domingo, 12 de setembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 14, Monza (Corrida)


Monza é um lugar fantástico. Um clássico que está nas vésperas do seu centenário - a primeira corrida foi em 1922 - e este ano, com o regresso do público e com o rebatizar da Parabólica com o nome de Michele Alboreto - aquele é um lugar onde, para mim, o automobilismo está muito perto daquilo que é e muita gente esquece: uma corrida de velocidade, nunca de barulho.

E mesmo que a corrida de sprint não tenha sido algo que fosse memorável, o domingo prometia ser interessante. Para começar, a penalização de Valtteri Bottas, relegando-o para o fundo da grelha, depois de ter trocado de motor, já era um motivo de interesse, porque numa pista onde os Mercedes tinham carro favorável, com um deles do fundo da grelha, seria bom para a concorrência. Pelo menos por aí, eles iriam durar mais tempo para se chegar à frente, numa corrida onde apenas parariam por uma vez. 

Boa parte dos pilotos iam de médios, com algumas excepções: Hamilton, Kubica, Bottas e Gasly iam de duros. E os três últimos estavam no fundo da grelha. E nas boxes, os carros da Alpha Tauri de Pierre Gasly e Yuki Tsunoda. Mas o japonês nem saiu de lá, porque os seus travões cederam e fica a ver a largada das boxes.


Na partida, Verstappen foi para a frente, mas Riccardo leou a melhor, ficando na frente. Um McLaren na frente em Monza, Woking delirava! Mas por pouco tempo, porque um roque na traseira do Giovinazzi por parte de um dos Ferrari fazia sair de pista o piloto da Alfa Romeo e fez sair o Safety Car Virtual. Isso no momento em que Max era pressionado por Hamilton para ficar com o segundo posto, saindo em frente da segunda chicane e sendo passado por Lando Norris. Pouco depois, na volta 5, Pierre Gasly também abandonara a corrida, com problemas por resolver.  

Atrás, Bottas passada piloto atrás de piloto e na sétima passagem pela meta, era já 13º


A partir dali, a agitação acalmou-se, passando para a corrida de atrito. Quem tinha os pneus médios sabia que iria parar mais cedo que os com duros, e ali, Hamilton apostava que iria passar os pilotos que estavam na sua frente, mas atrás dele, Leclerc aproximava-se, ficando a menos de dois segundos quando passavam pela volta 15. Aliás, já na volta 16, os médios de Verstappen já estavam com mau aspecto...

Atrás, Bottas continuava a passar toda a gente, chegando ao oitavo posto depois da volta 17, passando Lance Stroll, e na véspera da paragem de Daniel Ricciardo nas boxes, colocando duros, par poder antecipar a paragem de Max, que veio a seguir. E ali... o neerlandês atrasou-se, porque a paragem foi desastrosa. Quando sai das boxes, estava atrasado e via Hamilton na frente, pois ele tinha passado Lando Norris. Este também foi para as boxes e quando regressou, estava na frente do piloto da Red Bull.

A ordem, nesta altura: Hamilton, Riccardo, Norris e Max em décimo. E claro, mais um lugar ganho por Bottas, porque era P7.


Na volta 26, Hamilton para a coloca médios. Tudo calmo, volta à pista na frente de Verstappen... e batem na primeira chicane. Bolas! parecia que tinhamos voltado a 1995! Para piorar as coisa, um dos pneus traseiros do Red Bull tinha ficado no Halo do piloto da Mercedes, evitando males maiores. Safety Car na pista, Leclerc foi às boxes e Bottas sorria com tudo isto, porque não tinha parado até então. 

Cinco voltas dessa forma e na volta 31, tudo regressa ao normal, no verde. Riccardo cotninuava na frente, com Norris em segundo, depois de passar Leclerc, e Bottas em sexto, atrás de Sainz. O monegasco caia no pelotão, primeiro passado por Perez, depois por Bottas. O mexicano da Red Bull queria fazer tudo a qualquer preço, ao ponto de numa saída de pista para ganhar posição, o mexicano não devolveu e foi penalizado em cinco segundos. E claro, Bottas agora é terceiro.

As voltas seguintes eram mais parecidos com a corrida sprint, com os McLaren na frente, e Perez a defender-se de Bottas, mesmo com penalização. Mas a nove voltas do fim, Mazepin abandonou na Ascari e a sua posição obrigou a um Safety Car Virtual. Tudo foi calmo e durou pouco mais que uma volta, enquanto retiravam o Haas de cena. 


No final, as pessoas prenderam a respiração. a McLaren podia voltar a vencer desde 2012, Daniel Ricciardo estava na frente, e o carro era laranja. O mundo queria isto, queria voltar a ver um "shoey", voltar a ver o piloto mais divertido do pelotão no lugar mais alto do pódio, e voltar a ver a McLaren em dobradinha, algo que não acontecia há mais de uma década.

E claro, quanto tudo aconteceu, a público delirou. Foi uma vitória popular, mas não tinham herdado dos acidentes dos outros. Andaram sempre na frente, nos primeiros postos, foram melhores que Red Bull e Mercedes, e no final, colheram os louros, fazendo história. 


No final do dia, acho que assistimos à melhor corrida do ano. E não foi pelos incidentes, foi por quem venceu e como venceu. Será memorável, numa temporada atípica. 

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