Que há um crescente mal-estar no seio da Formula 1, isso todos nós sabemos. As equipas não se entendem muito bem sobre os dinheiros a serem distribuídos, Bernie Ecclestone manda as suas "postas de pescada" afirmando que quer mais dinheiro e largar os clássicos a favor dos novos-ricos do automobilismo, e agora, os pilotos começam a reclamar de mais voz na tomada de decisões. Após o aviso da semana passada, a GPDA reafirmou hoje que quer ter uma palavra a dizer na tomada de decisões.
Numa entrevista ao jornal espanhol Marca. Alexander Wurz, o presidente da GPDA, sublinhou o que estava em jogo: “A nova qualificação não serve, isso ficou claro, mas não é esse o ponto fulcral. Nós adoramos este desporto e queremos uma Formula 1 divertida. E quando não estamos de acordo com o que está a ser feito, expressamos o nosso desacordo, e foi isso exatamente que aconteceu. Por outro lado queremos assegurar-nos que entendem o que sentimos. Não há dúvidas para ninguém que a Formula 1 é uma disciplina com uma plataforma de marketing incrível, mas todos queremos que essa estrutura melhore”, declarou.
Contudo, Charlie Whitting, o diretor de corridas da FIA, afirma que os pilotos tem todas as chances de falar o que pensam sobre a competição e não precisam de mais palcos para o afirmar: “Não acho que os pilotos precisem de mais, porque têm muitas oportunidades para falar sobre as regras com a FIA, e muito honestamente, não vejo como possam ter muito mais”, começou por dizer, explicando depois o seu ponto de vista: “Mesmo ao nível da Comissão da Formula 1, nada impede um piloto de falar com a sua equipa relativamente ao seu ponto de vista”
Mesmo havendo ou não quem diga que os pilotos deveriam ter mais voz, os que têm já afirmam que a competição tem de ter grandes mudanças, de forma a ser mais atrativo: “Falei com algumas pessoas que adoram este desporto e as corridas. Não tenho todas as respostas, mas sei que as mudanças que estão a ser feitas não irão tornar as corridas melhores”, começou por dizer o tricampeão do mundo, Lewis Hamilton.
“Não é o nosso trabalho vir com ideias e de qualquer modo todos nós temos opiniões diferentes. Mas, pessoalmente, penso que precisamos de mais grip mecânico e menos aerodinâmico vindo da traseira, então poderíamos estar mais perto dos monolugares e ultrapassar”, concluiu.
Uma coisa é certa: a Formula 1 vive um período de grande mal-estar, onde todos ralham e se calhar poucos têm razão. Os maus regulamentos, a distribuição dos dinheiros, o calendário, tudo isso não passa de uma grande luta pelo poder e controlo de um desporto que consegue ser uma verdadeira "galinha dos ovos de ouro", pois falamos de quase dois mil milhões de dólares por cada temporada, num negócio que é dos mais opacos que o deporto conhece.
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