AS 500 MILHAS DE 1912
A realização das 500 Milhas de Indianápolis foi um sucesso estrondoso quer para pilotos, quer para o público. As vendas da Marmon, o carro que venceu a corrida desse ano aumentaram, e como seria de esperar, os pilotos estrangeiros ficaram interessados em participar nessa corrida, graças aos prémios envolvidos. Contudo, a organização decidiu fazer algumas modificações para evitar vantagens competitivas de um carro sobre outro. Os carros passaram agora a serem obrigados a levar mecânicos, aumentaram a cilindrada para quase dez litros (9830 cc), e o conjunto de prémios aumentou para os 50 mil dólares, o dobro do ano anterior.
A lista de inscritos era essencialmente americana, com as excepções do italiano Ralph di Palma e do norueguês Gil Andersen (ambos viriam a ser americanos mais tarde) mas de resto, estavam a fina-flor do automobilismo daquele país. Tal como Di Palma, Spencer Wishart alinhava num Mercedes; Charlie Merz, Len Zengel e Gil Andersen alinhavam em Stutz; Joe Dawson, Howdie Wilcox e David Bruce-Brown alinhavam em Nationals; Joe Matson e Joe Horan em Loziers, Teddy Tetzlaff num Fiat, apesar de haver outro chassis do construtor italiano, mas com motor Firestone-Columbus. Era guiado por um jovem chamado Eddie Rickenbacker.
Apesar de ter havido sessão de treinos, onde os carros tinham de passar um teste para ver se andavam acima das 75 milhas por hora - 120 km/hora - a grelha de partida foi definida pela ordem de inscrição. No final, 25 carros alinharam para a segunda edição desta corrida. Houve uma pequena modificação no Pace Car, que agora andava à frente do pelotão, agitando uma bandeira vermelha para assinalar o inicio da corrida.
Quando começou, Tetzlaff foi o primeiro líder, mas as coisas modificaram-se na volta qutro, quando foi passado por Ralph di Palma, no seu Mercedes. A partir dali, ele começa a ampliar uma vantagem tão grande e tão incontestada, que chega a ser de cinco voltas e meia para o segundo classificado. Acumulado, tinha uma vantagem de onze minutos sobre os seus perseguidores mais próximos que todos estavam convencidos que a vitória seria dele.
Mas o final foi típico de "golpe de teatro". Na volta 197, a três do fim, o motor do seu Mercedes começou a falhar. Apesar do mau funcionamento do motor, Di Palma pensava que era mais do que suficiente para que pudesse ir ao fim, mas no inicio da volta 199, o motor para mesmo de funcionar, depois de de um pistão quebrado fazer um buraco no motor. Com este destruido de vez, Di Palma e o seu mecânico, Rupert Jenkins começaram a empurrá-lo para a meta, perante o aplauso de 80 mil pessoas, que o incentivavam à medida que o puxava metro a metro, até à bandeira de xadrez.
Contudo, atrás, Joe Dawson, no seu National, ainda corria e comia todos os segundos que faltavam para apanhar Di Palma. Conseguiu-o a duas voltas do fim e rumou até à meta, sendo o vencedor, e para ser o piloto que completou menos voltas na liderança na história das 500 Milhas nos 99 anos seguintes. Quanto a Di Palma, as 196 voltas na liderança tornar-se-iam no maior líder na corrida sem vencer. E o seu esforço só o levou até ao 11º lugar, e de acordo com as regras então presentes no circuito, ele não teria direito a prémio.
Mesmo assim, teve "fair-play" o suficiente para afirmar na conferência de imprensa que "As corridas só se ganham depois de atravessar a meta. Tive isso presente o tempo todo. Foi azar, mas faz parte do jogo. Fiz o meu melhor, e como perdi, aplaudo o vencedor"
Quanto a Dawson, a sua média de velocidade de 126,686 quilómetros por hora pode ter sido lento para os padrões atuais, mas ele levou vinte mil dólares para casa, com a marca a levar outros vinte mil. Mas o último carro só passará a meta... duas horas depois, já com as bancadas desertas. É o Knox, guiado por Ralph Mulford, que devido aos vários problemas que teve na sua embraiagem, apenas cortou a meta oito horas e 53 minutos depois de Dawson. E por causa das suas paragens, a sua média de velocidade será de 90,582 quilómetros por hora. A mais lenta de sempre de um piloto que terminou as 500 Milhas.
(continua no próximo capitulo)
Apesar de ter havido sessão de treinos, onde os carros tinham de passar um teste para ver se andavam acima das 75 milhas por hora - 120 km/hora - a grelha de partida foi definida pela ordem de inscrição. No final, 25 carros alinharam para a segunda edição desta corrida. Houve uma pequena modificação no Pace Car, que agora andava à frente do pelotão, agitando uma bandeira vermelha para assinalar o inicio da corrida.
Quando começou, Tetzlaff foi o primeiro líder, mas as coisas modificaram-se na volta qutro, quando foi passado por Ralph di Palma, no seu Mercedes. A partir dali, ele começa a ampliar uma vantagem tão grande e tão incontestada, que chega a ser de cinco voltas e meia para o segundo classificado. Acumulado, tinha uma vantagem de onze minutos sobre os seus perseguidores mais próximos que todos estavam convencidos que a vitória seria dele.
Contudo, atrás, Joe Dawson, no seu National, ainda corria e comia todos os segundos que faltavam para apanhar Di Palma. Conseguiu-o a duas voltas do fim e rumou até à meta, sendo o vencedor, e para ser o piloto que completou menos voltas na liderança na história das 500 Milhas nos 99 anos seguintes. Quanto a Di Palma, as 196 voltas na liderança tornar-se-iam no maior líder na corrida sem vencer. E o seu esforço só o levou até ao 11º lugar, e de acordo com as regras então presentes no circuito, ele não teria direito a prémio.
Mesmo assim, teve "fair-play" o suficiente para afirmar na conferência de imprensa que "As corridas só se ganham depois de atravessar a meta. Tive isso presente o tempo todo. Foi azar, mas faz parte do jogo. Fiz o meu melhor, e como perdi, aplaudo o vencedor"
Quanto a Dawson, a sua média de velocidade de 126,686 quilómetros por hora pode ter sido lento para os padrões atuais, mas ele levou vinte mil dólares para casa, com a marca a levar outros vinte mil. Mas o último carro só passará a meta... duas horas depois, já com as bancadas desertas. É o Knox, guiado por Ralph Mulford, que devido aos vários problemas que teve na sua embraiagem, apenas cortou a meta oito horas e 53 minutos depois de Dawson. E por causa das suas paragens, a sua média de velocidade será de 90,582 quilómetros por hora. A mais lenta de sempre de um piloto que terminou as 500 Milhas.
(continua no próximo capitulo)
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