Estamos a 3 de Abril de 1982. Na Assembléia da República, discute-se acaloradamente a Lei do Aborto em Portugal. Oito anos depos do regresso da Democracia a Portugal, ainda havia certos "tabus" a serem discutidos. Do lado do CDS, o partido mais à direita do espectro político, o deputado João Morgado sai com esta frase lapidar:
"O acto sexual é para ter filhos"
A resposta veio pela parte de Natália Correia, poetisa e deputada do PSD. O seu poema, que vai entrar na história, fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção:
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
E cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
Uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
Fez agora 25 anos.
2 comentários:
E depois você diz que os portugueses devem aprender a fazer política com os brasileiros... Não seria o contrário?
Num certo ponto tens razão... os meus politicos roubam menos do que os teus, mas ao menos, tens um congressista que é assumidamente "gay". Aqui, tenho um líder de partido que toda a gente sabe que é, mas não sai do armario...
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