O ex-presidente da FIA (1979-91), Jean-Marie Ballestre, morreu esta tarde aos 86 anos, de causa ainda desconhecida, anunciou esta tarde uma fonte familiar. As causas da sua morte são ainda desconhecidas.
Decididamente um dos homens mais polémicos que a Formula 1 jamais teve, ao longo do seu mandato teve que lidar com várias polémicas, a primeira das quais a guerra FISA-FOCA, em 1980-81, que mais tarde deu origem aos primeiros Acordos de Concórdia, assinados em 1982. Para além disso, esteve envolvido na grande controvérsia ligada à desclassificação de Ayrton Senna, no GP do Japão de 1989, que mais tarde confessou ter sido feito para favorecer Alain Prost, no sentido de garantir então o seu terceiro título mundial.
Nasceu a 9 de Abril de 1921, e gabava-se de ter participado na resistência nazi na França ocupada, na II Guerra Mundial, mas nada disso foi comprovado. Após 1945, decidiu fundar o jornal desportivo chamado Auto Journal, que foi um sucesso de vendas, e envolveu-se na estrutura organizativa da então Comission Sportive International (CSI). Primeiro, ajudou a fundar a Federation Francaise de Sport Automobile (FFSA), em 1950, e mais tarde, em 1961, foi presidente da Comissão Internacional de Karting, para em 1973 ser eleito presidente da FFSA, fazendo parte da comissão directiva da então CSI. Em 1978 é eleito presidente, e no ano seguinte converte-o na Federation International de Sport Automobile (FISA)
Mal começa a trabalhar, o seu estilo imtempestivo começa a ser notado. Primeiro, quando decide banir as saias, resultantes do "efeito-solo", que era norma na altura. Isso fez colidir com as equipas, representadas por uma organização, a FOCA, cujo presidente era então o patrão da Brabham: Bernie Ecclestone.
A desavença, que durou duas temporadas, teve dois pontos altos: o GP de Espanha de 1980, que apesar de ter sido realizado com equipas FOCA, nunca foi reconhecido pela FISA (que tinha a seu lado as equipas de fábrica, como a Renault, Ferrari e Alfa Romeo), e o GP de San Marino de 1982, que foi boicotado pelas equipas FOCA, maioritariamente inglesas, e que contou apenas com 14 carros na grelha.
Estas desavenças terminaram em 1982, quando, incitados por Enzo Ferrari, os contrutores e as Federações resolveram fazer um acordo, que se chamou de Pactos de Concórdia, devido ao facto da sede da FISA (agora FIA) ser na Place de la Concorde, bem no centro de Paris.
Balestre foi um homem que se preocupou com a segurança: foi no seu mandato que foram establecidos os "crash-tests" obrigatórios, como condição fundamental para a aprovação de chassis onde pudessem correr nos circuitos, foi ele que criou a figuar da "Super-Licença", onde o piloto tinha que obrigatoriamente testar pelo menos 300 km para poder ter o direito de correr por uma equipa de Formula 1. Claro, isso não evitou o aparecimento de imensos corredores-pagantes, durante o seu mandato...
Em 1989, a decisão de Ballestre em desclassificar Ayrton Senna, e a subsequente multa por "condução perigosa" (600 mil dólares de multa e suspensão por seis meses, nunca aplicada), enraiveceu muita gente, e no ano seguinte, ele foi ao Brasil, para assistir ao regresso da Formula 1 a Interlagos. Numa altura em que o país sofria na pele os Planos do malfadado "Plano Collor", e onde se vendiam "T-shirts", onde se podia ler "Fuck You Ballestre", chamando-o de nazi, ele ainda teve tempo para ser sarcástico: "aparentemente eles nem têm dinheiro para comprar tomates..."
Curiosamente, quando Senna vingou-se de Prost, no mesmo local, no final de 1990, Ballestre nada fez para sancionar o plioto brasileiro. No ano seguinte, candidatou-se a um terceiro mandato, tendo como opositor um amigo de Bernie Ecclestone, e antigo dono da March: Max Mosley. Venceu a eleição, e Ballestre retirou-se calmamente para gozar a velhice, na sua casa do Sul de França. Até hoje.
7 comentários:
Quem está fazendo os chifrinhos em Balestre é Alan Jones, que foi cortado da foto. Ela foi publicada (por inteiro) na revista Rombo com a reportagem do título.
É...vai ter briga no céu da F-1 hoje...
Tem piada... nunca mencionas o facto de, nos anos 80, o campeonato mundial de F1, Sport Protótipos e ralis, coexistirem todos em igual nível de popularidade, e depos com o Mosley, tudo desaparece... mesmo ao nivel de viuva, pra voces só conta o Senna. O GP Japão que ele IRIA ganhar em 89, assim como tudo o resto...
Por fim, acho ridiculo a maneira como te gabas dp teu blog: "ah e tal já tenho 100 000 visitas"... Olha os teus textos são uma merda, tudo copiado da wikipedia acrescentando os teus (...) roubados ao juxpot do forum autosport, sem uma fonte sequer digna desse nome. Essas corridas que tu tanto falas (os GP memória) tu nunca as vistes sequer, basta ver pela maneira incompleta e amorfa que tu as comentas (e que tu chamas de "modo jornalístico" lá no forum quando dizem que tu te esqueceste de coisas importantes).
Eh pá mas aviso que continuarei sempre a visitar o teu fórum: o texto não vale uma merda, mas tem imagens excelentes... Os meus parabéns...
Quero ver se és homem de deixar issso publicado aqui!
PS: Começa a ler uns livrps de F1, daqueles técnicos, e uns anuarios e biografias, porque tempo e disponibilidade para escrever, lá isso ninguém te tira!
Manda mais, Speeder: um dos melhores blogs de automobilismo. Seguramente o mais completo.
Deixar aqui apenas o meu abraço de solidariedade para com o Speeder, e encorajar-te a continuares no bom caminho.
Deixa os pulhas, que eles não merecem mais que desprezo. Ainda por cima a coberto do anonimato.
Grande abraço
Pandini: Nem sabia. Tás a ver como a reputação dele é maior do que os feitos?
Alexandre: Muito obrigado.
O Anómino: a resposta vem já a seguir...
nunca vi ou li o JMB afirmar que o japao tinha sido para beneficiar o Prost...
mas se tu tens alguma fonte fiavel disso...
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