Coloco aqui uma das imagens mais... brandas, tirada momentos depois do acidente. Mas mesmo esta imagem... branda mostra a violência do acidente que aconteceu há precisamente 45 anos, em Watkins Glen, nos Estados Unidos. Um sábado como o que vivemos agora. Horas antes, no outro lado do Atlântico, começava uma guerra - mais uma - entre o Egito e Israel, onde tentavam controlar o Médio Oriente. E o que não sabiam era que as consequências iriam ser maiores do que meros tanques a passar o Canal do Suez e invadir o Sinai.
Agora sabemos de tudo, foi o final de uma era. Mas já estava anunciado: Jackie Stewart, o novo campeão do mundo, ia embora da Formula 1. Só Ken Tyrrell sabia disso, tanto que ele já tinha contratado Jody Scheckter para a temporada de 1974. Contudo, ele iria fazer o seu centésimo Grande Prémio, e acharia simbólico ir com um número redondo. Mesmo não tendo dito nada de forma oficial, era o rumor do verão de 73.
Logo, Stewart não foi embora por causa de Cevért. Ele ia embora, independentemente do resultado. O acidente apenas o impediu de alinhar pela centésima vez num Formula 1.
As circunstâncias do acidente são simples: ele abusou da sorte. Stewart sabia que o carro era instável a altas rotações, daí ser mais suave na saída daquela curva, metendo a quarta velocidade. O francês achava que metendo terceira, conseguiria controlar o carro, algo que acabou por não acontecer.
Stewart achava que ele seria material para ser campeão do mundo, mas acho que seria outro bom piloto, do nível de Patrick Depailler: ganharia corridas, mas não seria campeão. Ou então, seria suficientemente regular, com duas ou três vitórias, e conseguiria um título mundial, com aconteceu a muitos outros, desde James Hunt a Clay Regazzoni, passando por Jody Scheckter ou Carlos Reutemann. Mas não mais. Muitos falam que nunca passaria de "número dois", mas em 1973, conseguiu sete pódios, seis deles segundos lugares. Nada mau para um segundo piloto, como diria o outro.
E se calhar ficaria na equipa até ele experimentar o P34 de seis rodas, para depois tentar outros projetos franceses, como a Ligier e a Renault, ou então poderia ir para um projeto em que todos trabalhariam à sua volta, como a Wolf, com Scheckter, e a Williams, com Jones. Mas nunca vi Cevért a testar, a dar opiniões e dicas para melhorar o carro. Não ficaria admirado se nesse campo, fosse um Ronnie Peterson.
De resto, era um bom piloto, com um forte magnetismo pessoal e uma enorme perda para o automobilismo. E é isso que recordo, 45 anos depois de ter saído abruptamente da vida e passado para a História.
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