Se fosse vivo, Jack Brabham faria hoje 90 anos de idade. A lenda australiana é de um tipo de pessoa que já não existe mais: a de piloto-construtor, que há precisamente 50 anos, alcançava algo único, que era de ser campeão do mundo no carro que ele mesmo construiu!
Aliás, a foto que ilustra este post (da autoria de Bernard Cahier) é de 1966, quando venceu o GP de França, já com 40 anos de idade, a celebrar numa altura em que todos já o achavam "acabado para a Formula 1". E gozou com os críticos, em Zandvoort, quando foi para o seu carro usando uma barba falsa e uma bengala, só para acabar por ser o vencedor na corrida.
A temporada de 1966 acabou por ser tão épica como as que passou ao serviço da Cooper. Era a primeira com os motores de três litros, e Brabham, mais o seu parceiro Ron Tauranac, decidiram antecipar-se à concorrência, pedindo à preparadora Repco para que atualizasse um velho motor Oldsmobile V8 de 3 litros e o fizesse tão competitivo, enquanto que a concorrência apostava em V12, muitos deles ainda a serem construídos quando a temporada começou de verdade, em maio. Em contraste, Brabham já tinha um carro pronto no dia 1 de janeiro (!) quando disputou o GP da África do Sul, então corrido em extra-campeonato.
E compensou: quatro vitórias seguidas foi mais do que suficiente para alcançar o campeonato, que todos já sabiam que seria dele, quando alcançou a vitória no GP da Alemanha.
Mas o mais interessante é que Brabham continuou a competir na categoria máxima do automobilismo, até 1970, onde aos 44 anos, ainda tirou uma vitória memorável em Kyalami, superando a nova geração de automobilistas, como Jackie Stewart ou Jochen Rindt. E só acima dele, apenas Juan Manuel Fangio, Nino Farina e Luigi Fagioli eram mais velhos do que ele. Ao contrário de Graham Hill, Brabham soube sair no auge das suas capacidades, e a sua equipa continuou para além do seu criador.
Onde quer que estejas, feliz aniversário, "Black Jack!"
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