Jody Scheckter celebra a sua primeira vitória do ano e a primeira fora da Tyrrell, na nova temporada de 1977. Mas o grande espanto desse dia é que ele corria numa nova equipa, e oficialmente, aquela era a sua... primeira corrida! O sul-africano estava a comemorar algo que a Formula 1 só viu por quatro vezes na sua história: a primeira, logo em 1950, em Silverstone, por Nino Farina, no seu Alfa Romeo, e o segundo por Juan Manuel Fangio, em Rouen, a bordo do seu Mercedes. Depois de Scheckter, somente se voltaria a ver isso 32 anos depois, quando Jenson Button venceu o GP da Austrália a bordo do seu Brawn GP.
Corrida no verão austral, debaixo de imenso calor (53ºC no asfalto), era uma corrida onde quem chegasse ao fim era um herói. E apenas seis carros conseguiram fazer... embora oito fossem classificados. A corrida foi, para Scheckter, uma de paciência, e de atacar quando fosse preciso. Primeiro, esperar que os carros quebrassem. E depois, atacar quando fosse necessário, para lá chegar. E foi o que aconteceu, quando passou um cansado José Carlos Pace para ficar com a liderança, e chegar a uma inédita vitória para um canadiano que tinha feito fortuna vendendo brocas para a industria petrolífera, e que adorava automobilismo.
E entre os sobreviventes, pode-se dizer que Emerson Fittipaldi esteve entre os sortudos, pois conseguiu a sua melhor classificação até então com o Copersucar, ao ser quarto classificado. Só com esses pontos, tinha igualado o feito da temporada anterior, e ele não sabia que mais corridas iriam seguir para ele e o FD04... com esperança no rosto dos brasileiros.
E outro que estaria feliz só por correr em 1977 era Clay Regazzoni, que depois de ter saído da Ferrari, recusou a Brabham e foi para a Ensign, só para ser recompensado com um sexto posto na corrida argentina. Um "último dos duros" cujo resultado só provou que a sua escolha pessoal tinha sido sensata. Só iria pontuar mais duas vezes...
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