segunda-feira, 13 de setembro de 2021

A imagem do dia


O Rondeau M379 numero 7, nas 24 Horas de Le Mans de 1981, guiado pelo britânico Gordon Spice e o francês Francois Migault. Depois da vitória na edição do ano anterior, Rondeau apostou forte nessa edição, com cinco carros: um para Spice e Migault, patrocinado pelos elevadores Otis, um segundo para Jacky Haran, Jean-Louis Schlesser e um jovem piloto, Philippe Streiff, um terceiro, para o próprio Rondeau e Jean-Pierre Jaussaud, um quarto para Patrick Tambay e Henri Pescarolo, e o quinto para o veterano Jean-Pierre Lafosse e Jean Ragnotti, piloto de ralis ao serviço da Renault.

Foi uma prova corria debaixo de grande calor e ficou conhecido pelo acidente mortal de um dos Rondeaus, envolvendo o veterano Lafosse, que tinha 40 anos. Aconteceu em plena reta Mulsanne, e apesar de não ter havido uma razão oficial para o acidente, a hipótese mais consensual tem a haver com uma falha na suspensão depois de uma incursão para fora da pista. Bateu fortemente perto de uma cabina de comissários, ferindo gravemente dois deles, enquanto Lafosse teve morte imediata e o seu corpo inanimado ficou na pista, por causa dos destroços causados pelo Rondeau destruido.

O vencedor acabou por ser Jacky Ickx, que aos 36 anos, voltou ao volante, que não corria desde uma experiência modesta na Ligier, em julho de 1979, em substituição de Patrick Depailler, vitima de um acidente de asa delta. Ickx conseguiu-o num Porsche, ao lado de Derek Bell, na frente dos Rondeaus, o de Schlesser, Haran e Streiff, e o de Spice e Migault, no lugar mais baixo do pódio. Foi a melhor posição de sempre para o britânico, então com 41 anos.

Gordon Spice, que morreu na sexta-feira aos 81 anos, depois de uma longa batalha contra um cancro, Foi mais do que um piloto eclético. Andou em carros de Formula 5000, nos Minis e Ford Capris de turismos, na Endurance, até que em 1983, decidiu construir carros com o seu nome, a Spice Engineering, ao lado do seu parceiro Ray Bellm, dominando na classe C2, em 1985, 1987 e 1988. Spice tinha planos mais ambiciosos, como construir os seus próprios carros de estradam, e chegou até a pensar na Formula 1, em 1995, mas os ambiciosos planos não deram em nada, e a empresa fechou em 1997, sete anos depois de Spice ter vendido os seus interesses a Jean Louis Ricci.

Spice marcou uma época, sem dúvida, e a sua carreira foi bem ecletica. Ars longa, vita brevis, Gordon. 

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