equipa, ele se tornou no seu piloto. Em 1968, estavam juntos na sua quinta temporada.
Até então, estava a ser um desastre, pois não tinham conseguido qualquer ponto, mesmo guiando um modelo 49 da Lotus, com um ano de idade. Contudo, em Brands Hatch, tinham um 49B de fábrica ao seu serviço, e os resultados apareceram logo. Quarto na grelha, atrás dos oficiais de Graham Hill e Jackie Oliver, e com Chris Amon na sua frente, correndo de Ferrari, um bom resultado era possível. Sexto era Dan Gurney com o seu Eagle, mas o americano tinha uma coisa interessante: um capacete integral. Seria a primeira aparição na Formula 1.
Os Lotus oficiais foram para a frente, mas cedo tiveram problemas e desistiram: Hill com um diferencial partido, Oliver com problemas de transmissão. Sem eles, a corrida passou a ser um duelo entre Siffert e Amon, com os espectadores presos ao duelo. O neozelandês fez de tudo para o passar, mas o suíço, experimentado, conseguiu ter o sangue frio suficiente para fazer a volta mais rápida e ganhar com quatro segundos de diferença. Ele era o primeiro suíço a ganhar na Formula 1.
Quase sete anos depois da última ocasião, na Alemanha, Rob Walker conseguia a sua nona vitória da sua carreira. Contudo, iria ser a última: a associação com Siffert continuou até ao final de 1969, ficando com Graham Hill em 1970, com um modelo 72. Em 1971, associou-se com a Surtees, até deixar essas atividades em 1975, quando tinha um Hesketh e o australiano Alan Jones ao volante.
Já Siffert, Brands Hatch ficaria marcado na sua carreira, para o bem e para o mal. Três anos e três meses depois, a 24 de outubro de 1971, perderia a vida na Victory Race, que comemorava o título de Jackie Stewart, ao volante de um BRM, vítima de uma quebra de suspensão, após um toque com o March de Ronnie Peterson.
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