Já se sabia de antemão que o Grande Prémio do Brasil iria ser chuvoso. Mas não se pensaria que hoje, as coisas iriam ser tão atrozmente difíceis por causa das pancadas de chuva. Antes da qualificação, o terceiro treino livre teve apenas vinte minutos de duração, dado que boa parte dele acontecia com a pista alagada. E acabou com uma senhora pancada de Romain "Visconde da Sabugosa" Grosjean, destruindo o seu carro.
Com o bater das 14 horas (18 horas em Lisboa e Londres) a chuva continuava inclemente, batendo forte e feio no circuito José Carlos Pace, em Interlagos, meio de São Paulo, e todos espreitavam para saber como é que os carros se iriam comportar na sessão que define a grelha de partida para o GP do Brasil, a corrida que provavelmente definirá que vai ser o campeão do mundo de 2009.
E mal começa a sessão... as bandeiras vermelhas entram em acção. Graças a Giancarlo Fisichella, que deixou morrer o seu Ferrari, pela segunda vez este fim de semana. A razão não foi a azelhice dele, mas sim as difíceis condições da pista de Interlagos, que mais pareciam ser propicias a corridas de "powerboats". Durante 15 minutos esperou-se por uma aberta, e quando esta aconteceu, a sessão recomeçou. Mas com perspectivas de mais bandeiras vermelhas.
Conscientes disso, todos os pilotos aproveitaram esta trégua para ir à pista, onde qualquer boa volta valia tanto quanto a cotação do ouro, ou seja: precioso. Hamilton tirou 12 segundos ao tempo que estava antes, na casa de 1:39, por Sebastien Vettel. Os 1:27 eram um tempo aceitaval, em condições inaceitáveis. Barrichello vinha logo a seguir. Mais pilotos marcavam tempos, mas quem davam nas vistas eram os Williams: Kazuki Nakajima e Nico Rosberg dançavam na frente, à chuva, monopolizando a primeira fila da grelha.
Mas a chuva continuava e o tempo passava. E à medida que o final do Q1 se aproximava, as coisas ficavam mais aflitivas para Vettel, Kovalainen e Hamilton. Apesar do britânico campeão do mundo tentar o seu melhor e acabar na valeta, isso foi-lhe inutil. No final, estes três ficavam de fora, acompanhados por Fisichella e Heidfeld. Quem diria! A chuva baralha tudo... e também enfurecia Vettel, que ao atirar o volante ao chão, tinha a consciência de que tinha dito adeus ao título.
A seguir vinha a Q2, mas estas não eram ciscunstâncias normais. Nova tempestade vinha a caminho e tudo era possivel. Quando ela chegou, o treino foi interrompido por mais alguns minutos. Nova passagem do Safety Car, pista reaberta, e... Vitantonio Liuzzi bate na Subida do Café, e novas bandeiras vermelhas. Por esta altura, já se aproximava das sete da tarde, hora de Lisboa, e tudo indicava que a qualificação iria ser mais larga do que o normal. como isto iria acabar? Poucos ousavam prever...
À medida que os minutos passavam, temia-se que a qualificação só acabasse amanhã de manhã, pois a hora tinha sido ultrapassada em muito, e as coisas aproximavam-se das duas horas de duração. Mas perto das 16 horas locais, 20 horas em Lisboa, apareceu uma "aberta", que deu esperança a aqueles que acreditavam que a Qualificação ainda aconteceria hoje. E às 16:10, os carros voltaram à pista!
Neste recomeço, o sol ajudou a secar a pista e cedo os pilotos calçaram intermédios, como Rosberg. E Mark Webber fica na frente, com Jenson Button a ter dificuldades em fazer um tempo que o colocasse nos dez primeiros. O inglês tentou até ao fim, mas quando o cronómetro da Q2 chegou ao zero, o piloto inglês estava de fora, na 14ª posição. Mas ao mesmo tempo, o Force India de Adrian Sutil, ainda com pneus de chuva, conseguiu colocar o seu carro na segunda posição. Emocionante!
Neste momento, dos três candidatos ao título, somente Barrichello estava na Q3, com a hipótese real de uma pole-position inédita, pois os Williams de Rosberg e Nakajima estavam rápidos, e Barrichello conseguiu apenas o 10º melhor tempo. Era esse o espírito quando a última fase da qualificação começou.
Com a pista a secar ainda mais, a emoção foi maior, pois todos baixavam os tempos a cada passagem pela meta. Todos prendiam a respiração até que o cronómetro atingiu o zero. E quando aconteceu... foi o delírio! Rubens Barrichello, o ultimo a conseguir o bilhete mágico para a Q3, era o pole-position com o tempo de 1.19,576 minutos. "P1 in Brazil, dude!" era o gritava o seu engehneiro de pista. E após 2 horas e 42 minutos de sessão, provavelmente o mais longo da história da Formula 1, um brasileiro largava na pole-position. Merecido. Logo a seguir ficou Mark Webber, no seu Red Bull, e Adrian Sutil, no seu Force India.
Amanhã, serão 71 voltas à pista de Interlagos. Se chover como hoje, haverá o tal limite de duas horas para a corrida, logo, não haverá este tipo de arrastamento. Mas durante esse periodo de tempo, que emoções isto nos trará?
1 comentário:
vai ser muito legal amanhâ, a coisa ai ficar boa. dica: liga na radioband.com pra não escutar o Galvão. funciona, jeje
o que for o resultado da corrida, o esforço de Barriquello valeu o fim de semana
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