Então, sobre o assunto da possível compra de um grupo saudita de uma parte das ações da Formula 1, tem um fundo de verdade, por vários motivos. E já começou bem antes do inicio da pandemia, pois logo no inicio de 2020, no cancelado GP da Austrália, foi apresentado o patrocínio da Aramco, a petrolífera nacional saudita, que é a maior do mundo e que recentemente, foi colocada em bolsa (cerca de cinco por cento do seu capital), com centenas de milhões de dólares movimentados.
Então, a ideia da venda de uma parte da Formula 1 por parte de grupos privados - ou do fundo soberano saudita - tinha a ver com liquidez. Em 2020, para evitar terem grandes prejuízos com a pandemia e assegurar o fluxo de capital necessário para as equipas - que tem direito a metade do dinheiro gerado pela FOM (Formula One Management) - esta contraiu em empréstimo de 300 milhões de dólares a bancos sauditas. Contudo, o reativar do calendário não significou o regresso do fluxo de capital, já que a Liberty Media assegurou aos circuitos cancelados que poderiam ter uma extensão do contrato por mais um ou dois anos - conforme os anos que foram obrigados a não receber a Formula 1 - sem pagarem um extra. Logo, com alguma aflição nos cofres, os sauditas poderiam avançar para injetar algum dinheiro, e a inclusão da sua corrida seria um compensação por tudo isso.
Contudo, a oferta da compra de uma parte da FOM foi rechaçada... por agora.
Bom, essa é a história que andei a ler e já se ouvia há algum tempo. Mas a fonte, para mim, é suspeita: trata-se de Roger Benoit, o veterano jornalista suíço do periódico Blick, em tabloide. E Benoit é amigo pessoal de Bernie Ecclestone, e muitos o vêm como "papagaio" do anãozinho tenebroso. Daí a suspeita de ser uma noticia plantada por parte do nonagenário para ver se volta a comprar a Formula 1 da Liberty Media por valor bem mais barato daquele que enceu, em 2017, e do qual foi "despedido para cima".
Segundo conta Benoit no seu artigo, "a categoria 'não evoluiu muito' desde que foi comprada pela Liberty e demitiu seu ex-chefe executivo Bernie Ecclestone em 2017. Como se esperava, Chase Carey cedeu seu posto de chefe. Os americanos parecem ter perdido o interesse em seu brinquedo multibilionário. Ironicamente, são os sauditas que agora estão batendo na porta para uma compra."
“As dez equipas baseadas na Europa e muitos organizadores de corridas precisam ser cautelosos agora. Qatar, Bahrain, Abu Dhabi e Arábia Saudita mandam lembranças”, conclui o artigo.
Mas quando perguntado sobre o assunto, o Joe Saward disse que a Liberty Media perguntou aos sauditas se não queriam uma percentagem do negócio. E eles recusaram a oferta... por agora.
Logo, a conclusão que se pode ter é esta: há apertos, mas não é nada preocupante. A ideia de ter interesses do Médio Oriente na Formula 1 é real, e houve movimentações nesse sentido. Mas entre ter alguém comprometido com uma personagem que quer ver a Liberty Media fracassar, e a realidade, é um pulo grande. Mas não é um assunto terminado, isso é garantido.
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